Vamos conversar?

Vamos conversar?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Floripa, Ilha da Magia!


Já me perguntaram o porquê deste nome. Não soube responder. Vou tentar.

Conheci Florianópolis, quando pequena, junto do meu pai. Viajeiro e fotógrafo de coração, sempre inventava viagens em família. Eu me lembro bem de fotos nossas com a ponte Hercílio Luz ao fundo. Eu bem meninota, fazendo pose!

Éramos em seis. Meus pais e nós, quatro filhas meninas. Então, sempre uma ficava de fora da viagem por não caber no carro. Naquela época, não havia exigência de cinto de segurança e, muitas vezes, fazíamos caminha no chão do carro no fundo. Uma ia dormindo no banco traseiro, outro no chão, quando íamos em quatro

Eu  me lembro que fiquei toda cheia pois, conforme meu pai dizia, tínhamos ido conhecer, numa única viagem, cinco capitais brasileiras. Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e… Niterói! Que naquela época, era capital do Estado do Rio de Janeiro. Enquanto o Rio de Janeiro era capital do Distrito Federal. Alguém se lembra disso? Só os cinquentões…

Florianópolis não sei de quando é chamada carinhosamente de Ilha da Magia. Com todas as vertentes sobre suas explicações, vou inventar a minha!


Um lugar que se reinventa e nos faz reinventá-la, nos faz nos redescobrirmos e descobrirmos novas facetas em nós mesmos, só pode ser mágico! Falo muito de redescobrir o que já somos. E isto é fantástico para quem anda se esquecendo quem é. Mas existe este lado de descobrir possibilidades a partir do que já se é e que nunca haviam sido pensadas.


Já passei pela ilha como filha criança. Como universitária com o grupo de amigos da faculdade. Como esposa em família. Como mãe de criança. Como atleta em corrida na Volta a Ilha. Como mãe de adultos. Como ex professora de aluno que correu atrás de seu sonho e contra tudo e quase todos, formou-se em medicina. Como namorada. Como viajante solo, mochileira, trilheira, embora motorizada, que gira a ilha em bicicleta. Como Cicloturista em Ciclotour, que veio ficar uns dias sem usar quatro rodas. Como viajeira flexível que torce o nariz porque não ia usar as quatro rodas, mas que para levar os meninos do AirBnB que estão na ilha pela primeira vez, possam conhecer mais dos cantinhos escondidinhos da ilha, pega o carro e vai.

Como um saco surpresa que resolve no dia o que vai fazer neste dia.


Se não houver magia, vira cardápio. Aquilo que você olha e sabe o que vai pedir. Escolhe o que vai comer. Engole sem degustar diferente, porque mesmo que tenha escolhido no menu, algo nunca apreciado, faz ideia. Imagina. Prevê.

Algo mágico é como se você vedasse os olhos e alguém te trouxesse algo para saborear, sem nem saber a forma, a cor, o sabor. Fica toda sentidos, como se dependesse, exclusivamente, de perceber. Sem adivinhar.

Compreende?


Sabe aquela Cartola do Mágico que você olha, marota de longe, sem saber se sai coelho, se sai pomba, se sai ou some o que você vê?

A Cartola. A Ilha Mágica é assim. Feito Cartola. Atraindo olhares faiscantes que procuram lá dentro, olhando de longe, o que surgirá!

Passei por lugares tantas vezes pisado, podendo pisar diferente. A bicicleta me proporcionou um passar mais vagaroso por estradinhas e entradinhas que convidavam. Também me fez passar ligeira na hora da fila cheia de motores mal humorados. Que me deixavam mais faceira, ainda, algumas vezes, sacando a câmera para filmar pra poder dizer pra todo mundo… #vaidebike #debikeemelhor #umcarroamenos #soporhojeexperimenteabike #bikeevida #cicloviaerespeitoavida

É até engraçado. Esticar os anos de vida, ter mais anos de vida, ter outras vidas pra se viver tudo que não se conseguiu viver, é sonho de muita gente. Mas, então, você descobre que dá pra reiniciá-la sem virar bebê. Iniciando num ponto de maturidade, ideal onde você já tomou seus tombos, já aprendeu no amor & na dor a dar importância ao que é importante. Como se já partisse tendo lido o manual de instrução do básico. Mas tem em mãos e nos pés, o meio para fazer diferente. O meio para experimentar diferente. Quase como fosse outra vida. E é!



