Vamos conversar?

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domingo, 13 de maio de 2012

Mãe – um “revorteio” de lembranças, mimos e ensinamentos!

“Já são quatro anos sem a senhora ao nosso lado! Mas, de certa forma, a senhora continua a star comigo, conosco”. Ontem, fui a um aniversario. E em meio daquele monte de cabides, avistei uma camisa florida, te tecido brilhoso, elegante, estilosa. Era uma de suas camisas que eu trouxe para casa, dentre tantas coisinhas que separei e mantive comigo. Deu vontade de por. Usei, também, uma de suas bolsinhas de mão que eu a via usar quando eu era criança e que eu ficava fascinada. Uma bolsa com inúmeras bolinhas grudadas, na verdade, bordadas, formando uma trama alegre, exclusiva, que apesar dos anos terem se passado, continua fascinando quem a vê! Charmosa, logo que cheguei ao aniversario, já elogiaram a bolsa. Respondi que era bolsa de mãe! Que, realmente, era da minha mãe. Uma pequena herança guardada com carinho suficiente para tê-la e usá-la. Diferente daquelas peças lindas expostas em cristaleiras, igualmente lindas, mas que apenas são expostas como vitrine e não podem ser tocadas... Pois bem, as heranças da minha mãe são inúmeras lembranças que tenho. São, também, pequenos objetos que guardei, um desapego que ainda não aprendi, só para senti-la um pouco comigo. Penso, então, o quanto ela esta ali em cada um deles. Como cada um diz um pouco dela e a revela, ainda hoje, para todos nós! A bolsa, miúda, estilosa é única! Tal qual ela! Elegante sem ser extravagante e fascina com seus detalhezinhos de inúmeras bolinhas coloridas grudadas no tecido. Achei que poderiam ser bordadas, mas olhando bem, não vejo sinal algum de costura. Misteriosa! Definitivamente, não sei como estas bolinhas ficam ali grudadinhas! Há quem diga que nós, mulheres, somos tal qual o que pomos na bolsa. E que elas retratam como estamos. Ui! Arrepia só de pensar! Pois, na maioria das vezes, a bolsa é meio extensão da própria casa. E com a moda de bolsas gigantes, dá pra imaginar a quantidade de supérfluos que passou a fazer parte dela... Bem, uma coisa é certa, dentro dela nos compactamos, nos guardamos. Ao abri-las, nos revelamos... Eu, pra variar, sempre avessa ao que se usa, andando na contra-mão de modismos e até para a felicidade do meu ombro, não tenho usado bolsas enormes e pesadas. E resgatei a bolsa da minha mãe. Para usar em ocasiões especiais. Bolsa de mão! Aquela que você usa somente com o essencial, apenas para ir somente até ali e voltar! Uma ótima medida para saber o que é o essencial e o excesso. Um documento? Um cartão, um dinheiro mínimo? Um gloss, ou batom? Ah! E o celular. Indispensável, hoje... Indispensável??? Para as emergências... Se bem que isto rende outra história... O tal celular que nos toma o amigo da mesa, da roda, da conversa e que, ao invés de interagir conosco, ali, imediatamente próximo dele, fica ali falando alto, gesticulando e, invariavelmente, andando em círculos enquanto conversa com aquela caixinha preta... Sim, diria, indiscutivelmente, dispensável para o bom andamento das amizades (presentes em tempo real!), dos relacionamentos e bem estar da nação! Bem! Também não quero ficar conversando com uma caixona preta aqui, ao invés de ir interagir com a família! Hoje é um dia muito especial! Dia das Mães! Dona Estela vai conosco! Vai na camisa florida e na bolsa de bolinhas que já vou separando. Minhas manas estarão todas. Iremos as três daqui até a casa da única que mora fora, a 40km daqui. Minha filha não estará. Mas também vai comigo, cá dentro. As coisas mais importantes permanecem, sempre! Embora queiramos a pessoa aqui, perto, de mãozinha dada com a gente, há laços que extrapolam as leis da compreensão. Há muita gente que vive tempo demais junto, sem estar de fato, presente. Há outras, que passam tão pouco tempo juntas e que vão conosco pra sempre, junto... Estão em cada detalhe. São aquelas que nos momentos mais importantes de nossa vida, se fazem presentes. Estão presentes. São um presente. São as pessoas que quando estamos nos nossos sentimentos mais extremos queremos ter junto, pra gargalhar muito, pra chorar muito, pra falar muito, pra silenciar... Pois nem sempre somos equilibrados o suficiente pra ser civilizado o necessário pra passar despercebido pelo mundo. E, algumas, vezes, queremos gritar de raiva, chutar o balde, ou chorar de alegria, gritar de felicidade. Às vezes, a gente quer chegar e contar algo, sem parar de falar, tamanha é nossa felicidade. Às vezes, queremos apenas colo, chegar com todas perguntas, sem nenhuma resposta e basta estar ali, próximo daquela que nos recebe, nos olha, acolhe, fica do nosso lado, nos defende, nos levanta, até empurra, se preciso for, pra enxergarmos nosso valor, nossa missão. E ter alguém pra aceitar quem somos é algo que só acontece quando há amor. A mãe nos ensina isso. Tropegamente, tentamos passar isso aos nossos filhos. Enroscamos, mas tentamos ser assim para nossas irmãs, sobrinhos. Falíveis, sim, mas na insistência de não desistir nunca, de quem amamos. Esta é, por sinal, a frase que ouvi de meus filhos, nos momentos meus de maior dúvida de estar fazendo o certo ou o errado a eles. De não saber o que fazer. Mas de ouvir isto... “Mãe, não desiste de mim!” É isso! Quem ama, não desiste, nunca! Seja esta a mensagem para o Dia das Mães! Não desistirmos nunca de quem amamos!

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