Vamos conversar?

Vamos conversar?

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Preguiça de levantar da cama? Faça na cama mesmo!



Diário de frases - Frases de hoje!

28/12
  1. Não espere o um pra começar. Comece no 28 mesmo
  2. Preguiça de levantar da cama? Faça na cama mesmo!
  3. Desafio : faça o número de repetições da sua idade. Quanto mais anos se passam, mais se tem de ser dedicar a si mesmo.
  4. Ame-se!
  5. Acorde e vá por ordem de alimentos.
  6. Qual está mais carente ultimamente? Alimente corpo, mente, espírito. E pense que o o corpo alimenta-se de exercício físico e de energia. Movimente-se e alimente-se.
  7. Só se levante da cama (ou do chão) após alimentar corpo (exercícios) mente (uma leitura rápida, leve e motivante) e espírito (seja qual for a sua crença, agradeça! Pontue, diariamente, 3 motivos para ser grata hoje. Não vale repetir!)
  8. Saia da cama. A preguiça de sair da cama pode ser muito produtiva.
  9. Sim. Quando faço exercício na cama, muitas vezes, nem abro os olhos e vou no automático mesmo. Faço séries de repetições, usando a minha idade (52). Uso a ideia do porco no rolete. Ou do frango de vitrine. Vou girando. Sim. Pode rir. Vou escrever sobre isso. Tem de assar por inteiro, certo? O corpo tem de ser exercitado e movimentado por inteiro. Frontal, lateral D, posterior, lateral E. Superior e inferior. Não tem segredo. Que exercícios? Nossa… Existe uma infinidade… Como sou formada na área de EDF e também sou PhD em fisioterapia (não, não como estudadora na área, mas como cobaia e praticante há 30 anos) tenho uma vaaaaaaasta experiência e vivência de exercícios…. Mas encontra-se, facilmente, profissionais na área para passarem exercícios. E, na real, pelo menos uns cinco diferentes, todo mundo já fez, já viu, ou é capaz de fazer. Sem dificultação.
  10. Foram 25’ me mexendo hoje. 14’ escrevendo.
  11. Gratidão. 1- Ter me mexido. Sim. Fazia séculos que não me fazia este favor, esta doação, este carinho, este chamego nimim. 2- Dom de escrever. Para dividir dificuldades, bloqueios, frustrações e também vitórias, superações, alegrias. 3- Acordar! Em múltiplos sentidos.

Agora, acorde você. Se tiver preguiça de pular da cama, faça na cama mesmo. Nem abra os olhos, nem acenda a luz. Simplesmente, mova-se. Abdominais. Laterais. Pernas. Braços. Vá virando feito porco no rolete. Pra dourar por inteiro. Alimente as três fontes de equilíbrio. E comece o dia! (19’ escrevendo. 5’ foram agradecendo)

Por último, compartilhe! Eu vou fazer no blog. Você pode fazer isso, dividindo isso com amigos. Numa conversa POSITIVA E OTIMISTA sobre a vida. Sem lamuriações, vah! Invista em você mesmo. Faça você mesmo sua auto propaganda. Se venda! No sentido de achar tudo de bom e melhor que há em você e VIVER e SER isso.

UM DIA DE CADA VEZ.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Depois do fim, um sim pra mim



Mudanças não combinam só com o final de ano. Nem só com fechamentos de ciclos. Mas com inícios.

Todo dia é dia de iniciar um bom dia, a boa vida, o bem! Bem pra você que seja bem pros outros e vice-versa.

A vida não é curta demais que não caibam sonhos. Nem tão longa, assim, para postergá-los.

Algumas coisas vividas são tão boas, mas tão boas que a lembrança delas se bastam. Significam e se explicam, mesmo não existindo mais. Aquela certeza de ter feito tudo. Ter feito bem feito. De ter vivido de corpo e alma. De nunca ter desistido antes da hora.



Hora. Hora de olhar pro espelho e desejar construir novas lembranças. Que desejem sinceramente serem boas por si só. Não boas como as já existidas. Mas sem serem comparadas, com o direito de serem únicas!


Hora de olhar o caminho e desenhar passos. Mesmo que não se enxergue, exatamente, onde. Sim, saber onde se quer ir é fundamental. E cada um de nós sabe. Que mais tem a ver com um estado de espírito em paz, do que de um lugar. Mas, algumas vezes, a vista fica embaçada por lágrimas e não enxergamos onde pisamos. E é preciso seguir, mesmo assim, pois debaixo dos pés, parece haver areia movediça. E a certeza de que se estava na direção certa, de que o caminho percorrido era certo, dá por algum tempo, a estabilidade necessária pra seguir, ainda que num voo cego por algum tempo. Rumo direito.


