Interessante como me
encasulo. Como necessito me encasular diante de situações que não sei lidar. Que
me colocam, totalmente, em posição de pura defesa. Fechada, protegida, sem
fala, sem ação, prestes a entrar em estado de hibernação. Para me afastar
daquilo que me incomoda. Ou que me proteja de situações que não sei lidar...
Hoje, me observei. Com
se tivesse saído de mim mesma pra observar a mim e a minha volta. E fica a
sensação de que não estou sendo autêntica comigo mesma. Que não estou sendo,
totalmente, o que sou e estou vivendo uma vida que não é a minha. Cadê a Susi
cheia de vida? O que tenho sido é alguém “alegre” palhaçona, que incomoda todo
mundo, tira um sarrinho, que dá um toque animado, mas que tem que estar o tempo
todo assim, da pele pra fora. Incomoda isso! Meus dias têm se resumido a uma
vidinha urbana que já estou começando me estranhar. Tento ver pelo lado de
estar me descobrindo nas minhas diversas facetas! Que tenho de passar por
várias versões para me “achar”... Será?
Se for para um autoconhecimento
e eu, de fato, ainda não saiba todas as minhas faces e almas, é válido. O
problema é que sei de algumas faces que estão de lado, me fazem falta,
desesperadamente!!!! Fico numa briga interminável de mim comigo mesma! O meio!
O meio! Foque no meio! Seja a do meio! Chega de bater a cabeça nas paredes. Siga
pelo meio do corredor – eu diria pra mim mesma! E como me faz falta... A Susi
de olhos brilhantes, faiscantes, que sorri com a face toda, resplandesce,
contagia, emana energia! Falta-me algo! Falta-me a chama. A faísca do momento. A que acende
aquilo que já vem de dentro... Pois abafo faíscas que desconheço, de medo de
não saber por onde vai me levar...
E esta força tremenda
do ciclo que puxa, puxa que me faz resistir e me enrolar. Vou tecendo pouco a
pouco, num pouco que acelera e tonteia a cada volta e meia que dou em mim mesma.
Fechando as entranhas. Vedando furos, vácuos, lacunas. Dentro é quentinho, e
sou eu quem determino a minha hora de sair. Não me tire antes da hora! Posso não
saber voar se não for a minha hora de abrir as asas...
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