Vamos conversar?

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sábado, 18 de junho de 2011

Operação Portuga - ainda desafiando e incitando pessoas a correrem pra vencer seus desafios!

Transcrevendo o que respondi à provocação do Ricardo ao me falar do livro "Operação Portuga"

Ricardo!!!!
Você entrou para a turma vip dos meus amigos! Porque aqueles que marcam e mudam o rumo da minha vida são, de certa forma, pra sempre diferentes! Aproveito e devolvo a você a homenagem que me fez! Postando em meu blog o que eu desembestei a escrever após a tua provocação. Pode ser que você, despretenciosamente, tenha dado o pontapé inicial de algo que eu enrolava em começar a fazer... Falo isso e te explico o porquê! Olhe bem o que você me fez fazer!!!!

"Então, tá! Depois de uma seqüência louca de emails, eis que me deparo com uma provocação. Um recém amigo virtual me indica um livro. Um que eu até podia ter comprado há um ano atrás, das mãos do próprio autor, em meio a Volta a Ilha, em Floripa, autografado e tudo mais. Mas lendo por cima a capa, achei que não tinha nada a ver comigo! Afinal, falava de uma competição doida entre cinco amigos e uma quebra de recorde entre eles... Nada a ver com meu perfil! Desisti, não dei bola pra isso e nunca mais me preocupei com o tal livro. E, então, no meio das conversas entre emails, ao saber de um projetinho meu, paralelo a um outro maior que seria a primeira edição da maratona em minha cidade, uma pequena cidade do interior, se comparada aos grandes berços onde as maratonas acontecem no Brasil, este amigo menciona o tal livro... Respondi que já tinha ouvido falar do livro, mas que não comprei. Li a resposta que ele tinha a ver com meu projeto das 42 asas... Curiosa, perguntei - quase implorei - para que ele me contasse logo, afinal de contas, porque era parecido com a brincadeira que eu havia lançado na rede social do facebook! Pra meu desespero e minha inconformada impaciência em saber logo, sem precisar procurar o livro, comprar e ler, só ouvi (li) uma risada e uma respostinha do tipo... “Ahhhh, vai ter que ler! Adoro atiçar a curiosidade...” Pronto! Eu tinha sido desafiada! Oras bolas! Eu ia descobrir o mais rápido o possível o que é que aquele livro tinha em comum com o que conversávamos por email! Aí, ao levar meus filhos para um pesqueiro, onde eles trabalham aos finais de semana pra engrossarem suas miúdas mesadas, vim já pensando, muito contrariada, em dar uma passadinha rápida pelo shopping que fica, bem ali, no meio do caminho. Entraria na Livraria Porto, me sentaria naqueles sofás confortáveis com o tal livro na mão e mataria logo de vez a minha curiosidade...
Pois olhe só o que aconteceu! Cacei o livro na prateleira e, ao não encontrá-lo, recorri a um funcionário que me indicou a prateleira onde ele poderia ser encontrado... Era daquelas que só se vê o lombo do livro, em meio a centenas... De cara, eu o localizei! Era hoje que eu matava minha curiosidade! Catei o livro e me sentei no primeiro banquinho, ali mesmo e comecei a ler orelhas, capa, sub-capa e seja lá o nome que for. Como fui gostando do que li, levantei-me e fui andando e lendo, ao mesmo tempo, procurando um sofá mais convidativo pra me sentar e folhear o livro. O que aconteceu nas horas seguintes foi inexplicável! Fui absorvida pelo livro! Devorei-o! E olhe que, embora já tenha sido uma ótima leitora, sou muito mais de escrever do que ler, hoje! Dos últimos que tentei ler, nenhum eu conclui! E este, eu não conseguia desgrudar os olhos! Lá pelas tantas, só fiz uma pequena pausa pra mandar uma mensagem pelo celular, dizendo que eu não compareceria ao treino coletivo pra maratona de minha cidade que eu encabeçava e para o qual eu convidava a todos os interessados pelo face... Eu tinha outro compromisso bem na mesma hora, mas estava disposta a cancelar só pra estar presente. Mas obedecendo a uma regra que me impunha, não queria tentar me achar imprescindível em todo lugar. Aprendi que as coisas corriam com ou sem mim. E eu queria um tempo pra mim! Pra eu não voltar a girar apenas em torno da corrida. E, agora ali, eu estava tão absorvida pela leitura que não arredaria o pé dali, Nem por reza brava, Nem por decreto nenhum! Permaneci! Em certos trechos, dei boas risadas. A leitura conseguia me transportar ao local e tempo onde as coisas foram acontecendo! Talvez por viver cenas parecidas, que comumente acontecem nestes meios da corrida, conseguia visualizar cada cena perfeitamente! De vez em quando olhava o relógio pra me assegurar que eu não perderia meu compromisso das 16horas. Eu havia me sentado próximo das 12h. Eu estava pra lá da metade do livro. Já tinha rido sozinha (possivelmente