A vida é um emaranhado de ciclos. E, ao mesmo que significam fins, anunciam novos começos. É igualzinho à transição da noite pro dia. E do dia pra noite. Pensava-se ver tudo tão claramente, a luz vai sumindo, se esvaindo e, tão qual lua nova, num breu total, nada se vê.

Então, persistindo em suportar o tempo, o tal do tempo que, dizem tanto, dá jeito pra tudo, devagarinho, a luz vai surgindo. Mansamente, invadindo. Até tomar conta de tudo, soberana.


Virão dias resplandecentes. Virão dias de mornaço. Dias claros, dias nublados. Mas dias se sobreporão às noites. E noites aos dias. É só uma questão de deixar o tempo ir e vir, no tempo dele.

A gente nunca entende um fim. Depois a gente compreende. O fim é só uma palavra de três letras que encerra um ato de teatro, junto com a cortina. A história toda teve início, teve um desenrolar pra chegar ao fim. E o que vai contar no final, até por um ato de sobrevivência, é guardar as boas lembranças. Jogar fora a parte que machuca. E seguir nele. O tempo.


Tentar não é algo que, somente arranque pedaços da gente, quando algo não dá certo. Deixa pedaços em nós, também. No outro. Isto se chama construção! Do que somos e do que seremos. Tentar é o ato contínuo de optar sempre pela vida. Mesmo que doa. Mesmo, que tantas vezes, não pareça fazer sentido. Tentar é a única certeza de não desistir. Quem não tenta, não vive. Crescer dói. Como as dores de crescimento. Transpor a placa do fim para iniciar resetado, dói. Mas vale à pena!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Natal dos Contrastes



Saia do convencional. Quebre regras. Procure pessoas que não recebem um Feliz Natal de ninguém. Há muitas.

Saí dar uma voltinha, fotografar um pouco, numa terrinha desconhecida. Olhar casas diferentes na rua. Algumas poucas pessoas na rua, no correcorre de levar bandejas de comida pra passar a ceia com a família.

Eu havia saído outro dia e não estava com a câmera. E quis sair hoje pra captar algumas imagens que me chamaram a atenção. Pra escrever sobre isso.


No final, distraída que estava, vi do outro lado da rua, numa destas casinhas de janela na rua que me chamaram tanto a atenção, numa varanda, um senhorzinho sentado. Quase passei reto. Mas arrisquei uma acenada com a cabeça. E ele, de longe, respondeu. Acrescentou simpático um boa noite. E um “Bom Natal!” Eu já estava passando atrás da árvore que me esconderia dele. Voltei. Uns passos atrás e lhe respondi. “Um Bom Natal pro senhor também!”

Estas coisas nos deixam com a alma leve. Espontaneidades que resistem ao tempo. Logo em seguida, cruzei na mesma calçada com uma mulher e um rapazinho. Provavelmente, mãe e filho. Ela andando cega na rua, de olho no celular, enquanto andava. Ele, mudo, andando ao seu lado.

Que contraste!

Do outro lado da rua, o senhor que prestava atenção em quem passava na rua, viu meu leve e tímido aceno de cabeça. Prontamente, respondeu. Ali passando a centímetros de mim, andando ao lado de alguém seu, por causa deste quadrado preto na mão, sou invisível. O filho é invisível. Visível é ser visto no quadrado preto e o que ele contém. Pessoas enxergam o outro lado do mundo e não enxergam quem está ali, logo ali ao seu lado.

Que contraste!

Ao mesmo tempo que gosto tanto de escrever, sou meio alheia a responder. E, juro, fico até arrepiada e preocupada de ser mal educada em não responder as mensagens de Natal que chegarão hoje.

Não me leve a mal! De coração, desejo que todos tenham um Natal de paz, de harmonia em suas casas. Que seja um dia de reflexão em suas vidas. Que haja tempo e desejo de refletirem sobre o sentido da vida. Sobre o papel de cada um na vida do outro. Do próximo. Do ao lado. E que o quadradinho preto na mão, não seja mais importante que os amados ao seu lado!

Neste Natal, faça um favor ao seu coração. Deixe seu celular no modo offline. Use para fotografar, sim. Registrar alguns momentos. Nem tanto selfie. Mas o olhar refinado no outro. Não se preocupe em estar presente a tanta gente lá longe. Em passar minutos ou horas respondendo tantas mensagens que chegarem. Preocupe-se em estar presente com o seu ao lado. O seu imediatamente próximo. Em distribuir boas noites, Bom Natal a quem nem recebe de ninguém. A quem te observa e não é enxergado. Às pessoas invisíveis que você cruza ou passa diariamente e não vê!