Para quem pôde experimentar a cidade noutros meios, seja a pezão, busão, carona, avião e carro, passar pela ilha em bici é mágico! Isso! Mágico! Você sai sem pressa, não se estressa, toma vento no caminho que te refresca e, se quiser, prende tudo no guidão ou garupeira, abaixa a blusa na cintura e vai pelo caminho todo se bronzeando… Quer mais?

É de graça.
Não polui.
Autossuficiente.
Energia gratuita.
Academia gratuita.
Saudável.
Faz (mais e mais e mais) saudável!
Apaixonante


Bicicleta e a ilha orna. Pra quem não tem, já até tem a bicicleta por aplicativo. Pra zanzar, nos moldes já existentes em cidades européias e algumas brasileiras. Explico. Baixa o aplicativo em seu celular. Escolhe o plano desejado, de acordo com o tempo que pretende usufruir o serviço. Horas, dias, semanas, mês. Efetua o pagamento. Abre o aplicativo. Visualiza, no mapa, onde encontra a mais próxima. Vai até ela. Destrava pelo QRCode. Sobe e usa. Quando chegar ao lugar desejado, trava a bici para liberá-la para o próximo usuário, desvinculá-la de seu nome. Pronto. Rodou pela ilha em plena temporada, sem parar, uma única vez, em filas de congestionamento!

Mais.


Você descobre que é capaz de sair de sua zona de conforto. Que 10 km vira pouco rapidinho. Que pode e consegue superar pequenas distâncias. E elas vão ficando cada vez maiores em km e menores em dificuldade.

Mais?

Inspira outras pessoas. Que para usar a bici não precisa ser atleta. Se quiser, você pode até virar! Mas você pode sair sem roupinha de modinha, de shorts, saia, sandalinha, vestidinho, arrumadinha, capacete é bom e só. Que aos poucos, ela vai virando um prolongamento de seus membros. Porque aquilo que faz bem pra gente, vira um pouco a gente e a gente também. Numa osmose positiva de incorporar (preste bem atenção à palavra!) quem nos dá asas pra ir… sem fim!


A bicicleta faz a ilha se Mágica pra mim!

domingo, 27 de janeiro de 2019

O melhor dia: HOJE!


De pequenas coisas, das mais simples, se alimente.
São estas, justamente, as experiências mais ricas.
Não importa onde seja.
O local lá fora é o que menos importa.

Lugares são apenas lugares.
O compartimento do principal lugar... Você mesmo!


Ajuda ir a lugares bonitos?
Logicamente.
Buscar estar em lugares que tragam paz, que de tão bonitos, nos tragam o olhar para dentro, trazendo na mesma intensidade, beleza equivalente à alma, definitivamente é importante.

But...

Livre arbítrio.
A escolha diária é de cada um.
O lugar onde você vai colocar seu coração para viver.
Para seus olhos olhares e se abastecerem de energia.
Mas esta fórmula só acontece, na medida em que seu olhar muda primeiro. E pra a ver beleza, paz e possibilidades, naquilo que te rodeia.

Não adianta mudar o lugar se não mudar o olhar!

Como sabê-lo, se não percorrê-lo?


Embaixo é confortável.
Raso. E não me exige esforço.
Minha vista alcança adiante.
E não me parece haver tantos outros adiantes a serem vistos.
Mas se, passos atrevo subir...
Não mais me contenho.
Nunca mais serei o mesmo!
Meus olhos alcançam onde nunca sonhei existir...


Quanto mais avanço, mais alcanço.
Parece ser lógico. É fato.
Então, não entendo o não entender.
Não há sentido este surpreender.
Este espantar, este maldizer.



Pra quê ir tão longe?
Pra quê este querer?
Pra que almejar além?

Que teus olhos respondam.
Que tuas pernas te levem, um tanto quanto mais longe.
Que não haja mais preguiça que vontade.
Que haja mais e mais curiosidade.
Que haja querer!


