Vamos conversar?

Vamos conversar?

domingo, 8 de julho de 2018

O barulho alheio



Então.
Domingo, dia lindo, vento no cabelo do jeito que eu gosto.
Vou lá alimentar espírito, alma e corpo, como me propus. Dou uma geral na casa, tarefa do dia feita e vou lá, andando, usufruir o dia!

Das coisas que gosto de fazer, esta, “caríssima”, na pontinha dos dedos dos pés, do lado de fora da porta de casa, posso fazer todo dia, se quiser. Quintal de casa, perambular descabelada, despista de mimimi, desprovida de uniforminho de atleta, salto alto de madame, ou papéis a cumprir. Vou à toa. Diboa. Sem ter de pagar ingresso.

Aí, aquele barulho do vento vistoso… Carregando pensamentos, sacolejando folhas e galhos e cabelo. Baita sossego!

Vou eu e o Tufo. Todo regateiro, cheirando tudo reconhecendo passagens de sempre. Até música ao vivo, encontro no meio do caminho. Aquele barulho, pano de fundo, que você ouve ou abstrai e sai, se não quiser ouvir.

Imensidão de verde à frente, vontade de andar por tudo, sombras de sobra pra escolher. O Tufo escolhe uma. O sol à pino consente. Hora boa de encostar na árvore e não fazer, absolutamente, nada!


Sempre carrego o meu escrevedor de histórias. Sempre tenho algumas penduradas no pregador da geladeira, na fila de historinhas por escrever. E sempre aparecem algumas, na hora.

Estava eu, já tirando um coringa da manga, umas que estou louca pra escrever e…

Barulho alheio! Não entendo!

Paz alheia. É possível, por favor? Porque barulho alheio, é intrometido, inconveniente, danado de chato. Um verde imenso, rodeado de rua e espaço pra estacionar. Lá fora, amigo. No verde, não é lugar de entrar de carro poluente e estacionar. Mas o barulho alheio faz assim mesmo. É o tipo de gente que ignora proibições e bom senso. Se banca de atleta que gasta energia correndo atrás, na frente dos seus quatro cachorros, mas entra no espaço verde de carro. Dá pra entender? Preguiça de andar? Como se não bastasse, a gente barulhenta chega com seus quatro cachorros sem ter, exatamente, quem os controle. E chega, chegando…

Eu não sou o tipo de pessoa que tem cachorro de porcelana. Tipo nãometoque, nãomerele, nãoseaproxime. Neste espaço público e aberto, há espaço pra todo mundo. E cada um sabe o temperamento do seu pet. E, mesmo sendo “émansinho, nãomordenão”, a aproximação de quatro cachorros - um grande, dois médios e um pequeno tem de ser acompanhada de perto por seus donos. Porque cada cão também reage do jeito que quiser. E se achar que seu dono está em risco ou ameaçado, reage atacando. Eis a questão!

Off course. Os quatro vieram pra cima de mim. O meu reagiu. Latiu e se impôs. Os donos deles? “émansinhonãomordenão”... Explica pro Tufo isso…


Ouvi isso outro dia e agora dou toda razão. Também gosto de ter o Tufo solto, livre, sem guia. Mas este reconhecimento de cachorros que não se conhecem, precisa ser controlado de perto. Porque a apatia e reação entre eles é imprevisível. E se um rosnar… A confusão está feita.

Mas o barulho alheio não terminou aí. Apenas começou…

Esta gente barulhenta parece gostar de mostrar que tem domínio quando, de fato, não tem. É a melhor forma de mostrar isso, adivinhe qual é??????

Ganha um doce quem adivinhar…

Barulho alheio! É preciso fazer propaganda que meus cachorros me obedecem. Nem que, para isso, seja necessário gritar quinhentas vezes ao vento, repetidamente, dando ordens que, off course, eles não obedecem… Quanto mais grito, mais mando. Certo? Errado.

Eita paz alheia que esta gente barulhenta não conhece, não faz e não respeita. Tevebom.

E a gritaria alheia autopropagandeira continua… É feio comparar com pais que não têm o mínimo domínio sobre seus filhos? Porque é igualzinho! Senhor… Juro. Eles mandam ficar. Eles vão. Gritam um pouco mais para obedecer. Lógico que não adianta. Gritam mais, então. Um. Outro. Ninguém obedece. E o barulho alheio continua…

Dali a pouco, chega uma outra família. Cinco cachorros pequenos e um casal. Outra realidade. Discretos. Vão o tempo todo junto com todos os cachorros. Um na guia, por ser o mais idoso. Uma sapequinha com a guia no corpo, caso tenha de segurá-la, se correr. Não se ouve a voz deles. A não ser que você os cumprimente ou puxe conversa. É. Tal dono, tal cão. Fato!

Finalmente, o barulho alheio diminui o volume. Cachorros, os dele e o meu, se familiarizam. Continuam, evidentemente, a falar num tom que toda a redondeza em torno escuta e pode saber o que conversam. Vai que eles tem problemas auditivos e, por isso, conversam tão alto, né? Vai que é isso…

Enfim. O vento é público. O ar. O espaço. E o barulho alheio, invasivo, intrometido sem desconfiômetro ignora que a paz alheia também é direito de toda gente.

Enquanto isso, o vento volta e prefiro dar atenção a ele. O vento, na verdade, está perfeito hoje e não pára um minuto. E percebo que todo o tempo que prestei atenção ao barulho alheio, me esqueci dele, do vento. Então, rio de mim mesma. Ganho a lição do dia. Prestar atenção ao vento! Abstrair o barulho alheio que ele perde a força. Sou eu que escolho o que ouvir.

Eu prefiro ouvir o vento!...


6 comentários:

  1. Captou muito bem, "barulho alheio" , gosto do vento e da paz e que tenhamos mais a cada dia, boa semana!

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  2. Ah sim... Entre o barulho alheio e o vento, o vento, o vento, o vento! 🍃🍃🍃🍃

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  3. kkkkkkkkk
    tadinho do Tofu com aqueles cachorroes se aproximando..

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  4. Vento é como fé, senti-se e não se vê, mas é maravilhoso... amoooo sentir o vento a brisa suave levar os cabelos refrescar o rosto!!!

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    Respostas
    1. Exato! O invisível... Que de tão forte, atropela e leva... Perfeita a comparação!

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