Tenham todos um dia de enxergar pra dentro de seus corações. De redescobrirem os verdadeiros motivos que nos dão paz e as formas de distribuir amor. Indistintamente.

sábado, 22 de dezembro de 2018

Bota cor 🎨 & amor 😍 na sua estrada


Passar, todo mundo passa. Enxergar 👀 , são outros quinhentos…

Voltaemeia me pego usando estas expressões centenárias que a geração de hoje desconhece. Mas “outros quinhentos” significa outra história. O outro lado. A outra versão oposta, ou diferente.

Que a vida é uma viagem, muita gente já disse, diz e dirá. Estar na estrada é estar passando. Sem saber, ao certo, o tamanho da viagem.

Tem gente que tem uma pressa danada! Malemá olha pro lado. Pressa pra quê, Dona Maria, Seo José? Se chegar ao fim é o fim? Pra que olhar tanto laaaaaá na frente, onde você nem está, tendo tanto à volta, agora, pra olhar?

Bota um reparo, vá! Fazendo um esforço, você enxerga cor e amor. Percebe detalhes. Pode até brincar com o seu enxergador e deixar ainda mais bonito! Quem foi que falou que o cenário tem de ficar do jeito que está?

Tá escuro, ponho luz. Faltou cor? Seja o sol que acentua a cor. Redesenhe as curvas da estrada. Faça o olhar de quem olha a fotografia da estrada que você está se apaixonar pelo lugar. Pinte o quadro. A estrada está ali pra todos. Mas é de cada um pegar a paleta 🎨 e se divertir. Olhar a estrada cinzenta e não fazer nada é ser cinza também. E quando você bota cor, é um gesto de amor desapegado à vida. É viver de coração ♥ porque, não por acaso, coração é cor-ação.

No final das contas, não são grandes coisas que fazem a diferença. São pequeninos detalhes. Achar graça na vida, poder se comprazer com o imediatamente ao lado, ao redor no espaço. E no tempo, com o imediatamente agora. Porque qualquer coisa que ultrapasse esta linha tênue é abstrato, irreal e inexistente.


A estrada é esta. Num instante já se foi. O cenário, outro, a luz, o calor. E se você não pisar a sua estrada e vivê-la a cada passo, passa o tempo e você estará sempre fora do tempo certo. Seguindo suas próprias pegadas, correndo atrás da sua sombra, lamentando viver de ver fotografias, sem ter estado lá pra viver.

Pare. Fotografe a sua estrada. Sabe bem como será a fotografia deste seu viajar?

Se o quadro pronto estiver cinza, sem luz, arregace as mangas, ouse. É preciso coragem pra por cor & amor na vida!



A vida não vem pronta. 

domingo, 16 de dezembro de 2018

Reenergiza!



Reenergiza!

Busca aquilo que faz bem.
Se faz bem pra ti, faz bem aos outros.
Busca fazer coisas simples.
Quanto mais simples, mais riqueza.
Curte o tempo pequeno de pequenas coisas.
O tempo vai como água de rio.
Que em Cachoeira, mostra a beleza em alguns espaços de tempo, intercalados por tempos calmos, tempos intensos.
E tanto um, como outro, passam.
E não voltam.
Em tempos de Cachoeira, mergulha, entra, usufrui.
Logo ali adiante, ela não está mais.
Ou ela. Ou tu.

O tempo se vai.

sábado, 15 de dezembro de 2018

Vida apagada?


A paleta de cores está aí. Bem dentro de você. Vai depender dos teus olhos brincarem de achar graça no velho, de reinventar mistérios, de rir da bagunça que o mundo faz da vida da gente.

Reinvente. Pinte com cores alegres aquilo que já perdeu a cor. Reenxergue cores que permanecem ali e só precisam ser ressaltadas.

Acrescente um ingrediente que dê vida à tela. Ponha um elemento vivo no quadro que anda desacordado. Algo que te incite a ir buscar o vento, estar no tempo certo do agora, nem antes demais, nem depois demais. Um tempo onde te permita a viver o segundo imediato do agora. A não achar nem demora, nem pressa. Que te tire da mesmice apagada e portas fechadas e te faça fazer a vida mais alegre a partir de agora. Já.

O que passou, passou. O caminho é pra frente. Pinte seu quadro. Passe a porta. Viva sua vida!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

O medo do novo



Mesmo quem vive buscando a aventura, no seu mais simples e direto sentido de “ir pro desconhecido”, passa por estes momentos. A gente sempre tem a tendência de fazer isso. Fazer o que gosta, o que dá prazer, o que nos faz sentir vivos! E, de repente, descobre que segue sempre pelo mesmo tipo de caminho. Este caminho tão maluco para outros, para nós é quintal de casa. Quantos lugares por aí neste mundão, você pisa e sente como seu? Se sente em casa? Conhece como a palma da sua mão?


