(P.S. antecipado) Uma homenagem ao meu amigo Ricardo Hoffmann que também passou por uma triste história destas e que também relatou em seu blog como foi o desfecho...
Andar pra frente. Não olhar pra trás. Deixar o velho, olhar o novo sem
medo. Ousar experimentar. Crer que pode ser melhor. Crer que o que foi bom,
fica. Mas que chega uma hora que não funciona mais, que e necessário abrir mão,
desapegar-se, deixar pra trás sem querer voltar.
E possível que cada coisa tenha seu tempo de vida util. Por mais que
tenha sido inédito, inovador, excepcional. Daqueles que você faz juras de amor
que nunca, nunca vai abandonar, que será pra sempre, porque nunca teve algo
igual... E aceitar que certas coisas chegam ao fim...
O velho já vinha dando sinais que estava apagando. Já não falava. Mas
tinha uma memória excelente e eu ainda recorria a ele sempre que precisava
lembrar o nome e algo de alguém. Fora as fotos lindas que tirava... Eu já vinha
vindo com outro ha um tempo. Meia boca. Nada excepcional. Dava pro gasto! Eu
gostava mesmo era do meu velhinho. Chegava ao cumulo de levar os dois juntos
comigo. Sim, por mais que pareça absurdo. Não conseguia me desapegar do velho.
E o outro não dava conta do recado como eu estava acostumada. Era muito básico.
O velho, apesar de velho continuava sendo avançadinho pra idade dele.
Comecei, então, entrar na internet. Queria achar algo melhor. Sabia que
o velho ia morrer. Não gostava do outro que peguei só pra remediar o que o
velho não dava conta. Fui me encantando com um. Achei que tinha finalmente
encontrado o novo amor da minha vida! Fiquei um tempo levantando informações
sobre ele. Seria parceiro de viagens. Iria comigo em corridas, caso eu volte a
correr. Seu forte inquestionável era fotografar. Nisso era o melhor. Mas não
era assim, tão moderninho e isso me incomodava um pouco. Na verdade, a coisa
que mais me chamou a atenção nele e que era um fotógrafo excepcional. De resto,
lembrava muito o meu velho. Era como ter um novo com a alma do velho, mas
melhorado. E muito. Mas, então, conheci outro.
Eu chegava a pô-los, lado a lado para compara-los. Nestes sites onde você
procura por eles da pra fazer isso. Coloca o perfil de um ao lado do outro e
ate do velhinho para comparar. E sabe que o velho estava pau a pau em muita
coisa, quase tudo com eles? Mas ele estava morrendo e eu já brilhava os olhos
pelos outros dois. Eu só não conseguia me decidir por qual deles...
Pedi ajuda a um amigo. Falei dos dois pra ele. Eu falou pra mim dos pros
e contra de cada um. Mas sem sombra de duvida, eu podia ficar com o segundo. No
conjunto, era disparado o melhor. Era um bom fotografo, sem ser excepcional.
Daria pra fazer todas as coisas que faria com o primeiro pretendente. Viagens,
corridas que ele daria conta do recado. Mas o que me fazia pender para ele
desde o começo era exatamente porque ele nasceu para escrever. Como escrevia
bem. E quem me conhece sabe que dentre as minhas grandes paixões, estão viajar,
fotografar, natureza, e as maiores delas seriam o correr (que ando aposentada)
e escrever... Os dois se equivaliam no
resto. Mas escrever era algo que só o segundo compreendia e fazia bem. Seria o
parceiro ideal do meu momento agora. Hummmmm... Acho que, finalmente, estava me
decidindo!
Decidi! Entrei no site novamente e acertei tudo. Muito rápido, de
assustar. Em quatro dias ele estaria em casa. De surpresa, chegou antes. Na terça
cedinho, o porteiro interfonou dizendo que ele já havia chegado. Foi paixão a
primeira vista! Lindo. Robusto. Moderno. E como escreve bem. Pois mantém a essência
de quem gosta de escrever como antigamente, porque os moderninhos escrevem tão rápido
e superficialmente que erram muito. E quase nem da pra entender, de tantos erros
que cometem. Enfim, estou com um novo amor. Parceiro, espero, pelo menos por
uns quatro anos! Ou enquanto durar! Porque a gente nunca sabe, né? Bem que
vendo ele hoje, gostaria que durasse pra sempre. Mas eu tenho de ser realista e
encarar que estas coisas não são pra sempre. Pena, porque eu fui com a cara
dele. Agora tenho de despachar o velho. Talvez eu fique com ele por consideração.
O estepe vou manter comigo, porque pode ser que precise dele, eventualmente.
Meu Nokia N95 morreu! Durou muito e valentemente! Quase três anos... Rendi-me
ao novo! Estou com um Motorola milestone 3. Escreve como ninguém e eu to cá com
ele, escrevendo nele só com o dedão no teclado apelidado de 'qwerty'! Tem touch
pra deslizar pra cá e pra lá, todo recurso, ou quase de um Galaxy S II com a
vantagem deste teclado físico maravilhoso!!!! É quase um tablet... Feliz da
vida. Se bem que fiel que sou, só larguei o n95 só porque o bichinho morreu
mesmo. O outro candidato que considerei era o n9, da mesma e confiável família Nokia.
Dizem que ainda é a melhor câmera em cel, devido as incomparáveis lentes Carl
Zeiss. Mas resolvi sair da mesma família, sempre, sempre fui da Nokia. Só por
causa deste teclado que já vi, valeu a pena. Acho que no 'touch' eu estaria
patinando e desistiria de escrever em cel.
Bem, ê isso! Desapego! Os novos, com tudo de bom dos velhos mais
aprimorados prometem valer a pena! Recomendo!
Valeu pela lembrança! Sabe que já perdi o novo, semana passada! Foi atropelado! Os meus meninos tem compromissos do passado com acidentes violentos, um morreu afogado e o outro atropelado.
ResponderExcluirNão me rendi ao plano de dados ainda...eu uso mesmo pra falar. tem que ter 2 chips.
E o velho de guerra, o que relatei a morte no post, ressucitou! Tá certo, está como alguém que volta com sequelas de um derrame...a câmera afogou, não funciona, mas a função principal, que é falar, ele manteve inalterada.
Sobre o desapego...lembrei de um texto lá da minha budega. http://emporiododom.blogspot.com.br/2012/02/desapego.html