Sofazinho de casa, após um “almanta” das 3h da tarde, assim como na praia...
Ouvindo o ensaio dos shows no lago, daqui de casa!
“Preguiçando”, só à toa, sem horário, sem estresse, nem obrigações...
Hora de ficar no meio do corredor! Nem lá, nem cá!
Já vivi batendo cabeça, ora demais, ora de menos! Houve anos em que se eu não tivesse saído pra correr no “último dia” do ano me sentiria frustrada! Uma vez que correr se tornou a minha grande paixão, não faria sentido eu passar logo o “ultimo dia” longe disso! E o que devia me causar prazer, me enclausurava, me aprisionava em obrigações, planilhas, horários militares de treino, onde eu tinha de cumprir regras e não percebia o quanto havia apenas trocado de jaula. Antes, eu ficava enjaulada do lado de dentro. Agora, ficava enjaulada do lado de fora. Pensava que estava livre... Mas sempre que houver a obrigação antes do prazer, a prisão se instala...
O dia 31 de dezembro é fatídico! Ele costuma carregar um peso nas costas onde a ele é atribuído o papel de delimitar fins e inícios! O divisor de águas da vida de todos!
Todo mundo que não consegue tomar decisões nos 364 dias do ano, costuma esperar o último dia do ano pra decidir fazê-lo. É o regime que não se inicia nunca. É a corridinha que o médico mandou fazer e que a preguiça não deixa. É aqueeeeela faxina na casa que você sempre adia. É a visita à tia doente que você sempre esquece. A caridade que parece ter dia marcado no ano pra acontecer. É o “cuidar-se” que você ignora. É o amor que você não se decide a viver. Como se a esperança tivesse de ter dia certo pra nascer e existir.
Tudo bem, tudo bem! Temos o costume de viver em ciclos! E sendo ciclo, ao se chegar ao último dia do ano, é natural que queiramos recomeçar algo que paramos, ou iniciar algo nunca antes experimentado. Mas repito: não precisamos restringir isto, estas decisões tão saudáveis a um dia somente do ano! Porque corremos um grande risco: se por um acaso, não conseguirmos fazer o pretendido neste dia 1 de janeiro, é como se ficássemos fadados a continuar o resto dos 364 dias do ano, de novo, numa rotina auto-agressiva, autodestrutiva, como se tivéssemos de fazer um tudo-ou-nada! É preciso ser mais razoável consigo mesmo...
É interessante ver como as mensagens de “tudo de bom” se propagam nestes dias! Nas redes, nos blogs, as palavras amenizam-se, há um ar de tolerância, de “baixar a guarda” e instala-se um clima de cordialidade geral. Não raro, nas festas em família, após os comes, os bebes –e-bebes-e-bebes, os ânimos se elevam e algumas gracinhas mal pensadas e mal recebidas ocasionem umas brigas novelísticas. E dá-lhes xingamentos! E todo aquele ar de “Feliz ano Novo” vai embora ralo abaixo, esgoto adentro! É que a palavra dita da boca pra fora, não é vivida vida e boca pra dentro. E sendo assim, votos de felicidade são apenas vômitos! Pré-bebedeira. Pré-ressaca. E o dia 31 torna-se, de novo, mais um dia infeliz no ano.
Sou a favor da reflexão tipo “Retrospectiva 2011”. É saudável! Tendo bom senso, conseguimos fazer um balanço particular de nossas vidas e peneirar. Deixar o ouro pra cima da peneira e guardá-lo como tesouro que é e deixar ir embora a sujeira. Mas creio que neste mundo atual tão exposto das redes, tão rápido como um clic, onde você posta agora e já aparece o teu nome com um “agora”, ou um “segundos atrás” denunciando que você acabou de “curtir”, comentar, postar, as sensações são muito imediatizadas e as expectativas, inevitavelmente, também! Espera-se o retorno de nossas ações imediatamente! E nós não somos, de fato, maquininhas de clics que registram e divulgam nossas reações. Não! Nossa alma necessita, vagarosamente, saborear cada sensação... Digerir... Para, só depois, reagir! E tão rápido quanto reagimos, os expomos! Vivemos no mundo de Trumann, onde contamos virtualmente o que estamos fazendo, pensando e sentindo... Uma faca de dois gumes! Pois assim como podemos receber solidariedade, apoio, ou palavras de carinho, podemos criar um círculo vicioso de dependência de um mundo virtual, em detrimento do real que nos rodeia de perto. E expomos decisões, muito mais do que decidimos mesmo! Temos a necessidade de dizer, muito maior do que fazer! E caímos num erro comum. Falamos da boca pra fora e não decidimos coração adentro! Resultado: não agimos com nossas atitudes. Triste!
Se você realmente quer testar sua capacidade de começar o ano com ATITUDE, anote aí o que fez na virada, no dia 1, no dia 2 e vá anotando o que fez consecutivamente... Muita gente tem dificuldade de dar a partida e virar a chave já é um bom começo. Mas manter o carro ligado, abastecê-lo quando o combustível começa a acabar, cuidar dos pneus, estar atento aos sons e ruídos do carro e manter o carro no centro da estrada exige muito mais do que só o simples movimento do girar a chave...
Que o dia 31 com suas luzes, fogos e tanta energia que reina não seja apenas uma fotografia a ser postada depois. Retrato da festa vivida. Que seja a continuação de uma viagem já iniciada e que continua, por quanto tempo for o seu tempo de estrada! E que o que acontece hoje seja apenas uma parada para reabastecer de energia, um tanque que nunca fica vazio, que a musica ouvida na viagem seja eclética e variada para não enjoar e proporcione ritmos diferentes pra se dançar. E que a esperança não desande no dia seguinte, pois sem ela, não se tem fé pra seguir, acreditar e realizar!
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