Vamos conversar?

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terça-feira, 10 de outubro de 2017

Gratidão


Um passinho do lado de cá. Ano passado atravessei a ponte. Agora, um passo a mais do lado de cá.
Então, vamos lá! O que vejo do lado de cá?

Me sinto meio como plateia de mim mesma. Olhando de cima como tem sido, como tenho vivido. Impossível não fazer esta costumeira retrospectiva anual.

Ciclos! Hora de agradecer! Muito mais do que resmungar coisas que perdi, deixei de fazer, sinto falta, hora de agradecer por ter tido a oportunidade de tê-las vivido. E quantas foram…

Sabe, realmente me pego, muitas vezes, na saudade de coisas que não compreendo porque tiveram de sair da minha vida. Então reconheço que esta passagem minha por estas coisas, ou estas coisas todas por mim, é riqueza. E não tê-las vivido seria pobreza. E, sinceramente, me sinto rica por isso.

Olhando pra trás, tenho muuuuuitas histórias a contar. Um livro cheio! Páginas recheadas de emoções, sentimentos verdadeiros expressos sem vergonha nenhuma, naquela vivacidade, naquela espontaneidade que tantas vezes me condenou a incompreensão, ao mau julgamento de impulsividade demais num mundo que aprova a previsibilidade, a contenção de explosão de sentimentos, a sua simples sensação, a sua demonstração e admissão.

Desafiei o improvável. Nadei contra a maré. Fui anti-moda, anti-regras, um tanto rebelde a aceitar e me curvar ao comum, ao politicamente correto se isto representasse não fazer bem de verdade a quem convivo e me causasse um desconforto lá dentro de mim. Desacreditei que viver seja totalmente previsto. E por isso mesmo, tive o privilégio de viver coisas que jamais imaginaria anos atrás. Fui aceitando os presentes que a vida me deu. Gratuitamente! Simplesmente por ser assim, meio deste jeito, destemida com o diferente, o novo, que entorta o nariz se tiver de ver a vida como um quadradinho sem graça, que se repete dia após dia, sem mudar nada, mesma receita para todo dia, que não me dê brilho nos olhos, não me faça suar frio e ter calafrios na barriga de ver a frente algo que nunca vi ou fiz!

Não tenho a menor dúvida que foi só por isso que tantos improváveis me aconteceram. Se é que existe mesmo o improvável!!! Porque, afinal de contas, quem é que sabe mesmo, de verdade, o que pode lhe acontecer nesta vida???

Sim. Sinto falta de coisas que eu fazia. A despeito de tantas limitações que a vida me impôs. Mesmo com uma montanha de “nãos” a minha frente, fui sendo levada pelo coração que me dizia pra ir, ir e ir. Indo, fiz. Atropelando pedras. Fazendo delas, degraus. Pra muita gente pode parecer pedrinha. Pra outras, pedrão. Foram minhas pedras. Que me levaram ao deleite de ter superado, uma a uma, saboreando que a vida pode ser presente, se assim a gente se decidir.

Não tive preguiça. Fui aceitando a abraçando presentes. E, confesso. Tenho tido saudade disso, pois passei por um tempo de desacreditar que posso fazer tudo de novo. Mas bem lá dentro de mim, eu sei. Acredito! E quero me dar este presente.! Me dar uma nova chance. Porque a vida é um sopro. E o início é a cada manhã! Porque o fim está logo ali e a gente nunca sabe quando. E a melhor forma de ser grata à vida é abraçando cada dia como um presente seu. 

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