as várias pessoas que passaram algum tempo na poltrona ao lado da minha devem ter rido de mim, comigo!) e chorei, tentando disfarçar que eu estava, mesmo, chorando! Lá pelas tantas, desatei a chorar! Era a parte sobre Felipe... Eu antevia só pela maneira do livro narrar, descrevendo os preparativos para a viagem de avião. Tudo perfeito, família toda, todos os nomes... e quando li a narrativa da tragédia, chorei... E depois, enquanto lia todo drama do Guto, o esforço sobre-humano dele em não desistir, por ter algo além de suas forças, além de suas condições físicas em prosseguir, por ter, junto dele, uma lembrança do amigo... Ahhh... Aí, deixei totalmente a vergonha de lado e chorei copiosamente na poltrona da livraria... Fui continuando, bebendo de cada palavra! Tinha horas que me dava vontade de parar e reler, e o fiz algumas vezes! Fui chegando ao final e, ao chegar na parte onde se lê a carta que o senhor José Luiz Alquéres enviou por e-mail, despenquei a chorar! Que sensibilidade! Que prêmio era para o Guto poder beber as palavras de gratidão de alguém que conhecia tão bem aquele amigo que ele havia perdido, tão precocemente! Interessante é que quando um gesto destes do tamanho que é o que o Guto fez, invariavelmente ocorre uma inversão curiosa. Aquele que planeja e faz o gesto por outro, recebe numa porção infinitamente maior o bem que fez, de volta! São os anjos que acontecem nas corridas! O Guto quis fazer uma forma de anjo pra seu amigo Felipe, Uma última homenagem. Se pudesse, correria com ele em qualquer uma das provas por aí pra lhe ajudar a baixar os tais segundos que o impediam de ser um sub-3! Mas naquela circunstância, o que lhe ocorreu foi colocar o chip do amigo e correr. E olhe: na chegada, ainda lembrou de passar o pé do chip do Felipe primeiro! Ele pensava que seria um gesto ao seu amigo. Mas no final das contas quem recebeu o anjo foi ele...
Li as últimas linhas com aquele nó gostoso de choro que explode quando algo mexe muito com a gente! Típica explosão que muitos têm, ao concluírem uma maratona, ou vivenciarem algo excepcional em sua vida. Folheei as fotos, visualizei cada um dos personagens, viajei no tempo. Folheei as últimas folhas, li rapidamente o desfecho, o feed-back feito. E li e engasguei-me com uma frase que fecha o livro. Aquilo que se um corredor, após todos os km que rodou não conseguir assimilar, jamais compreenderá o sabor de uma vitória ou jamais enxergará o porquê de correr. “Nesse momento, tive a certeza de quem havia sido o grande vencedor do Desafio do Portuga”... Creio que isto explica e fecha a polêmica do que é ser, de fato, um vencedor, do que é ser, em essência, um maratonista, do que é ter na veia sangue que corre verdadeiramente (a dupla interpretação é proposital!)! Não se mede em segundos a vida de um homem. Não é a quebra da barreira de segundos que faz de um melhor e de outro pior. Mas aquilo que o motiva! Fica aos que não leram o livro a provocação: ler e descobrir quem foi o vencedor. Não é tão simples como a matemática, lógica e exata. Dependerá do ponto de vista! A sua conclusão pode ser surpreendente! E, finalmente, fazer com que descubra o verdadeiro sentido de viver e correr...
Em tempo, é infinitamente imprevisível como as pessoas podem passar ou entrar em sua vida de uma forma a fincarem marco, serem um divisor de águas! Não conheço pessoalmente o Ricardo! Acredito que na maratona de minha cidade, o verdadeiro palco de tantas coisas que estão brotando e mexendo com as pessoas, muito além dos treinos dos 42, 195km poderei, finalmente, conhecê-lo! Mas a cada instante podemos decidir em dizer ou fazer algo ao outro que modifique seu rumo! De fazer a diferença! Creio que o Ricardo seja destas pessoas que não deixam barato quando o tal cavalo branco passa! Explico: a oportunidade! Pois existem certas peculiaridades que diferenciam as pessoas e que nas palavras sábias do senhor José Luiz Alquéres “gestos de camaradagem e cooperação são os que mais distinguem a espécie humana de todas as outras”. Ao responder um pequeno comentário que postei em seu blog, nasceu uma conversa que, despercebida, morreria rapidamente não fazendo diferença nenhuma. Mas que ao cruzarem com pessoas feito o Ricardo fazem os cavalos pararem e darem carona aos que ousarem o trote, a cavalgada. Montei o cavalo. Aceitei o desafio. Li o livro numa sentada! Num sub-4!!! E, agora, estou tentada a correr atrás de outro grande sonho meu... Que pode, plagiando o Sérgio Xavier filho, autor do livro, parecer ser sobre corrida, porque fala de corrida. Mas que vai falar de gente. Porque a corrida, bem, a corrida é meramente mais um palco onde a vida acontece...

