Vamos conversar?

Vamos conversar?

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Encavernar... Sem hibernar!


Necessário. Coisas pendentes.
A conversa está muito boa aqui fora. Muito boa mesmo! Gerou visitas, cafés, longas prosas com gente que não via há anos, com gente nova que conheci na rua, no lago, debaixo do pé de abacate, passeando com meu dog.

Bom que não é uma caverna triste. Recolhimento vindo de fora pra dentro. É algo que estou escolhendo fazer para dedicar o tempo para algo importante também. Desejo de dentro pra fora!

Tenho certeza absoluta. Nada é por acaso! Reativar meu Blog redespertou em mim o que sempre fui. Me redescobri uma contadora de histórias! Que definiu a minha profissão de origem. Aquela que me fazia ser alfabetizadora, cheia de historinhas pra contar pra ensinar as letras. Contava histórias fazendo caretas exageradas, fazendo suspense, causando risos, risadas e espanto. Só pra fazerem se lembrar daquilo que ensinava. Funcionava!

Da escola para a vida, continuei contando histórias de outras formas. Numa prosa. Em cartas. Escrevendo o que via e vivia. E, pé na estrada, descobri que levava comigo, muita gente que ia lendo e viajando sem sair de casa, só de acompanhar as minhas narrativas!

Então, fui pra estrada! De um jeito diferente... Sozinha, em cima de uma bike, pedalando e escrevendo dia por dia pra poder contar com o coração quentinho o que vivia. Num livro! Que está quase pronto...

Eu estava terminando de escrever esta história mais comprida, quando parei pra começar contar histórias curtinhas. Estas do Blog. E este tempo foi tão bom... Foi como se tivesse ido pra varanda de casa, aproveitando toda oportunidade de boa prosa com quem passava ali na frente. Agucei meus olhos. Refinei os meus sentidos. E estiquei dedinhos de prosa. Proseei pelas palavras...

Agora, o coração me chama de volta. Pra acabar de contar uma história que mudou minha vida! Me fez viva. Me fez renascer das cinzas quando eu já não mais acreditava ser viva ainda.

A vida ensina. E sempre nos coloca no caminho que temos de passar. Para acabar de escrever o livro, tive de reler tudo o que eu havia escrito durante a viagem. E aquela personagem que eu descrevia me trouxe de volta à vida!

Era eu mesma!

Eu andava tão esquecida como era ser daquele jeito, que ao reler o que escrevia, me reenxerguei.

Vou voltar pra aquela história. Porque conto ela pra mais pessoas ouvirem. Como filho, decidi ter. Fui viajar pra escrever. Ou vice-e-versa. Sozinha na estrada, tive pessoas que conheci no caminho, que não me deram somente abrigo, alimento e carinho. Foram personagens numa história que fui escrever de corpo presente. Desbravando lugares nunca passados, sem ter a menor ideia do que encontraria no dia seguinte. Nem lugares, nem pessoas. Onde dormi em varanda de casa vazia em noite de tempestade, ganhei almoço de quem nunca vi e nunca mais vi. Que me fez cantarolar e conversar por quilômetros e quilômetros. Comigo mesma. E com Alguém que cuidou tanto de mim.

Vou terminar um livro! Não é um objeto de vaidade de troféu, agora vejo. Transcrever palavras é uma deliciosa aventura. Uma forma mágica de dividir viagens com quem não pôde ir ainda. Só ainda. Porque quando contamos nossas histórias, já atiçamos os olhos atentos que nos ouvem e sabemos estar plantando a semente do desejo, da vontade, do sonho que vira projeto. Mas ao colocarmos as palavras escritas, elas ganham a mágica de atravessar o tempo, o espaço. Mesmo que não possamos estar contando ao vivo as histórias, elas alçam vôo e vão! Ganham pessoas que ganham mundos…

Escrevendo me encontrei! É isso que quero fazer. Abrir janelas. Mostrar o “lá longe”. Que pode virar perto, se quem ler atravessar a porta.

Vou pra caverna. Mas não vou sumir de vez! Vou fazer reposts eventualmente. Talvez, postar umas espiadelas rápidas nesta viagem que fiz e que me ensinou como sou mais forte do que pensava. Capaz de ir sozinha sem estar solitária. De subir morros intermináveis sem parar, nem desistir. De descobrir cachoeiras na prosa boa do café à toa e ir a lugares mesmo que não esteja no script. E de poder fazer, mais que a viagem exterior encantadora, a viagem interior reveladora… E estar eu e Deus numa conversa sem fim!

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