Vamos conversar?

Vamos conversar?

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Fazendo nada. Nadica de nada



Já experimentou? Não fazer nada?
Mas antes de responder, é preciso deixar bem claro uma coisa. O seu fazer nada, pode ser o meu fazer tudo. E vice-versa.

Abrir mão daquilo que você sempre faz, pra não fazer, absolutamente, nada do que escolheria fazer pode ser um martírio. Ou pode ser o início de um caminho novo.

Estas minhas férias, bem poderiam ter o nome de filme, no estilo “Férias Frustradas”. Mas com um outro olhar, pode ser “Férias Inusitadas”.

Olhe só onde vim parar. Quintal de casa. E aceitei a reviravolta fazendo do velho, o novo.


Santa Catarina, embora não seja meu lar de verdade, é meu lar da vontade. Do desejo, do coração. Conheço feito palma da mão. Uma boa parte e, que bom, ainda tenho muito a explorar


Depois de mirar o Chile, Argentina, a travessia de SC de bike e ir explorar de 4x4 o centro-oeste, vim pra SC como o filho que à casa torna. Totalmente avessa a planos, a metas, a treinos (como já fui, tanto, tanto) sem expectativas projetadas e aberta a cada dia inventar algo novo. Um dia de cada vez.


Quando a gente não tem expectativas, o que vem é muito bem-vindo. Cada movimento, um ganho. Cada nova conversa, um aprendizado. Por menor que seja o passeio, traz o vento e no vento, coceiras de pensamento.


Explico.

Quando eu era a Susi atleta, uns dias em Floripa seria um deslumbre fitness de correr trilhas, girar a volta inteira da ilha de bike, subir morros, suar até cair! No bom sentido! (Sem cair, pleeeease!)




A Susi passeadeira, chegaria cedo no local de pouso e partiria cedo pra algum lugar. Numa ânsia desesperada de ir ir ir. Sabe lá pra onde. Mas ir.




A Susi Cicloturista, nem viria de carro. Chegaria de bike. Passaria, pararia, obviamente. Mas teria os olhos noutras paragens, logo mais. Ah, sim. Cicloturistar pela ilha, ainda é uma boa possibilidade. Mas, mais opção do que obrigação.



Entende?

É por aí que quero chegar…

Acho que todo mundo, ou quase todo mundo passa por estes ciclos. Descobrir o que gosta. E decidir começar a fazer. Até aí, há os dois lados. Os que começam e os que esperam a vida passar. Achando, de certo, que realizações caem do céu, diretamente no sofá!

Quando se descobre e se começa a fazer, há também os dois lados. Os que fazem diboinha. E os mais vorazes. Que não sabem fazer nada de pouquinho. Tão gulosos no fazer, como os gulosos no comer, se empanturram. Exageram. Querem a toda hora. Só querem isso. E… passam a fazer o tempo todo.

Se escravizam!

😱😱😱😱😱😱

Mexi em vespeiro. Não estou jogando pedra em ninguém. Sou eu mesma. E,off course, vista a carapuça quem quiser…. 👀😳🤪😜🙋🤦

A linha tênue entre….

Fazer por prazer & Obrigação

Divertir-se & Escravizar-se

Escolher & Piloto automático

Passear & Passar

Abraçar o bem que vem & Reclamar do que não vem.

Ixi. Caraminholas brotando! Cabeças coçando. Se perguntando: o que eu faço demais? O que é aquilo que só faço aquilo? O que me era prazer é agora é pura obrigação? No que me divertia e agora é no piloto automático? Eu passeio? Ou só passo? Pela vida?

Tive estes clics no tempo em que corria e observava. Outros e a mim mesma. Correr tem de ser leve. Sorrindo. E eu via pessoas com cara de sofrimento. Rugas na testa, entende? Eu sei. Eu sei. Algumas vezes, o desafio é tão gigante, a dor tão grande, que o corpo chora de dor. No caminho todo. E, ao final, se derrama em choro, em prazer, em gozo. E faz feliz.
Esta cara feia de sofrimento não vale. Porque só precede, tão intenso quanto o sofrimento, um prazer surreal. Falo de caras de sofrimento. De desprazer. De fazer algo que não se gosta. E continuar. Simplesmente, por estar no piloto automático…

Quanta gente está!...🤷

Vou voltar ao assunto. Faz o que gosta. Faz demais o que gosta. Vira um automático semsalsemaçúcar.

Tá na hora de parar. Mudar o jeito. Ou o feito, ou o efeito. Zerar. E neste caso, mais que recomeçar, um começar algo novo.

Era pra eu estar no Chile!
Na Argentina pedalando!
Por SC, atravessando!
Nas Chapadas, desbravando.
Jalapão… Não?
Não.

Nada é por acaso! Clichê. Mas vamos viver?
Vivê-lo. Ele! O acaso que veio sem ser chamado. Enxerido, sem ser convidado. O que ele me trouxe?





Trouxe uma casa linda, mas tão aconchegante, tão bom papo com as pessoas, que de defeito, achei este. Casa tão gostosa que não consegui sair. Prosa fora, tão à vontade, que já peguei a rede de limpar piscina e passei umas horinhas à toa (este tal do fazernada!) falando nada e falando tudo! Almantei. O nosso velho almoço-janta dos nossos dias no camping quando as crianças eram crianças! Fui convidada pra beliscar salada, fiz macarrão de acampamento, aquele, padrãozinho, macarrão-molho-milho! Juntamos tudo. Me fartei! De alimentos. Para corpo e alma! Um desplanejado momento, melhor que a encomenda.





De quebra, final de tarde, peguei a magrela, nem luva me lembrei e saí. Vento contra na ida, ventonacaaaaaaraaaaa… A liberdade que adoro de parar quilhões de vezes para fotografar. Sim, até selfie tirei. Eu que, já tanto critiquei. O sóselfie. Mas me deslumbrei com o caminho, o sol caindo no mar, as casas de pescador. E, aquelas minhas típicas paradas e voltadas. Quando vejo uma foto me chamando para acontecer. Um trapiche longo, o sol na ponta, gaivotas donas do pedaço, nada, nada demais. Só fui. E brinquei um monte de fotógrafa. Como faria quando criança. Como faço, por virar criança! Ainda ganhei um amigo de passagem, austríaco, pra treinar o meu inglês! Adoro isso! Conversar em outra língua, parece bobo o que vou dizer, é a prova real destes mundos paralelos que desconhecemos. E que podemos! Ir e conhecer.

Na volta, vento me empurrando pelas costas, sorriso largo no rosto, fui pra casa feliz. Casa. Esta que adoto, me adota, que tenho pra onde ir.

Dia em que não fiz nada. Nadica de nada!

Será?



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou? Compartilhe!

Quer comentar?
Clique em "comentários" e digite na janela que se abre. Selecione seu perfil no Google, aí é só publicar! Se quiser, identifique-se com seu nome ao final!

Obrigada pela visita! Logo mais, passo respondendo...