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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Comentando a coluna de Eliane Brum: " "Tapas e beijos" sobre o filme "AMOR?"


Sempre que me é possível visitar esta coluna, tenho a grata satisfação de ler seus textos inteligentes, ousados e muito bem fundamentados em seu peculiar bom senso, sua sensibilidade que não escorrega por palavras batidas numa imprensa sensacionalista, quando o assunto é este: amor/paixão/violência entre casais.
Eliane, você faz uma análise ousada! E tão real quanto merecedora de novas reflexões. Mulheres e homens protagonizam histórias que denunciam manchetes baratas onde a única intenção de quem conta é indicar uma vítima e um agressor. Despreocupados em se aprofundarem no que envolve, causa e mantém as relações doentias.
Concordo quando você diz que no início de uma relação, cada qual busca características no outro que o atraiam. E permanecem por uma necessidade sua, ainda que, ela mesma, doentia. Fala-se, pejorativamente, em “mulher que gosta de apanhar”. Fala-se em traições, em drogas, lista-se motivos que podem desencadear a violência. Mas não se procura desvendar o porquê do agressor começar a agredir. Qual é o fósforo que risca e acende a explosão.
É bem típico do jornalismo sensacionalista “supervitimizar” a vítima e postar o agressor numa parede, de nãos algemadas, de cara abaixada, encurralado, como se fosse uma mostra significativa de “bateu levou”. Longe de justificar a agressão, não há o que justifique os espancamentos, os cárceres e barbáries, é preciso ter bem claro que agressão não é apenas a física. E, enquanto homens explodem, animalescamente, na força física, as mulheres o fazem na invisível e não menos dolorosa forma verbal. São comportamentos também doentios de provocar ciúmes, humilhações e de “acenderem o fósforo”. E, creio eu, que isto só vem reafirmar a natureza humana, onde há uma busca constante de se buscar aquilo que falta nele próprio, como se dependesse de outro alguém, a sua completa felicidade. Ilusões. Vazios. Buracos que se pensa poder preencher com algo fora de si mesmo. Quando a solução é estar feliz para fazer o outro feliz. E não, simplesmente depositar no outro toda a responsabilidade de sua felicidade ou de sua infelicidade! Pois enquanto se vive a fase da conquista, são postas pra fora, apenas as expressões que possam atraí-lo. E, ao ser contrariado, ou frustrado em seus desejos, manifesta-se o lado obscuro, violento em que se busque, a qualquer preço, acabar com o causador de toda sua dor ou tristeza. A velha e batida fórmula de se acreditar que a culpa é sempre do outro.
Mais uma vez, um inteligente texto para provocar discussões e reflexões, pois, como você mesma falou, a releitura dos fatos traz para dentro de nós o que acontece lá fora. Aproxima e nos revela suscetíveis ao que acontece. Propicia nos identificarmos com os personagens e nos surpreendemos, então, repetindo erros que nós mesmos condenamos...

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