Subir assusta.
Caminhar é um cansar de aceitar
Que a vida é somente aquilo.
Aquele olhar tão raso, que lá debaixo eu posso ver...

Mas eu sou tão feliz!


Não é uma questão de ingenuidade rasa.
É opção. Profunda de sobrevivência.
Não é alienação do mundo fora.
É percepção do mundo dentro.
Este. Imediatamente meu, do qual dependo.
Não se trata de ignorar infelicidades diárias.
E viver numa bolha.
Mas de não optar por discursos que não me pertencem.



Posso e devo falar com propriedade daquilo que vivo, realmente.
Ser feliz não é conquista.
Não é medida.
Não é, tão pouco, sorte de quem se diz feliz.
É opção. De ter, diariamente, nem mais, nem menos motivos para ser infeliz.
Mas de escolher a cada dia, uma palavra, um gesto, uma ação, um bem ao outro. Um bem pra si.
O caminho que dê paz.
Um seguir, voltando atrás.



Um reconhecer um erro.
O pedir perdão. O perdoar.
Os outros e a si mesmo.
É se livrar de pesos mortos.
É renascer todo dia.
Abraçar a vida todo dia.
Mesmo que tudo indique nãos.
Acreditar nos sins.
Porque ação nasce da decisão.
Você só faz aquilo que acredita.
É preciso acreditar em ser feliz!



quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Nada é por acaso


Já se pegou tentando entender o porquê de tantos senãos?
Já parou pra ver que algumas coisas acontecem enxeridamente, sem serem planejadas?
Já teve seus planos cabalmente postos abaixo, como se você não mandasse nada na sua vida?
Já foi pego de surpresa, vivendo uma situação que nunca se imaginou?

Tsc, tsc. Nada é por acaso!

Olhe só. Onde eu escolhi estar fica a quase três mil quilômetros de onde estou. Por que será?

Acasos…

A vida costuma me por freios. Me forçar paradas. Mudar meu rumo. Sem me perguntar. Costuma me dar presentes, também, sem me perguntar. Acho que na balança, está tudo bem, então!

Muitas coisas que planejei, consegui fazer. Várias outras, não. As que consegui entraram para minha vida. Me construíram. Me desafiaram. Me fortaleceram.


Veja só. A corrida apareceu de sopetão. Quem não conhece a história do tarado no lago que me fez correr, após dezenove anos sem saber se ainda conseguia? (Esta história tem um longo post contando!)

A bike fez parte. Foi rejeitada. Esquecida. Engavetada. Só foi acionada, porque eu estava proibida de correr. Tipo, não pode com as pernas, vai com rodas! E aí, o acaso virou um abraço. E um longo caso de amor…


As portas fechadas me trouxeram tanto de bom… Em trinta e quatro anos de prefeitura, trabalhei numa porção de escolas… Onze escolas! Mais os onze anos na Secretaria de Educação. Talvez, as escolas não tenham sido escolhas. Tenham sido oportunidades! Assim como passar tanto tempo atrás de uma mesa, trabalhando com números e pessoas.


Em cada um dos lugares por onde passei, criei radículas. Não raízes como meus amigos que permaneceram só numa, ou duas escolas a vida toda profissional. Eles todos criaram raízes profundas. Amizades mais profundas. Eu, por outro lado, passeei por jardins diferentes. Conheci uma diversidade de pessoas. Fui uma nômade profissional! 😱😄 E com isso, aprendi a olhar diferentes pessoas.

O mais engraçado, é que com o passar do tempo, você percebe que os frutos são os mesmos. Que amizades se perdem. Que alguns permanecem. E a afinidade fica. E quando não há, a gente aprende a aceitar a pessoa do jeito que ela é. E percebe que ter muita opinião é bobagem. Porque vira aquele chato que sempre tem, ou quer ter razão. Aquele donodaverdade que sempre tem o melhor conselho, a crítica mais inteligente, a fórmula mágica pra você parar de errar. Erros nossos, na opinião dele.



