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quinta-feira, 22 de junho de 2017

O balcão de desinformações


Uma cena (de novo!) me chocou nesta semana. Fui a um laboratório fazer exames. Havia um primeiro balcão para informações. Balcão alto, uma mocinha nova lá dentro, sentada, uma tela de computador a sua frente para fazer o primeiro atendimento de quem chega, gerar uma senha e entregá-la.
Um robô. Nem sorriso. Nem bom dia. Uma urgência em falar algo rápido a quem atendia e grudar os olhos de volta a sua ferramenta de trabalho. Ops. De destrabalho!

Sua função não é lá, complicada, desmerecida, nem um pouco. Quem faz bem qualquer função que lhe seja atribuída, tem mais chance de fazer bem tudo que lhe for proposto. Com grandes chances de crescer em tudo que lhe for confiado.

Mas aquela mocinha…

De posse da senha que ela me deu, sentei-me numa cadeira muito próxima ao balcão. Foi inevitável. Estiquei o pescoço. Era só pra confirmar o que já sabia.

Sua ferramenta de trabalho, aquela tela pra onde ela voltava, apressadamente, após balbuciar qualquer coisa e entregar a senha tinha um “f’ no canto.

Na hora, pensei cá com meus botões. Com aquele início de frase igual a uma velha...
-"Antigamente", neste tipo de trabalho onde se fica uns intervalos com tempo ocioso, as pessoas liam livros. Outras senhoras atrás de balcão, faziam crochê. Mas aquela expressão hipnotizada daquela mocinha que malemá atendia, malemá interagia com quem atendia foi de doer.

O tal balcãozinho de informação é o primeiro contato daquela empresa com seu cliente. E a mocinha estava mais preocupada em bigbrothear a vida alheia na rede social do que em trabalhar 100% do seu tempo presente no seu serviço.

O que está acontecendo com este planeta?

Ela só se desligaria daquilo se estivesse sendo vigiada? Ou proibida? Ou se tivesse acesso bloqueado às redes? Trabalhava? Ou destrabalhava? Enganava. A quem?

Não pode ter um tempinho de bobeira, uma ida a um cafezinho, ao elevador, de uma sala a outra, que o que se vê por todo lado é uma urgência em pegar a caixinha preta e olhar, olhar, olhar e olhar… lá dentro! Nada, cá fora!

Não é a primeira vez. Não é só a mocinha do balcão. Tem muita gente viciada na caixinha preta. Que não desgruda nem pra ir ao banheiro. Nem é capaz de desgrudar os olhos da tela para atravessar ruas. Andar na calçada. Sentar à mesa pra comer em família.

Vive conectado com o mundo do lado de lá.
Não tem nem ideia alguma do que acontece do lado de cá…

Quantas serão as mocinhas do balcão de informação...  Mergulhadas numa hipnose de pura desinformação???

Talvez tenha de se mudar a plaquinha. E grafar:
"Desinformações"

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