Então.

Não precisa me conhecer muito pra saber qual é o meu lar adotado. Onde me sinto em casa. Quintal, casa e jardim. Tanto, tanto, que o piloto automático, se ligado, me leva pra lá. Mas… Meu coração anda pedindo, desesperadamente, pra ir buscar novos ares. Percorrer caminhos diferentes. Ir numa direção que nunca fui! E isso tem me estremecido. Me criado um desassossego. Me feito sentir medo!

Medo?


Ouço muito, muito mesmo que sou corajosa. De sair, assim, muitas vezes, sem rumo certo, seja sobre as minhas duas rodas preferidas, ventonacara, seja de busão, avião ou nas 4 rodas 4X4, que me levam pra este mundão. Alguns destinos certos, um elástico do tamanho do mundo pra refazer, quantas vezes for necessário, o desenho do caminho. Viagens como as que faço, parecem acontecer na louca, sem qualquer planejamento. Não é bem assim. Há o elástico, sim. Mas há referências, há pesquisas para saber as opções.

Em território conhecido, zona de conforto, fica facin facin ir. E mesmo a estrada sendo estrada em qualquer lugar do planeta, o passar por ela também me assusta.


Estrada pode ser a transição. A passagem tão necessária de um estado para outro. O sair do lugar que você não gostaria de sair para conhecer outro. O se permitir abrir portas e janelas, mesmo que elas te assustem. Mesmo que a vontade seja de ficar.

Parece haver um imã que sempre me atrai a alguns lugares. E mesmo eu gostando tanto do novo, de desbravar lugares não conhecidos, me divido entre a vontade do novo e o desejo de aquietar. Em lugares que adotei como meus.

Falo brincando que conheço mais a América do Sul do que o próprio Brasil. Fato. E quando me ponho a pesquisar nos canais e assistir aos vídeos, de tanta gente bacana e viajeira que de maneiras simples, noutras, super profi, compartilham viagens por lugares inimagináveis… Meu queixo cai. Olho pequeno o meu de não alcançar e ir buscar ver de perto, tanta beleza neste Brasilzão!


Então, relutante, coração pedindo estradas velhas e conhecidas, estou brigando comigo mesma pra ir. Em lugares que nunca estive. Se por hora, a sonhada e esperada viagem de bicicleta por estradinhas na América do Sul teve de ser adiada devido à minha última queda que resultou num corte profundo no joelho, que pede mais tempo de recuperação e cuidados, desfazer o bico, a cara chateada e olhar pro lado bom é ato inteligente de sobrevivência. Porque tudo de ruim é bom, dependendo de como você olha pra vida. Há motivos infinitos para a gratidão. Ao invés da lamuriação, do auto compadecimento. Da patinação na baba reclamenta que te faz nuuuuunca sair do lugar, é preciso querer enxergar soluções. Há como ir, sim. Se não é de um jeito, é de outro. Porque o meio como você vai é apenas o meio que transporta o verdadeiro sujeito. Não adianta nada ter bicicleta, moto, carro, carrão, caminhonete, avião, trem ou busão se não houver o passageiro que queira ir e vá. De resto, só latarias velhas ou novas sem passageiro, sem tripulação.


Quem faz mover o motor que leva pelas estradas da vida, meu caro, é o coração. Nada mais faz funcionar a máquina, se não houver o desejo no coração. O resto é ação.


quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

A porta fechou. E agora?



Chegou atrasada. A porta fechou?
Senta e chora?

Perdeu o trem, o metrô, o avião, o busão.
Meia volta e ir embora?


A história acabou. A página virou. A música terminou.
Silenciar e emudecer, perder a melodia e o dia?


Se você ficar sentado no sofá, certamente, não verá a porta se fechar. Nem se fechar, nem se abrir. Nem nada além do sofá.

Quem se decide a ir, corre o risco, sim, da porta de fechar. Mas… Quanto custa o cômodo conforto de não ter a porta fechada diante do nariz?


Quem acompanha um viajante, seja por blogs, canais de YouTube, redes sociais, vê a estrada adiante dele e tem a falsa ilusão de que o caminho se abre o tempo todo, sem dificuldade alguma. Como naquele velho seriado americano, do agente 86. Alguém lembra? Eu me lembro! Ahahaha. Era um seriado, cuja abertura marcou época. Ele ia passando por corredores sem fim e todas portas iam se abrindo diante dele, antes mesmo dele demonstrar que ia passar. Sem nenhum esforço…


Então, tá. Ah se a vida fosse assim. Fácil assim.

Mas… Que graça teria?

