CLICS são as capturas que fazemos de momentos. Imagens que congelamos e eternizamos. Palavras que imaginamos e lembramos. Numa junção e numa brincadeira gostosa de palavras e imagens, cartas são escritas, sonhos postos pra fora e a conversa acontece...
Vamos conversar?
Vamos conversar?
sábado, 14 de janeiro de 2012
VENTANIA LÁ FORA – REVOLVENDO CÁ DENTRO!
Saí de manhã. Na verdade, já era passado do meio-dia. Manhã é relativo! É a hora em que você acorda e sai. Madruguei escrevendo. O silêncio da noite me instiga a escrever... É a hora em que me encontro comigo mesma, fujo de tudo, estou a sós com meus pensamentos, navego sozinho no meu mar... Isto reflete em perder boas horas da manhã de um sábado de férias para compensar as horas de sono pedidas. Mas, rebelde à chuva que teimou em cair, uma vez mais, não me importei em trocar a noite pelo dia e ter uma manhã preguiçosa e tardia.
Juro que até pensei em sair pra uma caminhada. Se fosse em meus tempos de treinos pras minhas corridas malucas, com planilha a seguir, com certeza, horário não seria problema, nem chuva, nem frio. Melhor dizendo, nem frio, ponto. Nem chuva, ponto. Mas ambos juntos... É de doer. Mas, disciplinadamente, enfrentei, enquanto a corrida era o meu maior objetivo. Enfim, ensaiando pra uma caminhada matinal-tardia, ouvi a chuva caindo. Suficiente para decidir-me a afinar outro sentido! LEITURA! Boa pedida! Ainda mais para alguém como eu, que muito fala, pouco escuta, tanto escreve, menos lê.
Folheei, então, revistas periódicas. Pus meu cérebro intelectual em dia! Bom, também. Sinto-me um pouco burra, juro, quando faço isso! Vejo o quão alienada me faço, na maior parte do tempo. Desilusão, descaso, indiferença ao que se sucede ao meu arredor. Definitivamente, não gosto de ler, ouvir notícias de sempre. Mudam os nomes das tragédias, repetem-se as cenas. Cansa-me isto! Então, numa atitude, assumidamente, alienada prefiro nem me inteirar do que se passa por aí. Mas não são apenas estas notícias que acho nas páginas. Entrevistas, opiniões bem fundamentadas de gente que pesquisa e estuda um determinado assunto. Li sobre a opinião de Steven Pinker, um renomado pesquisador, quase excomungado por suas opiniões de que a violência no mundo tem diminuído. Pois parte do princípio da proporção ao número de habitantes na Terra. Tece seus comentários sobre o holocausto, sobre o conceito de violência, sobre a participação de pessoas comuns nos grandes genocídios, a mando de sociopatas e que tem muito mais responsabilidade do que os próprios mandantes! Pois por obedecerem seus conceitos de estarem buscando um “bem”, exterminaram nações... Li estarrecida sua linha de raciocínio! Fazia sentido o que ele falava...
Então, me embrenhei nas palavras de uma velha e boa conhecida colunista a qual conheci em um livro que ela discorria sobre “Perdas e Ganhos” – Lya Luft! Deleite puro! Sábias palavras! Como pude apreciar, na maioria das vezes em que me deparei com seus textos e absorver de seu discurso. Seu tema era as palmadas proibidas por lei e a incoerência deste atrevido e incoerente olho fiscalizador dentro de nossos lares! Bem apropriado a uma sociedade que se permite ver e acompanhar um programa no estilo BBB... Deprimente! Pois diverte-se ao bisbilhotar invasivamente o dia-a-dia de pessoas que, na verdade, se submetem a este bisbilhotamento. Mas e o que dizer deste “olho” invasor, fofoqueiro e intrometido dentro de nossos lares? Como pode uma nação se permitir a isso? Deixar que leis definam arbitrariamente e generalizadamente que uma criança não deve receber uma palmadinha educativa ou corretiva?
Os políticos jogam num mesmo saco podre a palmada, o soco, o murro, o espancamento. Como se apenas o contato físico detivesse o poder de agredir! Esquecem-se que há crianças, diariamente, sendo agredidas pela indiferença, pela ignorância, pela ironia, pelos maus tratamentos da falta de contato –carinho, por palavras que ferem muito mais do que um murro esbofeteado no rosto! Políticos despreparados, que têm como meio de vida e não de vocação política e de ideal e vida o seu papel e que votam apressadamente, sem critério algum, sem atentarem para o que isto pode implicar na formação de caráter, artigo de luxo e em falta, hoje, nas escolas, nas empresas, na rua, nas casas. Falta ética! Falta bom senso! Falta ter o que fazer e em que se preocupar! Falta de fazer valer leis que já existem e que poderiam coibir o errado e o mal. Falta inventar menos e fazer mais...
Foi um deslumbre. Uma refeição reforçada que há tempos eu não me permitia! E me aponta uma incoerência. A leitura de escrita numa tela colorida de computador, notebook, tablet, ou outras engenhocas tecnológicas, não substituem a leitura da escrita em papel! Pois de tão ampla a possibilidade de se acessar as mais variadas janelas no computador, abrem-se todas possíveis, de redes sociais, de jogos, de futilidades e curiosidades. Mas não se faz a leitura de notícias , pesquisas, ou coisas que nos acrescem. Baita incoerência!!!! Somos uma nação informada tecnologicamente, que se inteira do que se passa com pessoas adicionadas como amigos, conhecidos virtualmente, sobre o que fazem a cada clique, mas que carece de informações da sua mais próxima realidade...
Abastecida de tantas informações, saí para um passeio com minha irmã. Pus-me na rua pra ir encontrá-la. E, de cara com o vento, este velho e bom amigo vento, eu tive aquela minha tão conhecida sensação que se vê tão bem caracterizada num filme que menciono tanto: Colcha de Retalhos! Sinto-me envolvida por aquela rajada de vento que me pega e me leva. As velhas folhas voam... O que começa como uma leve brisa vai ganhando força, tanto quanto é necessário para levantar o pó, a poeira, folhas que registravam as inúmeras tentativas de desenvolver a sua tese de pesquisa. Palavras jogadas ao vento! E que o vento se encarregou de levar embora... Como se eu reencontrasse um velho conhecido, sorrio! Deixo-me levar pelas ruas! Sinto a alma sendo lavada a seco! Ao vento! As sensações são várias. Vento que lembra praia, que lembra morro, que lembra montanha, que lembra vôo de parapente, que lembra barco, que lembra carro de janelas escancaradas, na estrada, com música alta, que lembra viagens, que lembra saudade, que lembra infância, que lembra sorrisos, que lembra lembranças...
Um dia pra revolver lá dentro! Como faz o vento que nasce lento e se torna forte ao prosseguir e ir. Hora de abanar a toalha da mesa, de bater o tapete da sala, de remexer o que se acomoda na casa! Há tanto, ainda a se ver e se viver...
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