Vamos conversar?

Vamos conversar?

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Sobre lugares. (Que sempre acaba sendo sobre pessoas!)



Sou de uma geração que via imagens por revistas, livros. Com o passar do tempo, pela TV P&B. Depois em cor. É.
Hoje, parece ser inconcebível isso tudo.
-Como vivíamos?
-Como sobrevivíamos?
Diriam alguns...
Dificuldades nos davam encanto.
Instigavam a busca.
Parecia ser inapalpável.
Mas eram desafios.

A avalanche de informações que nos chegam parecem dar um conforto que nos transportam facilmente ao outro lado do planeta. Porém, virtualmente. Enquanto tanta gente se anima, bota mochila nas costas e vai, outros se contentam em assistir pela tela. Que outrora era aquela da TV. Hoje, no celular. Célula. E o mundo inteiro fica cabendo na página da mão. Porque é fácil.. Cômodo. Não suja. Não cansa. Não passa frio. Nem calor. Nem se suja. Nem gasta 🙄🙄🙄🙄 este dinheiro que você acaba gastando noutra coisa. E acaba gastando o dobro, o triplo, não com saúde. Mas com doença...

Ironia pura.

Não há nada maior do que estar ao vivo, a cores, presente.
Não há nada melhor do que viver presencialmente.
Não há nada que pague respirar ares dos lugares com os quais sonhamos.
Não há foto de melhor resolução no planeta que transmita a emoção de estar diante e presente em lugares visitados, anteriormente, pelo pensamento.

De que adianta tanta capacidade de imaginar, pensar, se não houver o agir?
De que adianta falar, discursar e não fazer?
De que adianta tecer planos mil para o dia que aposentar, o dia que sobrar dinheiro, o dia que EuMerecer?

Pra quem não se decide agir, sempre saberá uma desculpa na manga a ser disparada.
Não tenho tempo agora.
Tenho de trocar férias por dinheiro (esta é a pior. Não há dinheiro que pague sofrimento de adoecer e morrer vivendo. Ou viver morrendo. Já que dá no mesmo!)
Não ganho o suficiente.
Tenho de pensar nos outros primeiro.
Querer ser mártir na vida dos outros,  abnegando a si mesmo, só Jesus.  Porque o ser humano fazMAScobra. Com certeza e sem sombra de dúvidas. E o feitocontantoamor é jogado na cara, um dia... "Mas eu deixei de fazer uma faculdade. Deixei de viajar. Deixei de ir tantas vezes ao cinema. Deixei de dançar. Deixei de seguir meus sonhos por... VOCÊ???"

Um discurso tão lindo e romântico e poético que só denuncia algo. O alvo de tanta dedicação era um outro. Nunca você. E, pior. Puramente, por livre arbítrio.

Deixa eu falar?

A CULPA NÃO É DO OUTRO!

As decisões tomadas foram tuas.
Quem não seguiu seus sonhos foi você.
Quem não se presenteou como merecia foi você.
Quem decidiu seguir morna na vida foi você.
Passar da metade da vida sem certezas de proezas autenticamente SUAS para si mesmo é como passar pela vida sem viver.
Passar por qualquer fase da vida sem realizações autênticas, idem.
A diferença é o tempo?
Atrás ou à frente?
Vai depender não da quantidade de minutos computados na linha do tempo. Não. Não a linha do tempo do Facebook (OMG!). Mas dos minutos apropriados, integralmente, para se viver.

Vegeta-se em vida.
Carrega-se um corpo dias adentro, vida lá fora, pelo acostamento. Sem passar pela estrada real da VIDA. Vendo os passantes passarem como se fosse uma TV. E você, ironicamente, "controle remoto" em mãos, achando ( só achando...) que tem o controle nas mãos... Controle nas mãos??????

Então, quem abriu o textão e chegou até aqui, deve estar pensando. "E esta foto? Por quê desta foto? Não vai falar dela, não?"

Falo.

Podia ser apenas foto de calendário de folhinha de parede (para os mais antigos). De calendário de mesa ( para os burocráticos). De descanso de tela ou área de trabalho) para os workholics. De fundo de tela de celular (para os ultra conectados... à tela do celular). Foto de capa, de perfil dos outros ( para os que sabem tudo do mundo e da vida dos outros... Virtualmente)

Mas não é.

Laaaaaaaaaaaaá atrás, nalgum dia, eu não imaginaria estar diante desta preciosidade e peculiaridade da humanidade. Ouvir falar é uma coisa. Estar lá é outra.
É como se você mergulhasse através da tela da TV, do cinema e de espectador, num PLIM, passasse a ser personagem daquele filme que você assistia. Há muitos lugares que me encantam, independente de sua importância histórica, sua relevância, ser uma atração no rol das maravilhas do planeta. Estes todos onde eu sempre fiz questão de fazer a minha marquinha (quem adivinha?) por serem especialmente marcantes.

Este lugar espetacular esconde, ao mesmo tempo em que desvenda, mistérios, segredos e conhecimentos incompreensíveis a nós. Nos sentimos grandes e minúsculos ao mesmo tempo. Tudo ali milimetricamente pensado, planejado e elaborado, desde paredes, desde a disposição, desde sua localização e ao seu redor, o que lhe dava condições de ser vigiado de cima das montanhas... Sua história compreende raciocínios que nos chegam a ser inenarráveis.

Bem. Eu poderia desembrenhar linhas a fio e ninguém que lesse com toda atenção, sem jamais ter ido, seria capaz de sentir, visualizar, compreender. Porque certas coisas (as coisas certas) não se aprende de ouvir falar. Aprende-se indo viver.

Frases clichês há um monte. Mas... Uma vez na vida, desapegue-se do falarpraFORA e fale praDENTRO. Desapegue-se do mostrar infinitamente prosOUTROS, faça secretamente um pouco por você. Não discurse. REALIZE. Desapegue-se da SELFIE. Observe à volta. Sem clica mecânicos e digitais. Grave memórias no coração. Não fotografe (somente) sua face. Mas olhe-se, profundamente, lá dentro. Não fale palavras impactantes para os outros. Mas estabeleça um diálogo simples e franco consigo mesmo. Não cobre bons dias dos outros. Deseje (e empenhe-se) a construir o seu bom dia que, inevitavelmente, converterá em bom dia ao outro.

Neste tempo de tanto mostrar-se afora, há muita falta de olhar-se adentro.
REconheça-se. Pode ser que você leve um susto.

Um comentário:

  1. Concordo absolutamente com você. E eu conheci uma alemã muito engraçada e animada, bem oposto ao clichê alemão, que tem um álbum de fotos de pessoas tirando selfies en ambientes naturais, turísticos ou não. Achei sensacional a ideia, mas não vi o álbum, infelizmente. A vi apenas em ação, capturando os "selfiers".

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