Vamos conversar?

Vamos conversar?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Feznãofez? Feznãofez?



Um dia, vou mandar uma foto lá de cima de uma estrela. Dizer que a viagem foi ótima. Um pouco assustadora. Com clarões e escurões no caminho, feito relâmpago em tempestade à noite.
Vou dizer que tive de correr e apertar a perna um bocado nas subidas, mas que também soltei a perna nas descidas. E que o vento foi generosos e me refrescou o caminho todo, em brisa.


Vou fotografar o caminho todo, escolher as fotos mais significativas e mandar. Pra vocês poderem entender um pouco do que falo sobre esta delícia de ir na estrada deslizando. Sobre esta faceirice de passar pedalando, feito criança em bicicleta, fazendo arte.

Talvez, eu nem saiba escolher direito qual foto mandar. Porque cada uma tem uma história. E todas, todas uma história de amor comigo.

Mas eu vou estar de cima de uma estrela, e não terei a vasta opção de escolher tantas fotos assim. Na verdade, será como se fosse um último envio. Aquele momento de escolher as que marcaram mais. E ai de mim, escolher deixando de fora, tantos momentos importantes congelados na memória!


Então, matutando um bocado, um bocado mais, fico remoendo a vontade de incluir tantos CLICS no tempo. E, vejo, é rico isso! Não é motivo de desespero não saber escolher. É gozo puro! É possuir um leque gigantesco de um tempo bem vivido. É ter multiplicado o tempo, não por ter corrido demais nele. Pelo contrário. Por ter parado nele, para apreciar.

Ai que ando mexelona na alma… Observando despedidas. Observando o que o tempo vai fazendo com a gente. Vendo um espírito jovem (toda vida!) ganhar cara de senhora! Vendo um fio delimitar idades, pondo pra lá, ou pra cá, gerações. E ver que eu pertenço a de lá! Não. Não é lamuriar idade. De forma alguma. Este espírito atrevido e jovem, permanece jovem. Mas o tempo passa para todos. E vai ficando escasso, pedindo espaço para certas coisas…


Urge. Urgem vontades. Urgem anseios. Urgem segredos que vão perdendo a vergonha de existirem. Porque sabem que ele, o tempo, não parou nunca de passar. E fica como luz piscando, perguntando: “Feznãofez? Feznãofez?” como se brincasse maroto, me provocando a coragem. Coragem.

Meus medos foram outros. Diferentes dos seus. Diferentes dos outros. Minha falta de coragem é outra. Diferente da sua. E de todos os outros. Minha coragem também foi de atrevimentos diferentes dos seus. Pura lei da sobrevivência. Cada um na sua ação de sobrevivência. Meu afogamento foi outro. Meu asfixiamento foi outro. Cada um sabe o seu. O meu grito por liberdade nasceu de medos meus. O meu grito por querer viver, sei eu, o que o provocou. Nada, nada parecido com os seus. Me sobra coragem para os seus medos. Me sobra medo para a sua coragem.

Eu preciso conversar comigo mesma. Eu preciso reachar o botão ON que eu perdi em mim. Acho que sobrecarreguei a bateria. Vou formatar o tudo.


Lá de cima de uma estrela, vou olhar o caminho que percorri. Será a hora certeira de ver que valeu à pena. Que muita coisa escolhi. Muita coisa foi escolhida pra mim. E que permanecer no caminho, ou não, cabe a mim.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Brochei




Os dois lados.
  1. Um desânimo e desestímulo
  2. Parada. Reflexão. “O que está errado?
  3. Um terceiro de acréscimo: pode melhorar a partir de agora.

Dois lados

Explico.

Brochar significa perder o tesão. Literalmente. Levei uma, dias destes atrás, em relação a escrever. Pra quem gosta de ler, fica difícil entender o porquê. Sendo amigo que não gosta, apesar de ser um saco receber mensagens contínuas na caixa de entrada, fica a dúvida: falo ou não falo pra parar de enviar?

Penso na opção da dúvida. Ele (quem envia) nunca vai saber se leio ou não leio. Fico na proteção da dúvida. Exceto se o enviante perguntar: “Você lê?” Como fiz dos destes e ouvi um “Sinceramente, não!”

Não há problema. Nenhum. Também vou confessar que não abro tudo que recebo. Sorry. Ainda e também prefiro mensagens pessoais do que compartilhamentos prontos. Mas também compreendo que este é o jeito de muitas pessoas demonstrarem atenção, amizade. Mesmo que as palavras enviadas não sejam escritas por elas, as representam. Então, aceito. Nem tudo abro. Mas aceito. Compreende?

Presente que ganhei

Carinho dado não se olha os dentes. Ops. O ditado popular diz: “A cavalo dado, não se olha os dentes!”

Adoro ditos populares. Porque você tem de entender a consistência. De onde nasceu. Disso, digo. É presente. Feito aquele enfeite de casamento que você nem curte, mas alguém deu de bom coração. Pra você, pode significar mal gosto. Pra quem deu, seu maior tesouro. Sua melhor forma de demonstrar amizade, carinho

Afinal. O que aconteceu que brochei?

Acho chato enviar frequentemente meus links do blog. E, off course, eu sei, a maioria não abre e lê. Não tem problema. O que faço sobre enviar os links não é pedido de comprar rifa. Nem prova de amizade de volta, se ler. Envio somente o que eu escrevo. Não são compartilhamentos de correntes, mensagens dosoutros, prints que não sei o que significam. Se para muitos é chato, incômodo, incoveniente receber links pela caixa de entrada, posso assegurar: só envio para amigos. Amigos que conheci, conheço e tenho vontade mandar algo meu. Como se fosse aquele velho bate papo que nunca acontece, ou aconteceu há anos. Tem mileuma promessas de se repetir, mas não acontece nunca. Pela correria da vida. Pela falta de tempo. Tempotempotempotempo.