Recentemente fiz meu plano de férias. Desenhei o que faria. De que forma, pra onde, por quais caminhos, percursos baixados em aplicativo. Uma Ciclotrip, off course! Venho aguardando tanto pra fazer… Seria coisa de um mês. Um pouco mais. Uns 1000 km. Paisagens escolhidas a dedo e coração. Então. Tudo certo? Certo.


O destino prega peças. Na hora, a gente não entende. Depois, ok. Eu tropecei. Cai. Machuquei. Vésperas de ir. Tô remoendo a paciência. Tentando entender. Vai ver, penso eu, é uma porta fechando. Vai ver tem uma outra que eu não presto atenção, querendo me mostrar um caminho novo e eu, teimosa, fico indo, ainda, sempre pro mesmo lugar! Fácil. Zona de conforto. Mesmo pra quem pega estrada, há estradas, há caminhos, há meios que pairam na nossa zona de conforto. É quase uma viagem em piloto automático!


Porta fechada. Não parece que irá abrir. Com isso, destranquei cadeados postos em outras janelas já cansadas de me esperar abri-las. Uma a uma, visitei, vislumbrei. Sim. Assanhei. Deu vontade e deu medo. Se dou conta. Eu nunca me sinto sozinha no caminho. Às vezes, há o silêncio. Mas tão bem vindo… Este caminhar de passos solo é tão ensinador… Dá o frio na espinha. E desenha o riso maroto de quem dá de cara com o novo. Este novo da porta nova que você não enxergava de tanto olhar só é sempre pela mesma porta velha de todas horas.


A porta fechou? Vira um pouquinho pro lado. Ou pro outro. Dê um giro de 180 graus, se necessário. Só não fique parado olhando pra porta fechada. Quem senta e chora, recheia os olhos de lágrimas e perde de ver e viver a imensidão que todo dia nos rodeia e convida a ir.

Tô nem aí!



Tenho descoberto esta frase na minha boca ou nos meus pensamentos, mais frequente ultimamente. Tanto que, há pouco, li algo, falei isso pra mim mesma e corri aqui, escrever!

Explico.

Não. Não é deboche nem displicência mal educada com os outros. É autenticidade. Simplificação de certos mimimis que vão se acumulando pelo caminho. Tantos dedos para o que é óbvio. Pisar em ovos o tempo todo. O cuidado exagerado em quebrar cristal que é vidro. De calar o que, escancaradamente, grita.

Cada um interprete em sua própria história…

Ui. Que medo dá, não?
Quantas histórias escondemos em nós mesmos… Quantos medos… Quantos desejos secretos… Sonhos malucos que só nós sabemos… Aí, pensando, pensando e o tempo passando…

Então, percebemos o óbvio mais óbvio dos óbvios! O tempo passa sim. Nem vem com esta de que ele passa rápido demais. Nem que demora. O problema é o botãozinho atrás. Sim. Este mesmo. Você. Nós. Ele, o tempo, passa diboa. No tempo dele. O desajuste não é dele. É nosso…

Parei e vim escrever por quê? Fazia tempo que não fazia isso. A coisa mais comum pra mim era uma palavra, uma frase, uma imagem, uma conversa me suscitar a escrever. E, ultimamente, andava freando isso. Não deixando acontecer. Mas esta frase de hoje…

“A maior guerra sempre será entre você e seus pensamentos!”

Vi. Li. E pensei este “Tô nem aí”. Já tive alguns medos. Medos cíclicos, entende? De perdas. Até eu descobrir que certas perdas não acontecem nuuuuunca. Ou porque nunca te pertenceram. Ou porque nunca deixaram de ser tuas. Hummmm…. Tá metáfora ao quadrado hoje. Ao cubo! “N” possibilidades de interpretação. E que assim, seja. A cada um. A mim, bem sei…

Mas, vamos exemplificar pra ficar claro, mastigado pra entender.

Aquilo que você é, em essência, pode até passar acobertado por um tempo. Abafado. Mas, escute. Preste bem atenção. Volta. Essência fica. Não morre. Se você é do tipo que nasceu com um espírito inconformado e tem passado a vida abafando pra se encaixar nas arestas da sociedade, se conformando, sinto muito te dizer. Não vai rolar. Dá certo, não. Uma hora, o ar falta. O chute acontece. Vai tudo pelos ares. Quem nasceu inconformado, no melhor sentido da palavra, de ser mutante, gostar de aprender e viver o novo, não se conforma nunca. Até tenta. Mas uma hora, a “forma” imposta não o contém. Pronto.


