Vamos conversar?

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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Tudo é metafórico!

Afff! Hoje é dia!
Estava escrevendo pra dar uma arejada na cabeça e... perdi tudo! Bem pra quem havia perdido o garmin, desesperou-se e, agora, achou tudo bem! Tudo pode ser perdido e pode ser recuperado... Ou não?

Nem vou mais escrever tanto assim! Muita coisa pra terminar HOJE! Contas que não acabam mais, mas que vou por fim hoje.
Balanço do dia de hoje? Difícil ter alguma conclusão. Estava numa vidinha tranqüila, quadradinha, previsível. Confortável e sossegada. Feliz. Mas reviravoltas, incertezas, pendências e, finalmente, uma grande conclusão. Finalmente, há luz e tudo leva a crer que haverá e acontecerá o fim e encerra-se esta fase. Enfim! Mas nisto tudo, o estável se desestabilizou. Tipo... um terremoto e o que era não é mais. E o que parecia querer ser teima em não dar sinal de vida, me gerando uma insegurança danada e a sensação de ser tola em acreditar em borboletas azuis!

Explico: quem não quer acreditar em borboletas azuis que borboleteiam ao nosso redor? Como um presságio de que tudo vai bem, até o ano que vem? Ou mais, indefinidamente? Arriscar-se é um verbo que conheço bem! Característica minha. Diria, minha essência! Atrevimento, lugar incomum, mirar o impalpável. Quantas coisas eu poderia definir, sinônimas disso! O que eu não quero, definitivamente, é ter de me reacomodar dentro daquele buraco aberto no terremoto! Quando a terra treme, o baú que guarda os nossos segredos, abafados, sufocados vem à tona Abre! Irradia. Traz pra fora ares já conhecidos. O perfume esquecido e as lembranças ficam no ar. O tempo, muitas vezes, é um vilão que camufla aquilo que nos é peculiar. Não sei se ele (ou se nós) abafa o que somos. Se não for o tempo o vilão, somos nós mesmos. E, creio, contradizendo o que dizia, a segunda opção me parece muito mais real e convincente... E ele, o tempo, só traz à tona, aquilo que não pode ser sufocado nunca. A essência. A alma. Nossas verdades.

Por mais que eu queira me encaixar em modelos politicamente corretos, se este modelo não incluir a mim mesma, não dá certo! Tentei. Juro que tentei! E tento muito, ainda! Acho que me perdi pelo caminho. Tentei concentrar minha identidade em várias coisas, em vários “fazeres” e me esqueci de ver de onde brotava tudo isso. Não é que seja de todo perdido. Nada tão radical a ponto de se jogar tudo fora. Não! Mas tenho de ter a sinceridade de admitir passos errados que dei. Caminhos errados pelos quais passei. Alimentos errados que ingeri. E ares que sufocaram e não me fizeram bem. E, de tudo, enxergar o melhor. E tentar, sinceramente, descobrir para onde quero ir!
Costumo ouvir palavras que me dizem, me definindo. Intensa. Impulsiva. Duzentos e vinte. Na tomada. Fogo. Quente. E vejo que todas descrevem alguém que parece estar o todo tempo em erupção por algo. Como se necessitasse, ou fosse de minha natureza, estar sempre fervilhando, borbulhando...

Já passei por fases onde, nitidamente, abafei-me. Ingenuamente, poderia indicar outros que estivessem me abafando. Mas a verdade nua e crua é uma: somos nós mesmos que nos permitimos nos abafar! Ninguém, além de nós mesmos tem responsabilidade maior pelo caminho que nós mesmos tomamos! E há uma voz que nos sussurra. Mas que teimamos em não ouvir... E uma hora chega, em que é impossível prosseguir por um caminho que nosso coração não quer ir!
Meu tempo, hoje, parece ser o de estar num extenso vale onde se alcança com a vista bem longe, mas não miro lugar algum. Algumas vezes, me vejo numa encruzilhada, tendo que decidir se por ali, ou por aqui. Sem enxergar ao certo, os caminhos adiante em qualquer uma das opções. Pareço estar num vale, tendo acabado de passar por montanhas. Aquela sensação boa de quando você caminha, caminha e caminha, não enxergando muito além, quando está passando por estreitos caminhos, de pirambeiras e precipícios e, de repente, se depara com o fim dele. Abre-se o horizonte diante de mim e vejo longe. Muito longe. Há mar bem além. Céu descobrindo-se. E o ar vem como em golfadas me receber. Em tufos! E estabiliza-se numa brisa que balança meus cabelos e parece querer levar o que ainda trouxe junto comigo embora, me fazendo deixar pra trás, tudo aquilo que não precisarei mais! Para descer, por fim, por este caminho até o vale, sem peso extra nenhum. Posso, agora, deixar toda provisão a mais que carregava, no receio de ficar pelo caminho, de surgir um imprevisto, de ter alguma emergência. O caminho que se abre a minha frente não sugere nenhum tipo de imprevisto. O ar é farto. Nada mais me sufocará! E a luz está presente.
Posso até me dar o luxo de sentar-me um pouco para contemplar. Mas não sinto necessidade! Respiro fundo! Uma vez mais. E sigo!

O caminho vai se abrindo diante de mim, como se já fosse tão certo que eu chegaria a ele. Meus pés parecem não ter dificuldade nenhuma em seguir. Tenho, então, a plena certeza que tem início um tempo de calmaria. A caminhada se faz no caminhar. Não é necessário levar equipamentos externos que usei nos lugares pelos quais passei. A lembrança basta! A experiência do acontecido. Adiante, toda ferramenta deve ser nova. A cada lugar há um calçado apropriado. A cada novo momento, novos olhos para receberem o que vier e sermos o que somos, no exato instante de ser.

Voltando ao início... Se tudo pode ser perdido e pode ser recuperado? O que realmente importa, vejo, nos empenhamos para ser recuperado. Veja só: enquanto não achei meu Garmin, não sosseguei. Poderia ter me conformado e ele ficaria, indeterminadamente, esquecido numa necessaire rosa, no fundo do meu guarda-roupa. Mas, como era importante achá-lo, me empenhei, não sosseguei e achei! Não fosse isso, haveria sempre a possibilidade de usar outro relógio, ou melhor, ou pior. Dependeria dele e de mim. É sempre um caminho de mão dupla. Se me serve e se gosto! E deixar pra trás aquilo que não existe mais!

Tudo é metafórico!

4 comentários:

  1. Susi...simplesmente MARAVILHOSO: o texto que acabo de ler e ver que vc voltou a fazer uma coisa que eu sei que faz muito bem e que vc adora fazer (além de correr)ESCREVER!!!!! Sucesso 220!!!! Bjo Dri

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  2. E tudo isso com parágrafos e respiração, bom demais da conta. E isso tudo porque perdeu o texto original!! Imagina o que vinha por ai.

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  3. Eita, Dri! Tem coisa que brota! Porque vive lá dentro... sempre é bom ter a sua visita!

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  4. Ricardo, viste? Respirei, respirei mais uma vez e caminhei! Agora, viver o que vier!

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