A vida foi me colocando um leque tão grande de pessoas que mesmo tendo criado radículas, os galhos deram folhas e flores. E , eventualmente, percebo que há frutos. E que, talvez, eu nem seja este tipo de pessoa que gosta de aprofundar raízes. Tenha mesmo o pé na estrada da vida, rodinhas nos pés, asas no coração.

Acaso é o antônimo de rotina. Previsível. Receita de bolo. Bula. Daquilo que sempre acontece do mesmo jeito. Que se sair um parafusinho do lugar, desmonta. Acaso é redondo. Rotina é quadrado. Redondo vai com a vida. Se adapta. Vira, desvia, muda o rumo, não para. Quadrado estaciona. Fica sempre do mesmo jeito. Não muda. Não sabe olhar pro lado. Porque, embora em forma de cubo, tenha vários lados, só olha pra um.


Acaso, pode se dizer, é o tempero surpresa da vida! O jato de tinta de cor que te pega desprevenida. A onda de mar que te derrubou. Te encheu de areia, mas te acordou. A perda do emprego, o término de namoro, a mudança inesperada de casa, de trabalho, de estado civil, de estado de saúde. São sustos que nos chacoalham porque daquele jeito estático não estava bom! Acaso é a vida te oferecendo outro caminho, você, teimoso, achando que é um não. É uma porta se abrindo porque outra se fechou.

Para acasos, é melhor ter gratidão. Parar de nadar contra. Choramingar à toa por algo que tinha prazo de validade, valeu e acabou. Porque caminhos novos, possibilidades novas, olhares novos só tem o clique “ON” se o outro desconectou.


As coisas mais importantes não são coisas!




Essa alegria, ninguém me tira!


Muita coisa é roubada.
Justamente. Coisas são roubadas.
As coisas mais importantes na vida não são coisas...

É um mistério esta máquina de andar e mexer da gente! Faz, faz. Necessita uns ajustes. Fica com peça gasta. A gente conserta. Às vezes, substitui. Cria ferrugem e até bolor!


Envelhece.

Máquina boa pra ser tratada com todo amor. E cuidado. Cuidar da dor. Máquina preciosa que nos carrega pela vida inteira. Que redundância! Quem não sabe disso? Hummmmm....

Aquela velha e conhecida historinha...
Ser jovem, ter saúde, ter tempo, não ter dinheiro.
Ser adulto, ter saúde,, ter dinheiro, não ter tempo.
Ser velho (ou mais idade! 😁😎😄) ter dinheiro, ter tempo e não ter saúde.
É fato. Mentira. Ter vontade muda tuuuuuudo!

Nesse mundãodeMeuDeus, perambulando por aí, vejo gente de toda idade. O que os faz ir? A despeito de toda dificuldade?

Vontade.


Ontem foi com uma Suiça que conversei. Em portunhol e inglês. Tem grana? Não. Tem vontade. Se precisar, arruma carona, arruma quarto por vinteecinco pilas em Floripa, aplica shiatsu na praia mesmo, com a gente deitada na canga, (lógico que fiz e até cochilei) e uma sessão já paga a diária do camping de hoje!

Tem vontade. Tem dificuldade. Vai. Enfrenta o que vier. E faz!


Já vi, na Europa, muitos casais de cabeça branca com suas mochilinhas, tênis no pé e... Vontade no coração! Passos mais lentos, costas mais arqueadas, mas pra que andar com passos apressados, mesmo?

Já vi gente que não troca férias por dinheiro nenhum no mundo. Trinta dias é sagrado por ano. E fazem milagres... Milagres em viver cada respiro dos trinta dias. Milagres que os trinta dias de desapego a dinheiro extra faz na vida da pessoa. Dinheiro a gente ganha, gente gasta. Todo mundo já ouviu isso. Ganha x, gasta X. Ganha y, gasta y. Lei da matemática. Lei da matemática, nada! Lei da maquinada! Que te transforma em máquina de fazer dinheiro pra alguém. Que não sei quem. Já que você não gasta com você!


Não estou falando de viagens caras.
Não estou falando de ir tão longe assim.
Não estou falando de maluquices. (Se bem que algumas, fazem muito bem! Quem não?)