Há, há outros modelos. Sonhos… Já vi outros histórias assim. Aquele sonho deixado de lado. Que fomentou, fomentou e (graças a Deus) incomodou até ser buscado. Sonhos de vestibular frustrado. A viagem de moto da juventude. De bicicleta pelo mundo, dum jovenzinho já não tão jovem assim, assim como tantos estão por aí. . De motor home. De um home pelo mundo. De dedão. Viagens…


Aquele burburinho que insiste lá dentro, ignorado por tempo, que sempre escutava a resposta “Agora não. Um dia…” E que uma hora, ah…. Uma hora vem com força total, como se gritasse “Uma hora é tarde demais, seu trouxa!”. Te dando um chacoalhão. Te fazendo acordar. O tempo passa…

Tô nem aí. Esta frase que revela a gente mais fiel ao que se é. Não é maleducação, não. É falta de medo. Não o medo cuidador. Mas falta de medo da dor. Que a vida ensina, com o tempo, uma ironia atrevida. Talvez, esta equação inevitável de se perder o espaço de tempo à frente, a ser vivido, nos faça ousar o desconhecido, desafiando até perdas evitadas pelo medo. Medomedomedo… Este medo que paralisa atitudes, passos, mudanças de direção, mudanças de posição. Do estável pro duvidoso. Aqueeeeeeele duvidoso há tanto desejado e posto de lado. Como se fosse um absurdo. Absurdo te digo o que é : é ver a areinha escorrer no funil do relógio do tempo e você não fazer nada! É ver o tempo esvaindo e você oscilar se é certo ou errado, não ouvir o seu lá dentro, este que você sabe tão bem e insiste em não ouvir. Porque permitiu entrar numa forma que te prendeu, cortando tanto que havia a crescer. E, agora, sente as dores de asas quebradas por ficarem aprisionadas.


Tô nem aí é um dar de ombros ao peso todo que carregou sobre eles e que te curvaram. Pra derrubar este peso que não é seu. Tô nem aí é não ter medo de perder o que não é seu. É saber que não perde jamais o que é seu. E é preciso acordar, antes que seja tarde, enquanto há tempo e saúde pra se viver aquilo que não deixa nunca de existir.


Você pode ter escolhido uma máscara bem encaixada na sua cara. Ter escolhido, cuidadosamente, a fantasia mais apropriada a vestir por todos estes anos. Ninguém perceber. Tudo parecer correr bem. E , matematicamente, tudo parecer perfeito. Não se trata disso. Nada disso. É lá dentro que habitam as maiores tempestades. A maior guerra travada não é cá fora. É lá dentro que acontece uma briga ferrenha que ganha, agora, o juiz do tempo. Aqueeeeeeele que bate o martelo e diz, dono de si e inabalável : acabou.

Tô nem aí é, de certa forma, a certeza de ter sido fiel a mim mesma. Autêntica, ainda que ridícula (aos outros). Autêntica ainda que faça, ou acredite em invisíveis que ninguém vê. Em buscar impossíveis. Em ser feliz por verdades vividas de todo o coração! De nunca desacreditar naquilo que há dentro de mim. De nadar contra a maré, de perseverar por acreditar e não me deixar afundar, mesmo que isso fosse o mais fácil a fazer.


Tô nem aí, talvez seja a forma mais sincera de, tal como a própria frase diz, dizer. É aqui que estou. Não estou aí. Aqui, eu sou. Dentro de mim. Jamais fora de mim. Dentro de mim, estou, estarei até o fim…

domingo, 9 de dezembro de 2018

Sobre Dores & Amores



Algumas dores são frutos de amores.
Alguns amores sobrevivem às dores.
Alguns, algumas andam juntos. Interdependem-se. Complementam-se. Alternam-se. Coexistem.


Eu, definitivamente, sou um mosaico de cicatrizes. Feridas abertas se fechando. Sempre em processo de cicatrização. Ferida que cicatriza deixa marca, sim. Cria crosta. Pode até parecer mais delicada onde se machucou. E significar dores… Mas contém histórias. Que pele bonita nenhuma, sem marcas, tem pra contar.


Um dedo, de resto, com uma unha nascendo, crescendo, quase chegando ao tamanho da anterior, que pode contar a história da peregrinação. O tal enigmático, instigador e tão particular, Caminho de Santiago de Compostela.
Dele, conto pouco agora. A história dele é longa. Mui looooonga… Por hoje, contar que independe do tamanho em dias, quem parte neste caminho, desde que vá despretensioso, coração aberto, com seus pesos imprescindíveis de vida para levar, aprende, no caminho, a desapegar ainda mais, o desnecessário que levou. A manter consigo o que representa sua essência, seus porquês. E a digerir vagarosamente, o que o caminho oferece.


