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sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Sobre fotos espontâneas & fakeespontâneas



Tem aquelas fakeespontâneas.
Tem as espontâneas.

De foto sempre gostei. Voltaemeia conto, toda orgulhosa, que meu pai foi fotógrafo amador. Lá pelos anos 50, 60 tinha sua Rolleiflex 😱 que, sim hoje está COMIGO. Uma ROLLEIFLEX! E tenho, em casa, caixas de fotografias P&B tiradas, reveladas ampliadas, todas por ele.


Pra quem é da área, sabe do que estou falando. Neste mundo digital de hoje, não dá nem pra conceber a arte, a arte original da FOTOGRAFIA.

Tive o grande prazer de cursar Artes antes da EDF. E mesmo sem concluir o curso, tratei de "puxar" matéria que tinha afinidade. Adivinhe qual... FOTOGRAFIA. com o Isaac. Quando havia o galpão para estas aulas.


Quem só adentrou no mundo da fotografia através do celular, não imagina a vastidão propiciada nele, antes. Que embora mais restrito em recursos tecnológicos, ampliava, infinitamente, o feeling, a capacidade de criação, de observação, de reinventar imagens antes mesmo delas acontecerem. Pense só. A imagem imaginada só seria vista depois, bem depois. Havia a captura. A revelação. Num processo de química e luzes e escuro. O tal quartinho escuro, onde somente a luz vermelha, a penumbra sutil desta luz, nos permitia vislumbrar a imagem sendo projetada e surgindo, vagarosamente, no papel fotográfico.


Era fascinante! Mil vezes fascinante. Mil vezes mágico. Mil vezes me fazia riscar de orelha a orelha de feliz, um riso de criança de acompanhar a magia. Só podia ter este nome. MÁGICA. Você olhar uma cena. Mirar uma caixinha preta pra ela. Apertar um botão. CLIC. E, horas depois, vê-la projetada num papel. Como assim?

O mundo da fotografia guarda lembranças. E abriu horizontes que não parecem ter fim. Se o processo da revelação foi extinto neste mundo digital, pode ser que todo aquele feeling de "sentir" a foto, percebê-la, tenha se perdido um pouco. A câmera te mostra, imediatamente, como ficou. E o leque de escolhas da melhor infinitizou. Com isso, já não se economiza mais como no rolo de filme de 36 poses, nosso luxo dos luxos de fotógrafo, daqueles tempos...


Fotografa-se, hoje, quase com a frequência do respiro.

Raramente, os clics viram papel ampliado onde se observam detalhes. Não se espera o momento certo. Não se flagra. Exceto para fins profissionais, quem fotografa hoje, em sua grande maioria, mais que guardar lembranças, deseja mostrar.

Aí, vêm as fotos fakeespontâneas. Não é crítica não. Quem nunca tirou foto de perfil, tiponãoestouolhando? O leque se abriu. Há "N"possibilidades. Ao invés de criticar, vamos usufruir o bem que há!


Neste imenso universo que hoje é a fotografia, me divirto, me encanto e sempre penso no Seo Paulo. Quanto ele brincaria com estas tecnologias todas da fotografia! Eu me imaginava carregando a câmera pendurada no pescoço, junto daquela bolsa, recheada de lentes, aparatos que ele tinha.

De "coisas", o mundo fotográfico se encheu. Sem fim. Há recursos que nem sei dizer. But...

Existem alguns pequeninos detalhes que marca nenhuma foi capaz de inventar ou reproduzir deste tempo tão manual. São tão peculiares, tão próprios, que botãozinho nenhum faz. O olhar de quem aciona o CLIC. O olhar de quem é clicado. O sorriso farto e largo. A gargalhada rasgada. O brilho no olhar. Olhar. Olhar nos dois pontos extremos da foto. Fotógrafo e fotografado.


Bingo. Quaaaaaaase tudo pode ser melhorado, reproduzido e inventado. Quase, meu amigo. Nós, este ser lá dentro, NÃO.

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