Vamos conversar?

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Muda o jeito



Já rodei esta ilha rodando de carro, inteira, de ponta cabeça! E correndo, vários trechos na a Volta a Ilha. Fiz trechinhos curtos de bike. E optei por largar o quatro rodas em casa e sair de duas rodas…

É um cicloturistar urbano! Descobrindo e podendo parar, quantas vezes quiser, em cada lugar.








Achei grafite debaixo de viaduto. Parei. Atravessei a rua e fotografei. Girei. Até me perder, me perdi na hora de sair.

Passei por ciclovia, ciclofaixa, calçada, calçada sem ser calçada, calçada estacionada com caminhão. Passagens estreitas com placas pregadas no estilo, decepa o cidadão! Passei por motorista que parou pra mim, pra eu atravessar a rua. Que deu ré pra liberar o espaço pra eu passar. Por trilho na restinga. Por areia na praia batida. E por areia fofa, fofíssima, de empurrar.

Passei por filas métricas e quilométricas! Passei todinhos… Aí de mim! Mais rápida que qualquer um deles. Todos. Os quatro rodas!



Até guarda-sol improvisei! Pra ficar aqui, escrevendo, escrevendo, escrevendo…

A bicicleta abre e destrava caminhos. Destranca portas. Me leva…

Caso de amor antigo. Daqueles que olhava pra mim, eu olhava pra ele e ignorava… Não me achava capaz de fazer! Não achava que daria conta. Que poderia. E, hoje, o que parece tão óbvio em mim, já teve seus dias de inexistência!

Ahhhhhhhh! Quantas surpresas podem acontecer, se permitirmos que venham!

Uma das coisas que mais me alegrou saber, no final do ano, foi minha amiga do coração, de repente, me falar: “Susi, comecei a correr!” e, de pronto, sacou de seu celular, fotos e fotos de várias corridas que participou! Para encanto meu! Houve o tempo em que isso parecia tão impossível…

Outra amiga me mandou a foto do carro que achou de adquirir. Comum? Não é bem assim! Tudo na vida ia bem. Casamento. Parceria. Cumplicidade. Bens em comum. Inclusive bikes e carro. De repente… Fim de casamento. Buraco sem fim. Choro. Muito choro. Dois anos depois, uma mulher mais segura. Determinada. Com metas definidas. E realizações. Solo! Não que as realizações em dupla não tenham valido à pena. Mas até que ponto, estas realizações eram realmente suas, dele, ou de ninguém. Até mesmo dos pais de ambos. Frutos dos sonhos que os pais depositam nas costas dos filhos…

Outra amiga. Nunca tinha feito viagem. Saído da zona de conforto. Aquela do mundo que você já conhece. Foi sem pretensões a Foz. Conhecer. Um destino certo e só. Só?
Na reviravolta da viagem, conheceu um casal nunca visto, pegou carona até Joinville, mirou os destinos possíveis, partindo daquela cidade e foi. Pra um lugar nunca ido. Aprendeu que existia Booking, AirBnB e que viagens podem estar na ponta dos dedos. Foi. Com medo, ou sem medo. Foi. E virou outra pessoa.

Um amigo. Que vivia falando que “um diiiiiiaaaaa” ia fazer uma cicloviagem. Falava do Circuito do Vale Europeu. O mais conhecido de todos. Eu que não costumo chamar ninguém pra ir junto, chamei. Ele e mais duas amigas. Pra fazer algo bem light entre RS e Uruguai. Reta, reta. De nenhuma subida e nenhuma curva. As meninas não puderam. O destino, ele sugeriu. Eu topei. Nem precisa dizer. Coração virou Cicloturista. As viagens mudam as pessoas!

Outra amiga. Que peitou mudanças porque do jeito que estava, não dava mais. Foi de mudança, mala e cuia e criança na mão. Pro outro lado do oceano! Longe de todo mundo. Sem frescura ou fingimento. Mandando pra longe o medo. Construindo uma vida rica! Em todos os mais extensos sentidos. Aprendizado de conviver com outra cultura. De ganhar respeito. De ter e manter o seu trabalho. De ter sua vizinhança e poder passar para um café na padaria, que faz questão, junto do cigarrinho, após, na mão. De ter família, cachorro e papagaio na vizinha. De ter qualidade de vida! Porque aqui, não ia ter não! De sair em férias, faceira, tirar foto como diva, fingir-um de rica. Porque rica já é, mas esqueceu de perceber. Que me escreve, vez em quando, mexida pelas historinhas e me pede: “Escreve pra mim? Falando de mim… Ando tão malzinha…” Para de ser boba menina! Vida faceira. Com cansaço, com trabalho, mas tem! Fartura de vida. Fica bem!

Mais um amigo? Um amigo, verdadeiramente, diboa, de bem com a vida. Que nem conhecia direito. Mas foi me socorrer, nesta minha história de cair de pedra. Dezenove horas de busão. Dia e meio de city tour na capital. E que, na volta de carro, o 4x4 que pifou, aguentou quase seis horas em beira de estrada, pra seguradora liberar… táxi ou avião? Estrada e parada mais demorada que busão!  Vinte horas! Amigo porque nem precisava ter feito isso, mas fez. Não franziu a testa uma única vez! Nem reclamou, nem resmungou, nem se estressou, nem estressou ninguém! Tipo de gente que abraça a vida. Que aceita a vida. E vai viver!

Tem também um outro amigo! Que também me pediu pra escrever sobre ele! É difícil, sabia? Acho que gostam de ler as historinhas e querem ver como seria se lerem num papel ou tela! Tá bom. Vou dizer! Gente que preserva amigos. Que alimenta a amizade. Que se aproxima e se mantém perto. Que busca ser feliz. Que alegra a roda. Que chama pra dançar. E dança! Só nisto já ganha milhões de pontinhos no meio das amigas! Ahahahaha! Mas que no pouco que sei, procura fazer o que lhe faz bem e chama os amigos para ir junto! Amigo que arrebanha amigos é muito bom ter! Isto, eu engano bem! Porque na verdade, bicho do mato que sou, faço muita coisa sozinha porque gosto assim.

Ixi. Falaria por horas. De vários amigos…

Mas, acho que vou ter até de mudar o nome da historinha. Que começou com o “Muda o jeito” e virou “Amigos”. Mas, talvez, no final das contas, se complementem. Porque amigos não são réplicas nossas, nem almas gêmeas. Na verdade, em sua maioria, são almas que se mantém singulares e, por isso, complementares. Que nos conhecem, não decidem tudo igual à gente, mas respeitam nossa opinião. E se preciso for, puxam a orelha. Chamam nossa atenção. Compartilham pequenas bobagens. E os mais importantes momentos também. Socorrem. Pedem ajuda. Contam segredos e os não segredos.

Enfim. É a gente mesmo, de outro jeito.

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