Vamos conversar?

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domingo, 12 de maio de 2013

TIPOS DE MÃE...

Qual tipo de mãe que não existe?

Mãe é uma daquelas palavrinhas indizíveis. Que, ao contrário do quanto falta em palavras para se exprimir tudo o que ser pensa e se sente ao se falar em mãe, sobra em sentimentos...
Não há um padrão em comportamento. Há todo tipo de mãe. Agitada, quietinha, antiquada, moderninha, baladeira, conservadora, faladeira, silenciosa, intrometida, na dela, sorridente, fechadona, calma, braba... Só não há um tipo de mãe: mãe morta! Porque mesmo já tendo partido, FICA! Fica pra sempre com a gente! Em cada detalhe de nós mesmos. Nas nossas chatices iguais às dela..na nossa fibra herdada dela. Na panela que se queima como ela. Na vaidade pura de se preparar para sair, passando uma maquiagem, pondo um brinco, um anel. Na brabeza de educar um filho. Naquela doação só dela de tirar algo da sua casa, do seu guarda roupa só pelo prazer e cuidado de me dar.
Nas lembranças únicas que ela me remete em lembrar cada instante dos seus últimos dias vividos com a gente... Quando ainda podia vir até o portão pra nos falar tchau, com aquela carinha de "fica mais!".
Agradeço a Deus por que, mesmo tendo vivido momentos dolorosos de doença, estes momentos foram transformados em possibilidades de amor.... Amor expressado. Porque ela não era daquelas mães carinhosas que davam e recebiam carinho. Mas a convivência nos cuidados com ela possibilitou o resgate disso tudo... Carinho, palavras de amor nunca ditas, até o "eu te amo" que sim, muitos filhos não conseguem dizer e muitas mães também não. Não por não sentirem. Mas por pura timidez, falta de jeito, até orgulho.
Fui dizer "eu te amo" pra minha mãe quando ela já estava bem doente. Mas deu tempo de falar! Fazer-lhe massagem/carinho nas pernas inchadas, fazer-lhe carinho nos cabelos, pô-la pra dormir... Ficar do lado dela por dias, dias e dias até ela adormecer. Dar-lhe banho, fazer-lhe comida, dar-lhe comida na boca. E... Milagre seja dito. Ao fazer cada uma destas coisas por ela, pude cair em mim que eram as coisas que, primeiro, ela fez por mim.... Amor imenso, tímido, sem jeito sem graça, mas imenso! Que mesmo doente, tão doente como Dona Estela ficou, ensinou-me o mais sublime dos ensinamentos que poderia me deixar: cuidar de quem se ama....

Mãe, tô eu aqui, do jeitinho que a senhora tão bem conhece: chorona, falando/escrevendo sem parar. Que saudade da senhora! Como pode despertar ainda em mim, este choro de saudade, estas lembranças tão fortes que permanecem. Estaremos todas reunidas. Vou sair pra correr daqui a pouco, porque a senhora me ensinou a ser uma mulher de fibra! Valente, destemida. Porque a senhora desafiava saulo que não podia ser feito. Nos esportes, jogando tênis, nadando no mater da ACEL, nadando por nadar, correndo por correr na praia, do para vencer todas a tuas limitações e frustrações do passado. A senhora que cuidou de mim quando sofri o acidente e viu sua filha sem andar por meses, vibrou a cada vez que eu obtinha uma pequena vitória, até chegar a sair pra pequenas viagens de Bike e este teu olhar de orgulho, de satisfação no seu portão, quando partíamos dali, eu nunca, nunca nas minha vida vou esquecer!
Creio que é este teu olhar que eu procuro cada vez que eu vacilo se dou conta de ir, de encarar algo que tenho receio, ou medo. É este olhar que eu procuro quando preciso do porto seguro de partida, que me receberá na chegada. Teu olhar é tão presente em mim...
Que bom que Deus transforma em saudade este amor que fica. Porque FICA!
E é por isto que hoje eu digo: só não existe UM tipo de mãe. Mãe morta. Porque mães não morrem jamais. Ficam pra sempre com a gente!

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