A chamada que levei deste meu amigo foi justamente isso. Mal tem tempo de ler o que precisa ler, acredito eu, as coisas mais importantes sobre trabalho ou que reflitam em financeiro e eu fico enviandoandoando links de blog pessoal. Que se não tem tempo de ler o que precisa, que dirá, entrar em blogs pessoais de amigos. Eu.

Confesso. Fiquei mal uns pares de dias. Ruminandoandoando. Um tijolo pra engolir. Ensaiei responder. Gosto muito dele e responder ao que me escreveu, poderia acabar numa discussão de ideias. Afinal, anda estressado pela falta de tempo. Vou lá eu, mandar uma cartinha, ou bilhete de três linhas, pedindo desculpas,e pondo meu ponto de vista?

Gostaria de dizer a ele que talvez seja este o problema hoje, de todos nós. Dedicar pouco tempo a alimentar as amizades. Aceitando a forma de cada um se expressar. Ele me disse preferir mil vezes eu mandar mensagem lhe dizendo que vou visitá-lo, na cidade maravilhosa. E isto aconteceu até hoje, três vezes nestes doze anos de amizade. Sei que as portas serão sempre abertas. Mas…

Escrever é minha forma genuína de conversar. Por mais que as historinhas dificilmente sejam direcionados a uma pessoa, em particular, quando as envio, é por terem o tom de uma conversa. Simples. E responde quem quiser. E mais. Abre a conversa quem quiser.

Sinceramente, minha posição em relação aos envios de mensagens que não me interessam, ou são impessoais, enviadas a todos, é somente não abrir. Ou abrir, ver que não me interessa ver, ler ou assistir e fechar. Só.

Nunca escrevi a ninguém pedindo pra não enviar mais. O que já aconteceu é bloquear gente que não conheço, que está num mesmo grupo de WhatsApp e vir de conversa inconveniente e eu simplesmente, clico no bloquear. Só. Mas amigos… Somente quando na época da campanha eleitoral, onde tanta gente se desentendeu, pedi a uma ou outra pessoa que evitasse envios de cunho político. Pois cada um tem sua opinião. Só.

Então.

Sei, sei. Realmente, receber links semanalmente, ou quando acontece, diariamente, para quem não é adepto de ler, ou simplesmente não vê importância em blogs pessoais de amigos, pois não faz parte de forma alguma de “leituras a se ler”, é um saco.
Fico, então, matutando. Paro? Prossigo? Recolho? Restrinjo?


O que me faz continuar a escrever e enviar é justamente o que faz um professor prosseguir, mesmo quando metade da sala não presta atenção ao que ele fala. Quando você ensina algo que eles tem resistência. Quando ficar no stand-by é mais confortável. Do que ouvir. Não tenho nada a ensinar quando escrevo. São apenas conversas escritas, bate papo na tela que entra quem quer.

Compartilho o que vivo. Penso. Sinto. Em resposta, muitos amigos me escrevem fazendo um feedback muito rico. Sugerindo outros temas. Comentando algo parecido ao que vivi. Perguntando informações. Às vezes, dicas sobre como ir. Já que falo tanto de ir atrás de sonhos. De ir viver. De acreditar. De  fazer e acontecer! Então, vejo que dividir isto que escrevo provoca um despertar em muita gente. Um acordar. Um coçar. Que inicia uma revolução das boas… Que através das palavras, posso fazer a diferença a um que seja!


Justamente as pessoas que possuem um horizonte menor é que se deliciam com a leitura. Viajam junto. Desejam sair de seus lugares de conforto e ir buscar. Pois através das palavras e imagens, conseguem apalpar um pouco mais de perto por onde vou. Diferente de assistir canais que transmitem lugares mais fantásticos. Pois são estranhos que foram. Quando você vê alguém que você conhece expondo algo que fez, engraçadamente, parece se tornar mais perto.

Sei que este meu amigo não fez por mal. Ele é muito mais viajado do que eu. Imagino, com um círculo de amizades bem maior que o meu. Uma graça de pessoa, que se torna um excelente anfitrião quando o visitamos.

Eis a questão:

Visitar in loco, já não é assim tão comum. Por mais que eu seja viajeira. Por isso, para mim, os envios das minhas historinhas é minha maneira de manter a cordinha ligada. Entre mim e quem eu envio. Seja amigo velho, amigo novo, recém conhecido em viagens, de perto, de longe, de outro continente, de outro planeta. Tem sido assim que tenho resgatado conversas com muita gente que consta na minha imensa lista de contatos, a quem nunca ligo, também não envio uma mensagem pessoal, convidando para um café, almoço, passeio, nem visita em casa. Mas que no envio dos links, acabo cutucando por curiosidade do assunto, foto postada e a conversa é puxada… Para um café, um almoço, uma visita...


É. Nome retirado da lista de transmissão. Se você também não deseja receber é só me dizer. Eu retiro. Só acho estranho me dizer que preferiria o envio de palavras pessoais se essa prática também não é sua.

Cada um alimenta seus amigos do que lhe é mais rico e farto. No meu caso, de ❤️. É escrever. Mas vou entender se receber pedidos de pfv, Não me envie mais. Mas seja você, quem for, não distribua recados de “Tenho falta de tempo!” Você só possui aquilo que você dá.

Tempo.