Vamos conversar?

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sábado, 28 de outubro de 2017

Dozemetrosquadrados - Alegrias tão pequenas!


Não sou de TV. Entortava o nariz pra TV ligada ou pra gente que fica grudada no aparelho. Dia inteiro, programação de cor e salteada!

Mas vamos dar o braço a torcer. Sensacionalismo a parte, popularismo, idem, há uns quadros que vão direto no meio do povo-povão, mesmo, realizando pequenos desejos que para o contemplado é de uma imensidão que a gente, do lado de cá esquece, se anestesia, não imagina, não faz ideia o quanto significa para tantas pessoas.

Aqueles quadros que consertam coisas, casa, carro, dão um trato e dão uma estilingada para melhor, em algo que parecia ser tão impossível se dependesse de se juntar dinheiro.

Estou lá eu, na sala de espera do consultório, quadradão preto ligado na TV aberta. Sei lá em que canal. Mas peguei na parte que mostrava a situação a ser trabalhada e modificada. DOZE METROS QUADRADOS. A serem melhorados e solucionados como o que já era. A residência de um casal, ela salgadeira, ele não prestei atenção.


Um 3x4? Um cômodo só em que nalgum lugar se encaixava, ainda, um micro banheiro. Cama, pia, fogão, armário, prateleira tudonumsóquadrado. Ponto.

Baita desafio. Reformar e trabalhar num espaço é fácil. Difícil é quando ele não existe.
O que me chamou a atenção além, é lógico, de ouvir o tamanho do minúsculo espaço da residência deste casal, foi ver o tamanho da alegria da dona moça, ao ser surpreendida pela equipe do programa, que faz aquele teatro todo pra chegar na casa da fulana e fazer a surpresa. Alegria tão pequena? Não. Gigante!!! Gigante como devem ser todas as alegrias pequenas, incalculáveis, fazíveis a tanta gente, provida de boa vontade, apenas.


Pá! Tapanacara.

A gente reclama de tanta coisa minúscula, bem menor que estes dozemetrosquadrados, que é preciso ter vergonha em ser tão mal agradecido.

Não pretendo fazer nem tese, nem apologias sociais ou políticas desta situação. Nem do tratamento dado. Se resolve, ou não, de fato a situação. Não vem ao caso. Mesmo porque, nestes discursos inflamados de justiças e injustiças sociais e políticas, fala-se muito, faz-se pouco, quase nada. E não são em longos discursos que se encontram ações concretas. Mas em pequenos gestos.


Aquele sorriso rasgado da dona moça, me encantou. Era muita alegria para tão pouco espaço e por tão pouco. Um pouco que cada um de nós pode fazer a um desconhecido, ou conhecido qualquer. Não só nas que contenham doações materiais de roupas ou objetos que não se usa mais. Mas na doação de tempo para uma conversa, uma tarde de prosa, ou de mão-na-massa para dar uma força numa reforma, numa arrumação, numa mudança, num up na casa de alguém que não consegue fazer sozinho por falta de dinheiro, de start, de conhecimento de soluções, de apatia diante da necessidade de mudar.

Mudar a casa. Arrumar as prateleiras. Esvaziar a bagunça do carro, da bolsa, do balcão da cozinha. O separar papéis que se guarda e que se joga fora. A faxina latente e urgente do lado de fora da gente. E que, certamente, reflete o outro lado. O lado de dentro da gente.


Alegrias tão pequenas são gigantescas tanto quanto são menores as ambições. Fórmula fácil de entender onde mora a insaciável necessidade de mais e mais e que nunca traz alegria para quem não sabe perceber alegria em doze metros quadrados!

Video do quadro com os 12m² reformados

https://youtu.be/14_TLAHZmFE

4 comentários:

  1. legal as fotos. É o blog é bacana tbem....despretensioso...ameei...

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    1. Seja bem vinda Re! Fique a vontade passear no blog... São várias historinhas do cotidiano!

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  2. Respostas
    1. Olá Walmir! Sempre é! Ao nosso redor, uma riqueza de ensinamentos onde menos há fartura de dinheiro...

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