Vamos conversar?

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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Simplicidade, basta!





Com um sorriso deste, precisa legendar?


Podia ser lá fora. 

Sim. Realmente. Mundo imenso e cheio de belezas de cair o queixo.

Já rodei bastante a América do Sul até o extremo Sul. Lá no tal " Fim do mundo". Alguns pontos imperdíveis e muitos que ficaram pra uma próxima. Porque quem nasce com rodinhas nos pés, sempre mira as próximas. Atravessando o Atlântico, foram viagens curtas mas muito bem aproveitadas. Que pedem mais. E lógico que vou.


Mas...


Neste tempo de quintal restrito, a gente se reinventa e reinventa o olhar. Redescobre lugares. E descobre pela primeira vez, lugares que se passava sempre pela beiradinha. 


Necessário.


Nada é por acaso. Adoro esta frase! Quanta verdade contém!


E, muitas vezes, algo que parece tão clichê, resume. Tantos lugares belíssimos que se vai, que já se foi, que inquestionavelmente são fodásticos e é num abraço que se descobre o melhor lugar do mundo.


Neste tempo de tanta restrição de toque, de contato físico, a gente percebe riqueza imensurável em coisas assim. Que se pode dar e receber graciosamente. A toda hora. Todo dia. Com toda gente. Mas tem esta mania de manter distância. Ser impessoal. Ser reservado. Não ser dado. E adoece por falta de carinho. Falta de demonstrações de afeto. Falta de... Ser humano.





Lugares simples.

Sentimentos simples.

Pessoas simples.

Demonstrações, simplesmente.


A gente sente falta.

E se sente, a única coisa a se fazer é começar a fazer!


A pandemia trouxe tantas mudanças de comportamento... Trouxe tantas restrições. Mas trouxe também fases de fazer. Sim. Fases de fazer. Quem não passou por elas? Nem precisa mencionar...


Hoje, já abraço algumas pessoas. E recebo abraços. E , meu Deus! Como senti falta disso! Como precisava disso! Pode não ser o mais certo. Mantenho cuidados. Afastamento. Mas entendi que afastamento físico é uma coisa. Isolamento é outra. E não quero me isolar de pessoas que quero bem. Fazem bem só de existirem. De passarem algumas horinhas, ou minutinhos apenas de trololó. Sabe? Conversa desinteressada. Só. Conversa à toa. De prosa boa. Porque é gostoso e pronto!





Vai passando o tempo e vou vendo que não quero acumular coisas. Que quero simplificar meu modo de viver.


De não acumular coisa alguma que não seja de me encher o coração de riqueza. Estas que não se compra. Ganha-se.


Estou revendo meus valores. E não estranhe se eu sumir, simplesmente, virar bicho do mato que já sou mesmo, desconectar de vez da tecnologia e comunicação mundão afora, só pra me conectar mundo adentro. Pras coisas do coração.


Já passei da metade da vida. E nesta primeira metade, pode ter certeza. Somos muito rudes conosco mesmo. Exigentes. Cobrativos. Seguindo aprisionados na nossa enganosa forma de liberdade. Pra ser livre, acumulamos bens. Pra poder usufruir a vida. E o tempo passa e a escravidão acontece. Como se houvesse um tempo mágico para parar com tudo isso e, finalmente, começar a viver.


Não. Não é semáforo gradativo. Daqueles que vão te indicando que o sinal vai mudar. Que o tempo do vermelho está acabando e vai começar as dez bolinhas de tempo do verde 


Não. Não é.


A vida é mágica por ser surpreendente. Esta é a graça. Não sermos donos do tempo. Não se pode postergar. Não se pode adiar a vida…





Já tive sonhos simples. Que cabiam no meu bolso. Já cresci os sonhos. Não em conquistas materiais. Mas de superações físicas, talvez porque minha maior perda foi física, quando acidentei e parei de andar por meses. Isso explica muito da minha obsessão em superar, superar e sempre ir. Deu né. As atividades agora são mais amenas e mais prazerosas.


Depois, sonhos mudando de formato. E percebi que sonhos também envelhecem! E é bom ter consciência disso. Senão, a gente fica correndo atrás de algo que não tem nada mais a ver com a gente… Só pra dizer que conseguir realizar. Aí, dá o vazio. "Pra quê mesmo erro queria fazer isso?"


De certo, ainda tenho sede de estrada e de horizontes. Mas tenho sentido querência de lar. De raiz. De me sentir em casa. De coisa simples. Café com pão. Arroz e feijão. Carinho e coração.


Pode ser que eu suma. Mas não. Na verdade, é aí que estarei de fato no meu lugar.





(Fluiu. Era pra ser um textinho despretensioso e curto sobre o que me faz sentir este lugar…)

Um comentário:

  1. Muito legal!! ��������������������

    Mass.... era pra ser um textinho, não é Susi? E você por algum acaso consegue escrever um textinho ou enviar um audiozinho???? Duuuviiidooooo!!!����������

    Grande abraço
    Nei Marcio

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