Vamos conversar?

Vamos conversar?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Clica, foca e fica





Tenho conversado muito a respeito do que tenho escrito. O envio dos links, uma boa desculpa para puxar conversa, devolver resposta, emendar café e até filar almoço na casa de amigos que não vejo faz tempo.

Numa das minhas postagens, eu fora do Brasil, recebi de uma amiga, a mensagem falando de seu desejo em viajar, da sua admiração em meu desprendimento em ir, e de lhe ser algo tão impossível. De pronto, lhe respondi. “Difícil nada! Vou aí na tua casa e te ensinar a mexer nos aplicativos de pesquisa de passagens aéreas, de reservas de hospedagens.”


Não é que fui?

Tenho tido atitudes tempestivas, mas não de chuva machuquenta. Mas de garoa fina. De fazer, repentinamente, aquilo que você sempre adia e, se quiser realmente, faz todo dia. Uma delas? Visitar amigos.


Fui, bem cara de Susi, caradepau, pós sessão de fisio, lá pelo meio-dia. Meio-dia? Hora de almoço.. 🙄 Pra quebrar o gelo mesmo. Não era assim, antigamente? Chegava, batia palma e entrava. Fosse a hora que fosse. Sem cerimônia. Sem telefonema. Sem mensagem de WhatsApp. Sem avisar. Funcionava! Modelo caradepau de amizade que funcionava. Porque não tinha esta ensebação dos nossos tantos grupos de WhatsApp com centenas de integrantes e uns dedos da mão de amigos que você realmente vai na casa. Que marca, marca, desmarca, espera tooooooodo mundo dar ok, um diz que não pode, desmarca outra vez e passam-se meses sem se ver. Até anos.

Fui. Tá. Pra não ficar tãaaaaaao caradepau l, assim, passei numa padaria e peguei uma torta inteira de alho poró. Hummmmm….

Adoro isto. Estas visitas relâmpago. Quando combinei? Pela manhã. Umas...Umahoraemeia antes….

A melhor parte disso tudo é a espontaneidade do momento. Por que não fazer? Tempo livre é o tempo mais ocioso que existe. Óbvio. Mas ao invés de lhe dar a liberdade de irevirefazer, geralmente, planta uma tal de preguiça, desânimo, comodismo, um não sair do sofá. Ou do celular.

Ahhhhhhhh…. Ele. Dele vou falar um cadinho….

Clica, foca e fica. O que lhe parece?



Não à toa, foi escolhido a dedo e coração para nome do meu blog. CLICS. Pode ser o clicar uma foto. O clique que te acorda. O clique que se fazia no mouse, se dá no touch, na ponta dos dedos para escolher: é lá que vou. Clicar é apontar o dedo naquilo que você vai fazer. Ler, curtir, dar zoom, empurrar para o lado, para fora da tela para mudar a página.

Nesta dança dos CLICS, o tempo voa. E a grande maioria, hoje, se perde à toa, toa, perde o tempo fazendo nada. Tem estatística para isso, produção? Temos tanta tecnologia, hoje, a disposição, na ponta dos nossos dedos e quem, realmente, faz bom uso disso?


O que mais gosto de ouvir nos feedbacks das conversas que tenho dos leitores do blog é que através das palavras que desenho e imagens que escolho, eles viajam… Sim, sim. O que faço não é nada novo. Há uma infinidade de artigos, revistas físicas, blogs, perfis nas redes sociais (hoje, particularmente, prefiro seguir no Instagram) onde se pode buscar informação, conhecimento para se montar sua própria viagem. O clic, se bem dado, abre portas. Mas se for clicado no piloto automático, só abre páginas e páginas de rede social, onde você vê tudo e nada vê.


Clicar só não basta. É preciso focar.

Foco. Afinal…. O que você pretende nesta vida?






Eu sou cinquentenária. As pessoas na minha idade estão caminhando para a aposentadoria. Esta tão esperada carta de alforria de quem trabalhou a vida inteira, desde moleque, desde menina e que cumpriu seu tempo para usufruir alguns anos fazendo o que quiser da vida “ganhando sem trabalhar”.

Eis a questão. Se você não semear saúde, chega nesta idade capengando. Mal parando em pé. E, no muito, seus passeios serão para o hospital, para a fisio, para fazer exames.

Também, se não parar um pouco para entrar e fazer a sua lista, aqueeeeeela das “Cem coisas para se fazer antes de morrer” (pode ser mil, ou dez), você nunca irá parar para se decidir a dar nomes aos sonhos. Aqueles que você ainda não fez. Muita gente se satisfaz em acompanhar os sonhos dos outros, apreciando, curtindo e, de maneira nenhuma, isso significa que ele seja um caronista. O chamado mochila. E não mochileiro. Aquele que na época de faculdade, os outros levavam nas costas.


Definitivamente, cada um sabe bem o que lhe apetece. Muitas vezes, cobiço simplicidade alheia, tão rica, que não possuo ainda. Netos. Casa cheia de familiares. De amigos. Como nos tempos em que eu tinha crianças e a casa sempre tinha gente brincando. Ou nos tempos de montanhismo em que as reuniões pré viagem, ou pós para troca de fotos, janta coletiva e blablablaá aconteciam em casa. Ou quando treinavaavaava e mal sobrava tempo dentro de casa para comer e dormir.


Já fiz patcwork! Levei minha irmã, minha amiga e sua tia. Eu saí, elas continuaram. Patchwork virou o passatempo delas e eu nunca mais me sentei para costurar.


Já entrei na aula de piano. No piano da minha mãe que eu trouxe para casa. Fiz dois meses. Sofri um acidente de bicicleta, fraturei três costelas, não podia ficar sentada para as aulas. Parei também.

Já nadei
Já dancei.
Já yoguei.
Pilatei.
Musculei.
Já corri.
Já remei.
Já pedalei
Já parei.
Muito mais do que pensei.

Ah tá. Já viajeeeeeeeiiii. E ainda vou viajar muuuuuito…


O clica, foca e fica significa aponte o dedo para o que quer agora. Concentra nele. Fique tempo nele para desenhar este teu querer e ir atrás.

Se você continuar gastando horas da tua vida focando em vida alheia (nem estou falando no BBB a céu aberto, espontâneo que cada um faz de sua vida e qualquer um pode adentrar e olhar, nas redes sociais), sonhando sonhos dos outros, olhando sem tocar, “achando” a vida dos outros fácil demais, a sua difícil demais, não vai rolar. Quem é da minha geração, não nasceu com o mundo nas mãos, na ponta dos dedos, num simples clicar. Mas o clic não pode ficar no dedo. Tem de ter o clic lá dentro.


Clic, foca e fica. Aponte o que te chama atenção nesta vastidão de mundo à sua frente. Este que cabe na tela do computador ou do celular. Perceba o que quer ainda realizar. Foque. Então, fique. Gaste seu tempo nisso. Este "isso" é você. Aquelas coisas que se você morrer sem fazer e voltasse para dizer, diria.

-Volta a fita. Vou lá fazer!


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