Estas fotos de pezinhos, típicas de encenarem paisagens pitorescas, em férias, em lugares sugestivos de sossego, paz parecem sempre estar a quilômetros luz de distância.
Ou não!
Podem estar no fundo do seu quintal. Bem ali, diante do seu nariz!
Quem não vive na correria?
E quem é que sai do meio da correria, por livre e espontânea vontade?
Eu não!
Eu sempre estou sendo guinchada do meio do meu corre-corre à força. Esperneio. Me rebelo. Mas não tem jeito!
Foram várias as ocasiões em que me puseram no banco. Fora de cena. Daquela que eu achava ser protagonista.. Muito bem encaixada e feliz. Aí, a vida prega peças e me vejo nos intervalos. Crente que a cena principal é aquela. Onde eu nunca paro. E sempre estou ativa, alucinada, fazendoendoendoendo…
Descobri que intervalos não são, de fato, intervalos. Não são tempos coadjuvantes ao outro. Que não param. Intervalos são senhores do seu próprio tempo, espaço e porquês. Eles ensinam na sua paciencitude. Na sua lentidão. Na sua ausência de tantas coisas a serem feitas. No anonimato. E na ausência total de vaidade e acontecimentos.
A todo intervalo, eu aguardava ansiosamente o fim dele. Pra voltar à ativa. Ao meu mundo. Ao meu centro. Ao tudo de importante para mim. Então, a gente percebe que isto que a gente considera tão importante, não tem esta fidelidade recíproca com a gente. Porque ele prossegue sem a gente. Com ou sem a gente, este mundo brilhante continua. A gente é só um pontinho em meio a milhares de outros. Então, a gente para, verdadeiramente, para pensar…
O riso espelhado pra fora nas tantas fotos, tem de espelhar o lá dentro. A alegria só permanece se for genuína! E o silêncio pode falar muito mais que o som estridente que não se cala nunca cá fora…
É exatamente o estar sempre fora do tempo. A ideia de nunca estar feliz porque o estar feliz está sempre no passado ou no futuro. E não conseguir enxergar o que se tem ao lado. Não saber apreciar o que a vida oferece no agora.
Intervalos são caminhos genuínos. Que mais do que levar aonde se pensa querer chegar, ou voltar, são mundos à parte com seus próprios encantamentos e ensinamentos.
A felicidade está no agora, não está no passado e não está no futuro. Mas sim nas pequenas coisas que dá sentido a nossa vida...
ResponderExcluirE em torno da gente...
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