Hora de fazer as malas. O que levar? Boa hora pra se listar o “realmente necessário”. Separar aquilo que é imprescindível das mazelas, frescurites que a gente carrega por pura teimosia, só acumulando itens no excesso de bagagem!
Quando vamos preparar a mala para uma viagem, costumamos querer levar tudo aquilo que a gente usa mais, não larga, misturado ao que a gente acha que vai usar, quer usar e não se atreve, peças que não se conversam entre si e que na dúvida, vai tudo mesmo, socado na mala…
Quem já teve oportunidade de fazer mochilão, travessia em montanha, viagem autônoma de Cicloturismo “Raiz” onde se carrega empurrado pelas penas, todo o peso do que se vai usar para comer, dormir, vestir, sabe bem do que eu falo sobre minimizar peso. Levar somente o necessário. Racionalizar. Pensar nas necessidades básicas de fome, sede, frio, saúde, sono. Sem exagerismo!
Nestas horas, peso nas costas, ou nas pernas, fácil, fácil nos desapegamos daquilo que não precisamos. Dez trocas de roupa podem virar duas ou três. Um único bom e quentinho agasalho é o suficiente. Meias, mais de uma, pois pés secos e quentes são fundamentais. Um tênis ou bota pra andança ou pedalança, um chinelo (ou crocs!) para o descanso dos pés e, se a situação permitir, um sapatinho ajeitadinho pra passeio. Só! Pra higiene, nada de frascos que duram meses. Na medida. Bem no estilo frasco de hotel. Não precisa mais que isso. Ah! E, pra quem é adepto, a parafernália eletrônica para registrar o caminho. Vai de cada um.
Lista feita!
Faltou algo?
Depende do tamanho da viagem. Da disponibilidade de espaço e “mãos” para se carregar a bagagem. Porque gente não tem tentáculos! E, sinceramente, nestas horas que se vê a inutilidade da repetição de peças no guarda-roupa da gente, que desfila a mesma roupa repetidamente, só que com cores diferentes, ou um detalhe no modelito que, na real, não faz diferença nenhuma…
Não é que eu seja contra a variedade. A possibilidade de escolha quando se abre uma gaveta ou guarda-roupa. Lembre-se que estou falando de “fazer as malas”! E, racionalizando um pouco mais, a gente se percebe refém nesta indústria da inutilidade. Porque a gente trabalha, trabalha, trabalha e trabalha um pouco mais para pagar contas repetidas. Porque quando você compra a quadragésima peça de roupa, ou calçado, que nem que você usasse, cuidadosamente, uma por dia, sem repetir, você passa meses tendo o que vestir. E isto é totalmente desnecessário! Um roubo do tempo da gente! E do nosso bolso. Entende? Peças repetidas = contas repetidas = inutilidade. Então, você se flagra descobrindo o desperdício que comete com este exagero. E pára pra pensar se aquilo que você trabalha para pagar, realmente é necessário na lista de contas a se pagar ao final do mês.
A experiência de fazer as malas é um desafio. Retrato fiel da pergunta. “Leva o quê na bagagem?” Aquilo que realmente importa para a caminhada, ou anda arrastando pesos desnecessários? Porque, todo mundo sabe, o desnecessário é sinônimo de inútil. É peso morto. Cansa. Rouba-nos a energia. E a gente vive muito bem sem eles, obrigado!
Quem já mudou de casa sabe o drama que é ter de empilhar caixas “do que vai” e “do que fica”. E descobrir um monte de coisarada velha, esquecida, guardada para os momentos do “e se, um dia, precisar disso?” que não acontecem nunca. Isto, sem falar das caixas de lembranças… Que é um capítulo à parte. Que talvez, na hora da mudança, vem à tona. Dá as caras. E depois, vá para uma caixa de novo, laaaaaá no fundo do maleiro…
A mudança de casa, o fazer as malas são bem parecidos. Pois, de certa forma, fecham ciclos. Iniciam uma etapa nova. Talvez, temporária. Talvez a porta de passagem.
No final das contas, toda vez que vou fazer as malas entro neste velho dilema. Qual eu uso mais? Qual vai ser mais útil? Qual é o peso que eu quero carregar? Qual é o peso que eu aguento, posso e me é confortável carregar?
Pronto. Mala (Mínima e suficiente) feita!
Porque se o desapego não acontecer, o peso é maior, o andar enroscado e arrastado e o caminhar não acontece. E você deixa de ser o viajante ágil para ser um mero cuidador de malas cheias de imprescindíveis bugigangas paradas. Tanta bagagem sem viagem…
Aí, a gente acaba aprendendo que bagagem de viagem de verdade não se transporta na mala. Vai cá dentro… Da alma! E que bagagem boa mesmo é aquela trocada no caminho.
P.S. Toda e qualquer semelhança entre bagagem de viagem e da vida não é mera coincidência. É proposital. Agora, releia substituindo palavra viagem por vida. Fez boa viagem?
Que Deus abençoe sua vida e sua viagen, cada uma com uma nova história enchendo-me de sonhos... amoooooo
ResponderExcluirAmém! A vida é uma viagem... Não há melhor comparação ..
ExcluirEspetacular linda a vida é uma viagem há qual tendemos em nos apegar às coisas que não fazem falta nenhuma para Viver. É um processo de aprendizagem ao qual uns aprendem outros ficam na mesma. 😘💗🙏
ExcluirAmeiiiii!!!! a bagagem ideal é aquela que carregamos dentro de nós .
ResponderExcluirCom certeza... O que levamos em mala, não se compara ao que se leva na ALMA. E olhe só que belo jogo de letras .. MalaAlma
ExcluirAmeeeei, ninguma mala e mais importante que a bagagem que carregamos dentro! Sdds
ResponderExcluirVocê que o diga Daniela alma viajeira!
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