Tenho passado diversas vezes por
esta situação:
- Como é seu nome mesmo?
Ossos do ofício. Ou do tempo! Coisas do esquecimento.
Eu brincava – e fui advertida para
parar com isso! – que era coisa da idade, o Alzheimer chegando, bobices assim. Eu
via que andava esquecida... E brincava comigo mesma que fazia parte, fazer o
quê!
São coisas que sempre aconteceram. Todo mundo vai ficando esquecido. Só que agora, tem nome para tudo. No final das contas, dá tudo no mesmo. Nome de doença. Nome de remédio para doença. Trata, não cura. Ameniza... E mais nomes para memorizar... De doenças. De remédios. Aiaiai!
Inevitável eu acabar comparando ao mundo da tecnologia, com a memória que vai enchendo e não cabe mais nada. Eu apelo logo. Já vou num modelo que caiba muita coisa para não passar pelo que sempre passava, quando o celular e suas configurações não acompanhavam tanta revolução, tanta informação e a “memória” dele não dava conta de tanta foto, tanta mensagem, tanto arquivo, tanto download. Ficava lento. Não funcionava direito. E aquele que era até ontem o top de linha era xingado como algo obsoleto! Ignorado. Deixado de lado, rapidinho, assim que chegava algo mais novo na parada...
A memória da gente parece igualzinha... Vai enchendo, vai enchendo, vai faltando espaço, com a diferença de que não há cartão de memória para colocar e “expandir” a memória, nem dá para trocar o equipamento por outro mais moderninho e com mais espaço. Tem prótese para tudo. Transplante. Para a memória, não. Vai ver, temos de achar outra forma. Ou não?
Antigamente, eu vivia desfragmentando, compactando arquivos, fazendo faxina, organizando, organizando para não ocupar tanto espaço da memória no computador. No trabalho, então, nem se fala. Computador que precisa ser usado por mais gente, que muitas vezes, não tem lá aquele conhecimento para organizar os arquivos, não guardar tudo, não abrir novos cada vez que vai mexer, etc, etc... Vira um almoxarifado com entrada e sem saída! Mas, tá. Tira “os outros” e vamos ver na gente.
Dava tempo, não dava? Era só não deixar acumular! Mas cada vez que aumenta a velocidade das informações, dos entra-e-sai de downloads que não param, mesmo bloqueando estas entradas automáticas no celular, no e-mail, em tudo, mesmo você botando cadeado e só você tendo a chave de o que entra, como faz?
Muita coisa. Muita informação. Muito nome novo para guardar. Quer um exemplo?
Você sai dar uma voltinha e cruza
com um monte de cachorrinhos e seus donos. Ou o contrário, se preferir. Nomes
de cachorrinhos, guardo mais fácil. Geralmente, são nomes engraçados, tem a
cara do cachorro. Ou você vê o dono chamando toda hora. Aí, memoriza. E tem
também um detalhe. Você já viu alguém chegar e perguntar assim:
- Qual o seu nome? E a do cachorrinho?
Não!!!! ´
E sempre nesta ordem:
-Qual o nome do cachorrinho?
-É menino ou
menina? (grifo: menino ou menina, sim, não machinho ou fêmea)
- Que raça que
é?
- Tem quantos
anos?
E blá-blá-blá-blá-blá-blá...
De veeeeez em
quando, a gente lembra de perguntar:
-E qual o seu
nome?
Geralmente, acompanhado
de um sorrisinho amarelo, porque já faz um mês que você cruza com a dupla –
cachorro e pessoa – sabe todos os costumes do dog, o nome sabe de cor, mas... Que vergonha! Como é mesmo o nome
do dono do cãozinho? Vai ver, nem perguntou!
De que mesmo eu
estava falando???
Ah! Da falta de
memória! Já ia esquecendo...
Bem, falta de espaço a gente resolve fácil. Na receitinha de antigamente! Falta espaço? Arruma espaço! Faxina. Botar fora o que não usa. O que não precisa. Não pegar tudo que vê pela frente. Selecionar o que põe para dentro de casa, Da cabeça e do coração. Aliás, esta última tática é bem mais eficaz que a primeira. Selecionar. Filtrar. Mais fácil você fazer uma peneira daquilo que entra, do que sair catando pela casa, o que tem de ir embora.
Na cabeça e no
coração, idem!
Neste mundo de tanta informação, neste tempo louco e veloz de tudo ser repassado, compartilhado, sem a menor análise da procedência, do valor, da veracidade, da utilidade (aqueles três velhos filtros que dizem ser cruciais para se espalhar uma notícia ou uma fofoca mesmo, no vocabulário popular e compreensível) melhor não pegar tudo. Não se apropriar de tudo que mandam, que você lê, vê, ou passa por você.
Vem muito lixo. Vírus. Desutilidades.
Antes de faltar
memória é melhor escolher o que faz bem ter com você para lembrar!
Eu não me esqueci de você! Saudades!
ResponderExcluirJudith!!!! Minha conpanheira de tantos anos! Minha mestra nas células! Ontem mesmo eu estava pensando em você... Seu nome não me esqueço, nem de você!!! Vou te visitar, antes que me esqueça do caminho!!!
ExcluirGuardo na memória sua alegria e recepção a quem chegava pela primeira vez na escola. Sua ajuda, incentivo, coisas boas que com certeza tenho guardado na memória e no coração pra sempre...
ResponderExcluirKatita! Coisa boa você me fez lembrar... Coisas que merecem ficar guardadinhas... Coisa de gente cinquentenária, será? Eu sou! A boa parte de se ter uma jornada boa percorrida... Lembranças...
ExcluirOi Susi. Este post é minha kra. Ando esquecido e esquecendo..HD cheio..tô precisando dar uma organizada nos arquivos. Quanto os cachorros..exatamente isso. Sei o nome deles, mas não lembro do nome do dono..hehehehe.
ResponderExcluirParabéns pelo Blog.
Boa semana.
Matheus
Matheus! Grata surpresa os caminhos nos oferecem! Graças aos cachorrinhos, vamos conhecendo os donos e seus nomes!! Ahahahhaah! HD cheio requerendo esvaziamento... Hora de por-se na estrada, será??? Confesso. Eu sou a número um em não saber, ou esquecer nomes dos donos. E, também dos cachorrinhos!
ExcluirEsqueço de muitas coisas, mas nunca de vc. abraço grande anjo da terra!
ResponderExcluirLucinei! Eterno aluninho! Nem eu de você! Com a diferença que agora você se tornou meu mestre também, né? Antes que nos esqueçamos o caminho, visita!
Excluir