A bem da verdade, as lições foram muitas. E não é que não escrevi nada. Capaz que eu, que me desmancho em letras e palavras, não o faria numa viagem tão marcante e ensinadora como esta. Mas são histórias que merecem um contar atencioso. E foi feito. Gigantemente. E vai virar livro, também. Vou contando alguns detalhezinhos…


Meu pé se encheu de bolhas. O corpo gritou. Eu escutei e, por algum tempo ainda, tive de prosseguir andando. Posso dizer, com toda certeza, nunca senti tanta dor na minha vida! Nunca! De andar chorando, com dores que não cessavam e aumentavam. E que pra eu rumar a um lugar seguro, tinha de lidar com estas dores, suportá-las, ainda que doessem.


As bolhas sararam. A lição ficou. Na superfície da pele, quase não se vê sinal algum. Lá dentro de mim, tudo ficou gravado. De fora, apenas esta unha querendo crescer.

Enquanto isso, vou ganhando outras dores. Um joelho cortado bem fundo. Um corte profundo, difícil de cicatrizar. Mas que pouco a pouco vai se fechando. Dia após dia, de fora pra dentro, parece estar se fechando. E lá dentro, a ferida ainda está aberta e me impede fazer coisas que estaria fazendo. É lento. Mas vai ser fechar.


O que são estas dores?

São os riscos riscados na pele e no meu corpo, os amores que vivi. Esta minha sede por viver, por ir pelo caminho, não desistir de prosseguir. Esta minha vontade de recomeçar, mesmo há tanto parada e quase vencida, de tentar de novo e ir correr. Ir um pouco além. Ir por um caminho que me agrade, me faça feliz. Caminho lá fora, cheio de verde, vento e cheiro de vida. E cheio de pedras. Estas que me fizeram tropeçar e cair. Esta que me cortou. Ah… Eu e as pedras no caminho….


Eu sei que há esteiras seguras para se correr. Mas que não me fazem sair do lugar. E cair só acontece com quem está em pé, a caminho, indo. Tenho dores. Mas vivo os amores. Este sentimento que faz crer. Recomeçar. Não desistir.

Muita gente nomeia de paixão por viver. Não penso assim. A paixão acende o fogo. Com certeza. Mas quem mantém a chama acesa, quando ninguém mais a vê, é o amor.

É o amor que faz ver onde não há chance. Que me fez levantar, embora destruída fisicamente. Chorando compulsivamente, sem poder parar e, mesmo assim, acreditar que chegaria.



É o amor que me faz esperar esta ferida se fechar lá dentro, embora tenha tanta vontade de estar, hoje mesmo, lá fora, de cara pro vento, rasgando as bochechas de sorrir, fazendo o que me faz feliz. De esperar. Esperar este tempo necessário pra não me ferir mais. De acreditar que foi só um tombo, de novo. Já passa. E, logo, no tempo certo, vou estar ali.


Dores e amores coexistem. Insistem. Resistem. E me fazem por fora e por dentro, os desenhos em mim.



domingo, 2 de dezembro de 2018

O Pré Caminho


O Pré Caminho

5/8/18

Hoje começo, de fato, a parte mochilão! Desmamei do aconchego e conforto da casa da Cris, devido ao calor extremo destes dias, onde o mais sensato foi ficar recolhida à sombra do que já iniciar a longa caminhada que me espera!

Foi uma convivência gostosa! Passar estes dias com minha amiguinha de infância, conhecendo os encantos desta região, relembrando nossos tempos de meninas, e tantas belezas naturais e as construídas há tantos anos atrás. Castelos. Cidades. E observar ruínas ou casas e igrejas mantidas através dos tempos.


As temperaturas giraram em torno dos 45 graus à sombra. E a ideia de chegar em solo europeu e iniciar o Caminho já na sexta feira teve de ser abortada, o que não me chateou. Fazê-lo será muito bem-vindo, se acontecer. Mas antes do caminho, há muitos caminhos a desfrutar…


Quinta-feira foi dia de passeio pela região. Parques municipais, castelos medievais e a inusitada experiência de comer um prato típico português… Caracóis!


Quando o dia parecia já ter terminado, Guilherme, esposo de minha amiga nos levou às cidades vizinhas onde havia o Castelo de Torres Novas que é aberto durante o dia com entrada gratuita. Uma construção imponente, conservada, que nos remete a uma viagem no tempo ao passeamos ao seu redor por estreitas passagens pela muralha que o rodeia. Adentrar, infelizmente, não foi possível neste momento, devido ao horário. Mas a rápida passagem por ele já valeu muito à pena.
O Rio….. ladeado por praças, que corta a cidade, convida moradores e curiosos a permanecerem por perto nos restaurantes e bares próximos. A sensação de estar perto da água, somente pelo barulho que se ouve da cascata já proporciona um desejado frescor nesta noites tão calientes. E terminamos o dia em casa, já passado da meia noite.