8 comentários:

  1. Bravo Susi! Pelo final do post, vem mais coisa por ai. Acreditar e Agir, conforme você tem feito sempre. Agradeço sua homenagem! E continue dando asas aos sonhos. Que bom que gostou do livro. Eu sabia que o beau geste tinha tudo a ver com sua hstória.

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  2. Susi, recebi um link de seu blog e só posso dizer que foi um presente ler o post acima. Quando comecei a escrever a única motivação era registrar uma história que pedia para ser contada. Saber que ela pode despertar reflexões e, de alguma forma, influenciar os outros é um bônus. Ganhei o feriado, valeu mesmo.

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    1. Quase cinco anos deste postado de sua resposta e tantos ensinamentos... Lembro, perfeitamente, deste dia! Exatamente assim, como descrevo. Bebi das palavras. E bebi novamente, hoje, relembrando...
      Esta na hora de reler, reescrever a história.
      Ahhh. Só pra você saber, Sérgio, compro vários exemplares do teu livro pra presentear. Foi um marco! E tantas vezes precisei mandar a mensagem contida no teu livro, foram as vezes que ia lá buscar outro exemplar pra presentear!
      O melhor de uma boa e bela história vivida, é poder revivê-la ao se escrevê-la e reparti-la com outros que a lêem.
      Estou bastante off dos meios da corrida. Espero que tenha se multiplicado infinitamente, o número de pessoas presenteadas por suas palavras!

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    2. Quase cinco anos deste postado de sua resposta e tantos ensinamentos... Lembro, perfeitamente, deste dia! Exatamente assim, como descrevo. Bebi das palavras. E bebi novamente, hoje, relembrando...
      Esta na hora de reler, reescrever a história.
      Ahhh. Só pra você saber, Sérgio, compro vários exemplares do teu livro pra presentear. Foi um marco! E tantas vezes precisei mandar a mensagem contida no teu livro, foram as vezes que ia lá buscar outro exemplar pra presentear!
      O melhor de uma boa e bela história vivida, é poder revivê-la ao se escrevê-la e reparti-la com outros que a lêem.
      Estou bastante off dos meios da corrida. Espero que tenha se multiplicado infinitamente, o número de pessoas presenteadas por suas palavras!

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  3. Ricardo, algumas coisas mudam a vida. O seu "pequeno" gesto, pode saber, tb será um beua gest pra mim... Pois incitou masi ainda a busca de ooutros sonho em mim! Bem, já te falei, falar mais seria repetir td a gratidã qjá tenho por ti!

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  4. Sergio, sem palavras! É uma honra receber o comentário do próprio autor de palavras que bebi e que tenho espalhado por aí, no mesmo entusiasmo com que li! Já adquiri um outro livro no domingo, seguido ao que comprei o tal livro que me refiro que li "numa sentada" e que pretendo presentear a um amigo. Pode saber: vc vai fazer a diferença na vida de mts e mts pessoas ainda! Eu é que digo que ganei o dia! Valeu!!!!

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  5. Adorei seu relato e mesmo sem ler o livro dei uma bela viajada nessa história, tem coisas que ainda quero fazer no mundo da corrida, tenho certeza que a qualquer momento vou conseguir voltar, estou sendo paciente com meus joelhos...

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    1. Leia, Vanderlei! So posso te dizer isso!
      Paciencia é uma virtude necessária...
      Tenho certeza que muita coisa pode acontecer se você riscar o fósforo!...

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