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domingo, 2 de dezembro de 2018

O Pré Caminho


O Pré Caminho

5/8/18

Hoje começo, de fato, a parte mochilão! Desmamei do aconchego e conforto da casa da Cris, devido ao calor extremo destes dias, onde o mais sensato foi ficar recolhida à sombra do que já iniciar a longa caminhada que me espera!

Foi uma convivência gostosa! Passar estes dias com minha amiguinha de infância, conhecendo os encantos desta região, relembrando nossos tempos de meninas, e tantas belezas naturais e as construídas há tantos anos atrás. Castelos. Cidades. E observar ruínas ou casas e igrejas mantidas através dos tempos.


As temperaturas giraram em torno dos 45 graus à sombra. E a ideia de chegar em solo europeu e iniciar o Caminho já na sexta feira teve de ser abortada, o que não me chateou. Fazê-lo será muito bem-vindo, se acontecer. Mas antes do caminho, há muitos caminhos a desfrutar…


Quinta-feira foi dia de passeio pela região. Parques municipais, castelos medievais e a inusitada experiência de comer um prato típico português… Caracóis!


Quando o dia parecia já ter terminado, Guilherme, esposo de minha amiga nos levou às cidades vizinhas onde havia o Castelo de Torres Novas que é aberto durante o dia com entrada gratuita. Uma construção imponente, conservada, que nos remete a uma viagem no tempo ao passeamos ao seu redor por estreitas passagens pela muralha que o rodeia. Adentrar, infelizmente, não foi possível neste momento, devido ao horário. Mas a rápida passagem por ele já valeu muito à pena.
O Rio….. ladeado por praças, que corta a cidade, convida moradores e curiosos a permanecerem por perto nos restaurantes e bares próximos. A sensação de estar perto da água, somente pelo barulho que se ouve da cascata já proporciona um desejado frescor nesta noites tão calientes. E terminamos o dia em casa, já passado da meia noite.

Ao dia seguinte, estava reservado um passeio que logo ao descer do avião, minha amiga me convidou, perguntando como eu estava de agenda nesta viagem. Livre, eu respondi! Estou com um abecedário inteiro de planos e opções de caminhos. Com ideias, mas sem correntes. Ela tinha em mente, irmos à piscina de Castelo Branco. Distante cerca de 100 km de sua cidade. Não poderia ter havido passeio melhor! Saímos no final da manhã e pude relembrar meus tempos de picnic com meus filhos. Passamos num mercado, compramos frango assado, frutas, pães, água, chá e munidos, chegamos à piscina. Como nos preenchem ricamente momentos que parecem ser tão simples! Alternar pulos na água, refrescar-se nela, na ducha e à sombra das árvores lá hora do lanche. Comer com as mãos, sem o menor constrangimento. Deliciosamente! Observar as pessoas, as famílias. Enquanto fugíamos o valor extremo de 45 graus…
O final da tarde ainda me presenteou com um passeio pela região de Vila Velha do Roncão. Uma formação rochosa às margens do Rio…. que, conforme tem descrito numa placa informática à sua frente, na margem de cá do rio, tem uma aproximação da partes que a compõem, estreitando a fresta entre elas!
O dia terminou preguiçoso, eu cochilando dentro do carro.

O sábado foi dia de pesquisas. Comecei a pensar em planos A, B para fugir do calor extremo e do risco de incêndio. O Caminho ainda estava em suspenso. Caminhar por dias sob um sol estarrecedor não seria nada sensato. Arriscar-me a passar por áreas com riscos de incêndio, sabendo o quão graves são em Portugal, também não fazia parte dos meus planos. Comecei a pesquisar o litoral.
Pelo Google mesmo, percebi um local chamado Peniche. Carol, filha de minha amiga já havia visitado e também feito a travessia à Ilha, a Reserva de Berlenga. Hummmmmmm… Parecia ser interessante a ideia! Fiz uma pré reserva pelo Booking. Anotei as possibilidades. Enrosquei no acesso por ônibus. Teria de fazer toda a volta por o Lisboa. Gastaria horas, agora de ser distante apenas 100 km. Deixei de lado.

Saquei plano B. Serra da Estrela. Altitude combina com frescor. Clima ameno. Me pareceu uma ótima ideia. Pesquisei locais. Li comentários sobre o que ver na serra. Gostei. Pesquisei hospedagens e, bem no estilo casas de montanha, vi uma vasta oferta de lugares super charmosos, aconchegantes para ficar. No entanto, a grande maioria já reservados. Quando, finalmente, encontrei, num valor legal, fiz o contato com o proprietário para saber se eu poderia ir sem efetivar a reserva, pois este seria com taxa de cancelamento, caso eu não conseguisse chegar. Para o meu imenso espanto e um certo desapontamento, ele me respondeu que não era nada aconselhável ir lá, pois havia alto risco de incêndio!

Estaca zero.

O dia foi se arrastando preguiçoso, um calor insuportável lá fora. Passamos o dia inteiro dentro de casa para fugir daquele bafo quente que pairava no ar e parecia subir ainda mais quente do asfalto. Lá pelas tantas, Cris teve uma ideia genial. Havia um auto carro, nossos ônibus, particular aos domingos que levava num preço bem acessível e direto, sem paradas, portanto, em torno de uma hora apenas, até Nazaré. A famosa praia das ondas gigantes! Bingo! Decidido o que fazer. Retirei do mochilão poucas coisas para passar o dia e retornar no mesmo. Saquei a mochila de ataque e feliz da vida, tinha em mãos o que faria. Pesquisando as possibilidades de passeios e transportes, vimos que haveria tapete fácil até Porto. Isso poderia casar à ideia inicial de prosseguir do litoral, em direção ao norte para a região de Porto e, quem sabe, ao início do Caminho. Caso fosse interessante o litoral, levando meu mochilão, eu teria a opção de ir até Peniche, que era a ideia inicial e conhecer um pouco da redondeza. Fiz a pesquisa. Sim! Consegui manter a reserva inicial de pernoite em Peniche. Agendei a travessia de barco para a Reserva de Berlenga. E comecei a desenhar o caminho. O pré caminho.

Refiz a mochila. Juntei tudo de novo. Fechei de lado a malinha laranja que vai guardar os excessos de bagagem e as roupas de frio com as quais vim do Brasil.

Cá estou. A caminho do litoral do lado de cá do Atlântico. Por dez euros ida-e-volta, se quiser, rodando cerca de 50 km para iniciar o desmame tão gostoso do aconchego do lar da Cris. Sozinha. Sozinha, não! Eu e minha mochila

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