Ao dia seguinte, estava reservado um passeio que logo ao descer do avião, minha amiga me convidou, perguntando como eu estava de agenda nesta viagem. Livre, eu respondi! Estou com um abecedário inteiro de planos e opções de caminhos. Com ideias, mas sem correntes. Ela tinha em mente, irmos à piscina de Castelo Branco. Distante cerca de 100 km de sua cidade. Não poderia ter havido passeio melhor! Saímos no final da manhã e pude relembrar meus tempos de picnic com meus filhos. Passamos num mercado, compramos frango assado, frutas, pães, água, chá e munidos, chegamos à piscina. Como nos preenchem ricamente momentos que parecem ser tão simples! Alternar pulos na água, refrescar-se nela, na ducha e à sombra das árvores lá hora do lanche. Comer com as mãos, sem o menor constrangimento. Deliciosamente! Observar as pessoas, as famílias. Enquanto fugíamos o valor extremo de 45 graus…
O final da tarde ainda me presenteou com um passeio pela região de Vila Velha do Roncão. Uma formação rochosa às margens do Rio…. que, conforme tem descrito numa placa informática à sua frente, na margem de cá do rio, tem uma aproximação da partes que a compõem, estreitando a fresta entre elas!
O dia terminou preguiçoso, eu cochilando dentro do carro.

O sábado foi dia de pesquisas. Comecei a pensar em planos A, B para fugir do calor extremo e do risco de incêndio. O Caminho ainda estava em suspenso. Caminhar por dias sob um sol estarrecedor não seria nada sensato. Arriscar-me a passar por áreas com riscos de incêndio, sabendo o quão graves são em Portugal, também não fazia parte dos meus planos. Comecei a pesquisar o litoral.
Pelo Google mesmo, percebi um local chamado Peniche. Carol, filha de minha amiga já havia visitado e também feito a travessia à Ilha, a Reserva de Berlenga. Hummmmmmm… Parecia ser interessante a ideia! Fiz uma pré reserva pelo Booking. Anotei as possibilidades. Enrosquei no acesso por ônibus. Teria de fazer toda a volta por o Lisboa. Gastaria horas, agora de ser distante apenas 100 km. Deixei de lado.

Saquei plano B. Serra da Estrela. Altitude combina com frescor. Clima ameno. Me pareceu uma ótima ideia. Pesquisei locais. Li comentários sobre o que ver na serra. Gostei. Pesquisei hospedagens e, bem no estilo casas de montanha, vi uma vasta oferta de lugares super charmosos, aconchegantes para ficar. No entanto, a grande maioria já reservados. Quando, finalmente, encontrei, num valor legal, fiz o contato com o proprietário para saber se eu poderia ir sem efetivar a reserva, pois este seria com taxa de cancelamento, caso eu não conseguisse chegar. Para o meu imenso espanto e um certo desapontamento, ele me respondeu que não era nada aconselhável ir lá, pois havia alto risco de incêndio!

Estaca zero.

O dia foi se arrastando preguiçoso, um calor insuportável lá fora. Passamos o dia inteiro dentro de casa para fugir daquele bafo quente que pairava no ar e parecia subir ainda mais quente do asfalto. Lá pelas tantas, Cris teve uma ideia genial. Havia um auto carro, nossos ônibus, particular aos domingos que levava num preço bem acessível e direto, sem paradas, portanto, em torno de uma hora apenas, até Nazaré. A famosa praia das ondas gigantes! Bingo! Decidido o que fazer. Retirei do mochilão poucas coisas para passar o dia e retornar no mesmo. Saquei a mochila de ataque e feliz da vida, tinha em mãos o que faria. Pesquisando as possibilidades de passeios e transportes, vimos que haveria tapete fácil até Porto. Isso poderia casar à ideia inicial de prosseguir do litoral, em direção ao norte para a região de Porto e, quem sabe, ao início do Caminho. Caso fosse interessante o litoral, levando meu mochilão, eu teria a opção de ir até Peniche, que era a ideia inicial e conhecer um pouco da redondeza. Fiz a pesquisa. Sim! Consegui manter a reserva inicial de pernoite em Peniche. Agendei a travessia de barco para a Reserva de Berlenga. E comecei a desenhar o caminho. O pré caminho.

Refiz a mochila. Juntei tudo de novo. Fechei de lado a malinha laranja que vai guardar os excessos de bagagem e as roupas de frio com as quais vim do Brasil.

Cá estou. A caminho do litoral do lado de cá do Atlântico. Por dez euros ida-e-volta, se quiser, rodando cerca de 50 km para iniciar o desmame tão gostoso do aconchego do lar da Cris. Sozinha. Sozinha, não! Eu e minha mochila