Estou falando de cultivar o que não são coisas! Desapego ao que se vê. Se compra. Se rouba. Apego ao que faz bem!


Viro criança. Literalmente, viro criança! Me dá uma bicicleta e um à frente pra ir, que vou. Fico faceira de sentir o vento no rosto e sentir o suor dizendo que o corpo está trabalhando. De sentir que estou fazendo ele, o tempo, valer à pena. De degustar a liberdade que ninguém me deu e não comprei. Apenas abracei. Porque liberdade não é produto de mercado. Nasce com a gente. E quem a tranca, somos nós mesmos. Sempre dizendo a ela... "Agora, não! Nao tenho tempo. Estou ocupado. Tenho muitas coisas importantes pra fazer primeiro!" E prefere ser escravo. De si mesmo. De suas escolhas e ambição. De sua cegueira e sua traição. A traição aos seus anseios vitais. Dentre os quais, os SONHOS. Estes que nos mantém vivos. Estes que nos dão motivos para não desistir.

Não tenho mais liberdade que ninguém. A vida de cada um é diferente do outro. Alguns tem filhos pequenos. Alguns, pais idosos para serem cuidados. Alguns, pouca grana. Alguns, estes todos e mais alguns, MEDO. Quando a gente opta por fazer aquilo que gostamos, invariavelmente, pensam que a vida da gente é mais fácil. Atrelam liberdade a isso. E justificam sua falta de ação nisso. "Oooo vida dura, eu tenho!" Não leva a lugar algum pensar assim. Muito menos se iludir que a vida do outro que faz é mais fácil. De ninguém é mais fácil. É diferente! O que muda, é o olhar...


Ahhhhhhhh.... O olhar... Casado com a vontade, transpõe montanhas... Atravessa oceanos... Não leva dinheiro, Nem roupas de marca na mochila. Mas ganha experiências vividas, simplesmente por optar. Este tal de livre arbítrio que tanta gente deixa pro outro fazer por ele.

Não tenho dinheiro.
Não tenho tempo.
Não tenho saúde.
Não tenho coragem.
Não sei fazer.


Dinheiro. Taí tanto jovem fazendo, trabalhando no caminho pra fazer dinheiro. Esta suiça. Um amigo cicloturista que faz artesanato pra vender. Que pega trampo esporadicamente pra fazer renda. Outros amigos que vão e não tem preguiça de arrumar trampo não! Seja no que for.
Dinheiro. 2 Já pesquisou sistemas e aplicativos que te oferecem viagens mais baratas, acomodações mais em conta e nem por isso, menos confortáveis ou charmosas? Cinquenta pilas pro meu bolso num lugar aconchegante como estou. Onde pra tudo, vou de bike... Sem gastar um tostão de combustível. Faço amizades. Não me sinto só, se não quiser. Essa mocinha suiça tem pago entre vinteecincoetrinta pilas por dia. Oferece seu serviço, passando de guarda-sol em guarda-sol, também faz traduções de espanhol para francês e bem poderia fazer ainda para o alemão, inglês, italiano, se quiser. Pois domina todas estes idiomas... 😲🤓


Tempo. Já vendeu férias? Já se programou pra não precisar mais vender? Já usou bem seus finais de semana? Já levantou do sofá, já largou o celular e todas as redes sociais desligadas por alguns dias pra sair de dentro da caixinha e ir viver? Tem gente que na lápide terá de por o celular pregado em cima e constar... "Aqui jaz..."


Saúde. Vai com o que tem. Pode ter certeza. Vai piorar... Não é pessimismo barato. É fato. A curva da vida é ascendente. Topo. Descendente. Inevitável. Pra quem pretende viver até os cem anos ou mais. Off course. Dá pra melhorar cada fase. Ter qualidade de vida. E o principal: parar de se lamuriar pelo que não tem e usar bem aquilo que ainda tem. Porque logo, não tem mais! 🤪🤭😬🙄😜😂 Ao invés de se esconder na dor, vai com dor. Faz o que dá. Garanto que sair da inércia, botar a endorfina pra funcionar, vai trazer mais bem estar do que mais dor. Que vivenciar coisas novas, dará mais prazer que desprazer. E que você vai encher a sua linha do tempo de VIDA. Ao invés de DESvida. Na descida. Pode crer!


