Sabe a história do copo?
Meio cheio?
Ou
Meio vazio?
Faz toda a diferença como você vê o espaço.
Que falta?
Ou
Já preenchido?
Este tempo...
De parada?
Ou
De pausa?
Parou?
Ou
Está apenas respirando, retomando o fôlego pra prosseguir melhor ainda?
E esta falta de vento e estrada. Pra quem é de vento e é de estrada? Como faz?
Tem ausência, sim.
Mas tem lembrança. Muuuuuita lembrança.
Que não é saudosismo melancólico. Que lamenta, lamuria que não está fazendo nada.
Mas que aproveita aquecer o coração com tantas lembranças de tantas andanças, pedalanças, mochilanças afora.
O espaço pode ser um vazio. Uma ausência.
Ou.
Pode ser a possibilidade de preenchê-lo ainda mais?
Percebe?
Fins podem ser apenas inícios disfarçados. Que anunciam boas novas a acontecer.
Se fosse em rolinho de filme de 36 poses, eu teria muitos negativos guardados revelando cenas vividas de verdade.
Foi-se a época da fotografia analógica. Vem a digital.
E o mergulho por imagens são sempre envoltos de histórias.
A vivida naquele momento.
A lida por quem se depara com a imagem.
E vice versa.
Porque mesmo a mesma cena provoca um personagem diferente daquele instante que já se foi.
É por isso que escrever é infinito. Como a história do rio e do barco. A história nunca se repete. Nem um, nem outro se encontram novamente. Pois ambos retornam num novo encontro, como passantes diferentes.
Copo meio cheio?
Ou.
Meio vazio?
A vida assim é.
Depende do olhar.
Saudade?
Ou
Lembrança?