Vamos conversar?

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quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

A porta fechou. E agora?



Chegou atrasada. A porta fechou?
Senta e chora?

Perdeu o trem, o metrô, o avião, o busão.
Meia volta e ir embora?


A história acabou. A página virou. A música terminou.
Silenciar e emudecer, perder a melodia e o dia?


Se você ficar sentado no sofá, certamente, não verá a porta se fechar. Nem se fechar, nem se abrir. Nem nada além do sofá.

Quem se decide a ir, corre o risco, sim, da porta de fechar. Mas… Quanto custa o cômodo conforto de não ter a porta fechada diante do nariz?


Quem acompanha um viajante, seja por blogs, canais de YouTube, redes sociais, vê a estrada adiante dele e tem a falsa ilusão de que o caminho se abre o tempo todo, sem dificuldade alguma. Como naquele velho seriado americano, do agente 86. Alguém lembra? Eu me lembro! Ahahaha. Era um seriado, cuja abertura marcou época. Ele ia passando por corredores sem fim e todas portas iam se abrindo diante dele, antes mesmo dele demonstrar que ia passar. Sem nenhum esforço…


Então, tá. Ah se a vida fosse assim. Fácil assim.

Mas… Que graça teria?

Recentemente fiz meu plano de férias. Desenhei o que faria. De que forma, pra onde, por quais caminhos, percursos baixados em aplicativo. Uma Ciclotrip, off course! Venho aguardando tanto pra fazer… Seria coisa de um mês. Um pouco mais. Uns 1000 km. Paisagens escolhidas a dedo e coração. Então. Tudo certo? Certo.


O destino prega peças. Na hora, a gente não entende. Depois, ok. Eu tropecei. Cai. Machuquei. Vésperas de ir. Tô remoendo a paciência. Tentando entender. Vai ver, penso eu, é uma porta fechando. Vai ver tem uma outra que eu não presto atenção, querendo me mostrar um caminho novo e eu, teimosa, fico indo, ainda, sempre pro mesmo lugar! Fácil. Zona de conforto. Mesmo pra quem pega estrada, há estradas, há caminhos, há meios que pairam na nossa zona de conforto. É quase uma viagem em piloto automático!


Porta fechada. Não parece que irá abrir. Com isso, destranquei cadeados postos em outras janelas já cansadas de me esperar abri-las. Uma a uma, visitei, vislumbrei. Sim. Assanhei. Deu vontade e deu medo. Se dou conta. Eu nunca me sinto sozinha no caminho. Às vezes, há o silêncio. Mas tão bem vindo… Este caminhar de passos solo é tão ensinador… Dá o frio na espinha. E desenha o riso maroto de quem dá de cara com o novo. Este novo da porta nova que você não enxergava de tanto olhar só é sempre pela mesma porta velha de todas horas.


A porta fechou? Vira um pouquinho pro lado. Ou pro outro. Dê um giro de 180 graus, se necessário. Só não fique parado olhando pra porta fechada. Quem senta e chora, recheia os olhos de lágrimas e perde de ver e viver a imensidão que todo dia nos rodeia e convida a ir.

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