Coragem. Ahhhh... O medo... Que ata as pernas. Que paralisa. Que inventa monstros onde não tem. Coragem só se ganha no caminho.
O medo é um castelinho criado no mundo do fazdeconta, botando medo na gente, daquilo que nunca existiu. Não adianta se basear no "E se...." SE é condicional. Algo que pode ser e pode NÃO ser. Basear suas escolhas e sua vida em algo que não é real é, no mínimo, esquisito, não?
Coragem é como tsunami. Um cisco o inicia. Imperceptível quando nasce. Um monstro quando acontece. Derruba tudo no caminho!  Não é que coragem tenha de ser destrutivo, destruidor. Mas a coragem cresce porque fez o primeiro movimento. É o primeiro movimento que todos precisam fazer!


Por fim. Não sei fazer. Quem o sabe? ! Só se aprende a fazer, fazendo.  A vida só tem graça por ser uma caixinha de surpresas. Observar a natureza do nascermorrer, nos mostra que aprendemos para sobreviver! Chorar. Pedir. Fome. Sede. Dor. Ganhar independência ao se mexer para ir alcançar. Um brinquedo, a mão da mãe. O engatinhar. O andar. Então... Onde foi que você se perdeu? Onde foi que desaprendeu a andar?

De todas as desculpas esfarrapadas, escolha todas pra jogar fora. Escolha ir.

As coisas mais importantes não são coisas!


quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Não tô com pressa!



Cada vez mais, mais que afirmação, é uma vivência. Diária. Real. Necessária.

Quem me conhece sabe que não sou nada pontual. Um grande defeito. Que, muitas vezes, é uma grande qualidade!

Pontualidade é imprescindível em muitas áreas, momentos. Mas, convenhamos, ter hora marcada pra tudo é como se fosse por a vida em caixinhas de fósforo com hora certa para acontecer. Para cada palito acender e apagar. Início e fim. A sequência. A ordem. Uma dura inflexibilidade que engessa e bota fora a espontaneidade, o abrir portas, o permitir que a vida nos presenteie.




Sobre ontem.

Passei o dia à toa numa praia sossegada, sem vucovuco. Improvisei sombra na bicicleta + um lenço-canga e, protegida do sol, curti vento, mar, o não fazer nada, o fazer o que gosto, escrever, o estaratoaatoa..

Fiquei de papo tarde da noite. Eu havia passado o dia beliscando lanchinhos e não havia almoçado. Quando parei pra, finalmente, comer, doisemum. Almocei e jantei sem vergonha nenhuma. Com isso, fui para a feirinha encontrar Vanessa da Draissiana já quase nove da noite. Quase não falo nada, ela também, saí de lá mais de dez.


Pedalei num sorrisão…

Em casa, mais prosa. E no quarto, finalmente compartilhar uma das historinhas. A outra, dormi com ela aberta, selecionando fotos...😱😴😬

Sobre hoje

Acordei cedo. Vi a postagem pela metade, conclui. Pesquisei trilhas para fazer. Consegui falar com um amigo do mundo! Porque conheci este brasileiro no Camino de Santiago de Compostela. Mas em alguns meses do ano, mora na ilha. Nesta. Pronto. Combinada a parceria para a trilha, mas não hoje. Amanhã!


Compactei o que levar na bike, menos coisas, sem alforje. Só uma pochetebike. Mais uma peça tresemum que carrego em viagens. Bolsapochetebolsadeguidão. Clipo no guidão. Cabetudo. E mais a mochila de hidratação. E mais cuidado com o sol que amanheceu reinando soberano, num céu totalmente azul!



Gostoso é sair do jeito que está. Sem ter de levar um arsenal de coisas. Mas pedalar é, ao contrário que muita gente pensa, um misto bem equilibrado e pensado entre liberdade e responsabilidade. Liberdade no ir. Responsabilidade no que levar. Nem de mais. Nem de menos. Pra ter autonomia, poder consertar o que quebrar, luz se voltar à noite, água!

Sai atrasadinha. Atrasadinha?🤔

Não tenho pressa. Pressa pra quê?
No meio do pega isso, pega aquilo pra sair pro sul da ilha, o lobo mal (e preguiçoso!) começou a atentar “vai de carro!”. Apelando pra pressa de chegar na praia e aproveitar…

Pressa pra quê? Se o caminho faz parte do prazer?

Lobo mal não me pegou! Qual seria o agravante de chegar tarde ao paraíso? O sol. Sol a gente dá jeito, na sombra. O caminho para carros numa ilha em pleno verão, estressante. Fui é curtindo o caminho!


Quase me joguei na piscina antes de partir. Me molhei pela metade, cabeça tronco, braços. Molhei a bandana e manguitos que hoje pus pra proteger do calor e sol. Parti.

Eram 10h45. Pra quem acordou 7h e pouco, uma bela enrolada. Mas, ahhhhhh… As conversas ganhas neste meio do caminho… As da noite que me fizeram capotar de qualquer jeito. As do café, justamente por ser um AirBnB, onde você convive, compartilha… O destino de hoje é só um detalhe do caminho. Recheado dsde a véspera. Desde o café da manhã. Por tooooooodo o caminho!

Claro! O viaduto e seus grafites ficaram sem pit-stop. O caminho foi mais rapidinho por onde já havia passado. Mas precisava passar tudo o resto rápido?

Parar de ser obsessivo apenas pela chegada é um aprendizado tããããããão gostoso… Ter um equilíbrio entre um bom horário maleável para chegar e o ir desapressado. Poder observar detalhes no caminho. Ter vontade de fazer uma fotografia e fazer. Sem passar com aquela sensação “Que foto teria dado ali…” porque fotos, assim como vida, passam num estalar de dedos. Diante de você, ou fotografa ou, logo depois, ela não existe mais. Este passar sem paradas, sem degustar o caminho, eu não entendo!



Sai pedalando, sorrindo feito boba de novo! Com menos bagagem, menos ajustes a conferir, já vim escrevendo em pensamento. Só não parei na hora pra escrever. Mas jurei que não ia me esquecer!

Fiz fotos já pensando na legenda. Vídeos marotos, não provocativos, mas provocadores. Tipo: #bikeévida #cicloviaéorespeitoavida
Tão feliz estava de passar desobstruída pelas laterais, as ciclovias, ciclofaixas, calçadas (sim, calçadas, pois com a pista em obras, o trânsito lento, pesado e congestionado, era o único espaço seguro para se ir).

Escrever passou a ser, literalmente, uma conversa. Que nasce nas minhas perambulações para ser compartilhada quando sento e escrevo.


É minha forma de reafirmar a alegria de viver. Não de impor que esta seja a forma certa. Não há fórmula, nem regra. O que conto não são fatos. São ilustrados por fatos. Tombos. Levantadas. Viagens. Cotidiano. Dia-a-dia. Bobiças. Falo é daqueles invisíveis que fazem a diferença. Não são viagens no exterior que dão sentido à vida. Por mais que nos dêem colorido, experiências, agucem todos os sentidos, se não acontecer a outra viagem, a interior, de nada adianta!

Estar vivendo um dia de cada vez, decidindo no ontem, o hoje. Hoje, o amanhã, fica mais leve. Aceito melhor o que vem.

Olhe só. Acabo de encontrar esse amigo brasileiro que conheci a milhares de quilômetros daqui. Umas horinhas de papo, antes dele entrar no batente, o escutar, o falar que são as trocas que verdadeiramente ficam.

O dia nem terminou e estou me sentindo transbordando de alegria! Plena. Felicitude! Algo que para mim significa, ou transmite ser, a sensação de plenitude e felicidade! Que não vejo como um estado permanente. Senão se torna obrigatório. E ai se acordar sem estar feliz!!! Vejo como algo tão espontâneo que, de repente, brota, sem explicação! Como um suspiro!


Não tô com pressa pode ser o estalo que se tem ao se perceber que é no caminho, em cada detalhe, em cada cenário que o apressado passa sem ver, que há belezas. Que há riquezas. Que pressa faz chegar mais rápido ao fim. E fim... é fim!